Novo emprego.

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   Nunca tive vida fácil, é eu e minha mãe apenas

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   Nunca tive vida fácil, é eu e minha mãe apenas. Meu pai nunca foi presente e meus avós nunca fizeram questão de estar perto mim, nem os pais da minha mãe e nem os do meu pai, por não ter apoio de ninguém corri trás do correr atrás do meu e aos 14 anos comecei a trabalhar cuidando de crianças pelo morro é assim eu consigo um dinheirinho até hoje.

Agora com 17 anos já formada no ensino médio e quase me formando no curso técnico em enfermagem faltando apenas terminar os estágios, mesmo assim trabalhando como babá cuidando da neta da dona Fátima que mora no leme, bem perto da minha casa já que eu moro no chapéu mangueira.

— Samara: Oi dona Fátima! - a Jamile veio correndo e pulou no meu colo e grudou no meu pescoço.

— Fátima: Oi minha filha, entra aí que eu preciso conversar com você! - eu entrei já com o coração super acelerado - Jamile, vai pro seu quarto brincar!

— Jamile: Ah vó! - reclamou.

— Samara: Vai lá, depois eu vou brincar com você! - ela foi, toda emburrada.

— Fátima: Então! - já me sentei pro impacto ser menor! - vou ser breve por que vai doer menos, tanto pra mim como pra você! - coloquei a bolsa no meu colo - Eu vou te despencar!

— Samara: Mas fim Fátima...

— Fátima: Não me corta, antes que eu desista de tudo! - sorriu nervosa. - Eu sei que você mora no chapéu mangueira! - vou ser demitida por morar na favela, não acredito - Chegou aos meus ouvidos que tem um morador do Leblon que precisa da ajuda de uma pessoa e veio você na minha mente, não sei ao certo quanto tempo ele vai precisar de você mas o salário é muito melhor do que eu posso te pagar é perto de onde você mora e vai ser mais uma experiência pra você!

— Samara: Posso pensar? - ela negou-

— Fátima: Ou você vai ou eu te amarro e te coloco dentro da casa dele! - alisei o rosto nervosa.

— Samara: Mas eu não conheço ninguém lá!

— Fátima: Vai conhecer, você também não me conhecia! - passei a mão no rosto nervosa - Vamos lá na escola da Jamile e de lá vamos para o seu mais novo emprego! - sorriu e eu balancei a cabeça, ela entrou e eu fiquei pensado bem essa seria uma ótima oportunidade de juntar um dinheirinho e reformar a casa que minha mãe comprou há anos atrás num bairro próximo.

— Jamile: Já podemos ir! - disse animada, peguei a mochila dela e fomos saindo. - Olha o cabelo que minha mãe fez prima! - ela sempre se referiu a mim como prima dela, foi dessa forma que a mãe dela ensinou a ela.

— Samara: Que linda, adorei a trança aqui na frente! - estava cheio de brilhinhos a coisa mais linda.

— Jamile: Viu os brilhinhos? - concordei.

— Samara: Lindo! - sorri, peguei na mão dela e atravessamos a rua, a caminhada até a escola dela é de mais ou menos 10 minutos mas como a dona Fátima para em todas as esquinas isso se transforma em 30 minutos e acaba que sempre chegamos em cima da hora. - Tchau! - dei a mochila pra professora. - Boa aula, sem conversar! - ela me deu um beijinho e entrou.

Uma chance para o amor.Where stories live. Discover now