Capítulo 22

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Alecsander se separou dos irmãos, seguindo sozinho pelo o outro corredor vazio.

Bem, até agora.

- É falta de educação seguir alguém até seus aposentos sem ser convidado - brincou Alec, se virando e sendo pego de surpresa.

Aemond o encostou na parede fria de pedra, seu corpo colado ao dele enquanto sua mão direita estava em volta de seu pescoço - dessa vez, apenas o segurando.

- Não brinque comigo, Alecsander. Você não sabe perder - comentou o platinado.

- Do que exatamente estamos falando? - perguntou em zoação. - Do olho ou do seu dragão assado? - se referiu ao porco no jantar.

Aemond o segurou com mais força - sem tirar ar do garoto - ele fez com que Alec apoiasse a cabeça na parede para o olhar. Suas respirações próximas demais.

- Eu não sei se você é corajoso ou idiota em comentar isso quando não se tem guardas ou sua família para ajudar - retrucou o caolho.

- Você me subestima, Aemond - sussurrou, a aproximação ficando cada vez mais quente. - Eu não tenho medo de você.

- Deveria - rebateu o mais velho. - Porque eu vou ter seu olho, ou sua vida. Você decide.

- Quanta ganância - ironizou. - Perdão, não vai acontecer. Você seria morto antes mesmo de conseguir.

Se referiu não apenas a Daemon e sua mãe, mas seus dragões. Eles costumavam ter uma personalidade tão rebelde quanto o pai.

- Tem razão, mas a minha vingança estaria feita - aproximou sua mão esquerda do abdômen do garoto, Alec congelou. - E eu só precisaria de algo que eu sei que você tem.

Ele pôs a mão por baixo da blusa do garoto, roçando seus dedos em sua cintura antes de retirar a adaga com adornos.

- Você é tão cruel, ratinho. Carrega uma arma da qual você fez bom uso em utilizar - comentou com cinismo.

- Quando não precisamos de algo, nos livramos dos extras - brincou Alecsander, mas logo sentiu a lâmina em sua bochecha.

- Eu posso deixar você escolher - sussurrou, apontando com a adaga os dois olhos nublados do outro. -, direito ou esquerdo?

- Eu cumpri minha dívida com você, Aemond! Mas se você quer tanto a porcaria do olho, eu o darei - respondeu com firmeza. - Faça isso.

O platinado engoliu em seco, sua respiração ficou presa na garganta.

Como Alec podia ser tão compreensivo?

O príncipe caolho sentiu a mão de Alec o guiar para seu olho esquerdo, direcionando qual deveria ser.

Aemond se surpreendeu com o ato, e seu coração palpitou quando viu o olhar de: "tudo bem, faça."

E o mais velho queria, puta merda. Como ele queria aquela vingança.

Mas não assim, não desse jeito, não com Alecsander fazendo parecer que é o certo.

Justiça.

Aquilo não era justiça, era vingança. O cacheado pagou com três longos anos de exílio, só os deuses sabiam o que ele tivera passado.

Todavia, Alec não voltou com a palavra.

Ele perdeu o pai, os dois. Perdeu os anos mais importantes de sua vida longe da família, amigos e irmãos.

Simplesmente, sozinho e desprotegido.

O cacheado arregalou minimamente os olhos quando sentiu o nariz do mais alto encostar em seu pescoço, se intoxicando com o cheiro.

Aemond estava certo, Alec tinha cheiro de pétalas de rosas, doce e amêndoa. Tinha cheiro de livros e o mais puro vinho que bebeu essa noite.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ✦ ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴWhere stories live. Discover now