The Blood Moon Made You - Wenclair

Hyde

— Se for ficar parado sem falar nada acho que posso subir para pegar meu violino e estudar as novas partituras enquanto compondo sobre o seu poético silêncio boçal.

Wednesday encarava Xavier de forma inexpressiva a uns cinco minutos enquanto ele parecia pensar no que falar.

— Wednesday, me desculpe. Eu estou um pouco cansado.

Xavier não estava com uma cara boa, as olheiras escuras debaixo dos seus olhos mostravam que passou a noite em claro.

— Então já posso ir para a aula. Wednesday já se virava para caminhar para a aula de Licantropia quando sentiu Xavier agarrar seu braço.

— Não, não é seguro.

Ela viu o ilusionista se aproximar dela tentando falar baixo em seu ouvido, enquanto disfarçava para que outros alunos não percebessem.

— Eu desconfio da nova diretora, você sabe, as fotos que você recebeu.

—  Como sabe sobre as fotos? De repente conversar com o Xavier seria mais útil do que ela pensava.

— Bem, Thing me contou.

Traidor. Pensou Wednesday enquanto se afastava.

— Não brigue com ele, ele só está preocupado com você.

Xavier parecia sincero, mas Tyler também parecia e depois quase a decepou.

—  O que mais você sabe? Indagou Wednesday agora mais curiosa sobre o assunto ao perceber que não seria por causa do celular.

— Não muito, não sabemos muito sobre a nova diretora, ela é muito reservada, mas o fato dela morar na cidade com os padrões é bem curioso, não acha?

— Realmente, viver entre pessoas que querem sua morte a todo tempo parece sádico demais até para mim. Uma hora iria enjoar e cairia no tédio com a falta de ação por parte deles.

— De certa forma, o que acha da gente dá uma olhada nisso?

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Dois dias antes

A chuva caia de forma torrencial no impala enquanto o homem dirigia, ao chegar nos portões grandes da prisão de Asmut Campell, os mesmos  rangeram ao serem abertos pelo sistema eletrônico colocado em portões enferrujados.

— Qual cela ele está?

O homem perguntou ao guarda que tinha se aproximado do carro. Com os vidros abaixados, o guarda que correspondia pelo nome Antony respondeu hipnotizado ao homem.

— Bloco D, cela 15, senhor.

O homem pegou as chaves presas no cinto do policial e se dirigiu ao prédio em que o hyde se encontrava.

A sala de Tyler era cinza e tinha o número 15 pintado de vermelho do lado esquerdo da grade. O rapaz tinha as mãos amarradas com tiras de fibra de carbono enquanto tomava alguma espécie de soro azul em uma cama.

— Pensei que não viria. Apesar de não estar olhando para a porta, Tyler sabia quem era o homem que estava ali.

— Nunca abandonamos um ao outro. O homem destrancou a tranca e encaminhou-se para a beirada da cama enquanto analisava a situação do garoto. — Aquela professora está de fora, mas ainda temos contato dentro da escola.

— Eu quero a morte daquela garota e não só da Wednesday, quero aquela lobisomem que me deixou essa cicatriz.

O olhar de raiva de Tyler ao pensar no quanto Enid atrapalhou seus planos fez as algemas de carbono tensionarem ainda mais.

— Você terá, fique tranquilo.

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Enid saiu transtornada da sala, ela poderia raciocinar que estava tendo uma crise se não fosse Ajax atrás dela perguntando toda hora se ela estava bem.

— Olha Ajax eu estou bem, ok? Eu só preciso de um tempo para pensar. Seu olhar aflito procurava Wednesday no local em que a deixou conversando com Xavier, mas eles não estavam mais ali.

— Eu sei Enid, mas saiba que eu só quero entender você, você é minha namorada e eu gosto muito da gente juntos.

O tom calmo na voz de Ajax não foi suficiente para fazer a loba se acalmar, seus olhos procuravam incessivamente a psíquica no pátio, mesmo não tendo nenhum sinal dela ali.

Enid não sabia explicar, mas era como se a necessidade da presença de Wednesday fosse requerida internamente.

— Eu sei, me desculpe. Eu só preciso ficar sozinha, certo?

A loba estava com os olhos fechados e respirava fundo como no exercício ensinado nas aulas de esgrima.

— Certo, qualquer coisa me manda mensagem. O tom triste de Ajax deixou Enid com pena, mas ela não sabia o que estava acontecendo consigo mesma e isso a deixava mais frustrada ainda.

Enid decidiu que precisava estudar mais sobre a sua espécie com seus próprios pais, talvez em uma ligação com eles tudo ficasse mais claro.