A Comunidade

Capítulo 6. Vizinhança Estranha

Esta parte da história será narrada uma parte pela Anna e outra parte pelo Adam. Leiam com atenção este capítulo, porque senão vão ficar um pouco confusos. Este capítulo já tem mais terror e revelações da história, pessoal!

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15:37

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ANNA

A rua do nosso bairro estava silenciosa àquela hora. As aulas tinham acabado, e portanto, ia em direção a casa, a passo rápido.

O meu dia foi incrível. Todos me acharam maravilhosa e toda a gente queria falar comigo. Ganhei logo mais 152 seguidores no Instagram. Estou muito ansiosa para as aulas de amanhã e já estou a pensar em fazer uma festa em casa. Ia ser um espetáculo. Mas tem um problema: Adam. Ele era bem capaz de estragar a festa. É um parvo. Está com medo do que as pessoas pensam dele, mas ele só não aproveita porque não quer. Ainda não percebeu o que é ser rico. Enfim, mas ele é que sabe. Foi como as chaves.

Chateou-se por causa da merda de umas chaves, que nem fui eu que as roubei. Ele faz um drama por qualquer coisa. Juro que não fui eu que roubei as chaves ao meu irmão para lhe pregar uma partida! Mas ele, ontem, desconfiou de mim e já não acredita no que eu digo. Aquelas palavras deixaram-me mesmo magoada. Mas não importa. Se ele quiser que eu volte a falar para ele (a não ser que seja para o insultar hahahahaha), ele vai ter que pedir-me desculpa. Nem quero olhar para a cara dele.

Com medo de me cruzar com o Adam na rua, decido ir por outro caminho, que fica por trás de todas as casas dos vizinhos, em vez de passar pelo meio delas. A rua é mais escura, porque as casas tapam a luz do sol. Arrepiante.

Quando passo pela última casa antes da nossa, uma residência que fica mesmo em frente à nossa casa, vejo um cenário...como é que eu explico...bizarro. No jardim dessa casa, estavam um grupo de pessoas, talvez à espera que alguém lhes abrisse a porta do outro lado. Escondi-me atrás de uma árvore para que não me vissem. Pareciam uns tolos. Será que se fizesse um vídeo, ele ficava viral? A sério, eles estavam mesmo ridículos.
Digo que isto que estava a acontecer era bizarro, porque as pessoas todas estavam a andar do um lado para o outro bastante lentamente, o que para mim é muito irritante, e a dizer bem baixinho palavras sem sentido nenhum. Um homem daquele grupo trazia uma caixa com ele.

Até que, de repente, alguém de dentro da casa lhes abre a porta das traseiras. Era um homem, muito velho, e...sem um braço.

- Trouxeste o que eu te pedi?

- Sim.

Eles continuaram a conversar até que, ele abre toda a porta e deixa aquele grupo de pessoas entrar. O homem que trazia a caixa foi o último a entrar. O velho da casa abriu a caixa dele para ver o que tinha no interior. Eu estava curiosa. O que estaria dentro da caixa? Tinha que me aproximar mais...
Foi quando me aproximei o suficiente que vi o que tinha lá dentro. Ratos...mortos!
Quase me saiu um vómito quando vi aquilo. Que pessoas nojentas! Que nojo! Decidi sair dali, antes que eles me descobrissem. Que gente doida.

Mas as surpresas ainda não tinham acabado. Quando cheguei a minha casa, a minha mãe estava a discutir, no alpendre, com uma velha que eu nunca tinha visto na vida.

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ADAM

A visão que eu tive da Pearl do outro lado das grades da escola tinha desaparecido. Devia ser coisas da minha cabeça. Mas fiquei muito, muito perturbado.