Capítulo I

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"Need you when I'm hot
And when I'm cold
Need you when I'm young
When I'm old
You won't be far

There you are, there you are
You're there with open arms
There you are, there you are
And I run"

"Preciso de você quando estou com calor
E quando estou com frio
Preciso de você quando sou jovem
Quando eu for velho
Você não vai estar longe

Lá está você, lá está você
Você está lá de braços abertos
Lá está você, lá está você
E eu corro"

- There you are by Zayn Malick

Um jogo de futebol é muito mais que "correr atrás de uma bola", é a conexão entre os jogadores, a dança entre os times. Se você já assistiu uma partida do Brasil, ou de qualquer jogo com um brasileiro, sabe como a dança, a ginga, envolve cada jogador brasileiro, como eles trazem um calor que não pode ser replicado.

Son Heung-min não era brasileiro, na verdade não podia estar mais longe disso. Ele nasceu do outro lado do planeta Terra, na Coréia do Sul, mais especificamente em Chuncheon. Ainda mais diferentemente dos grandes jogadores brasileiros, o capitão da seleção coreana levava consigo o fardo de ser o primeiro ômega masculino a jogar futebol, não que alguém além de sua família, a direção do seus times, a FIFA e o seu namorado soubessem.

Seu namorado. Um alfa brasileiro que trazia o calor do Brasil em cada passo. Nariz grande e sorriso bonito, pele beijada pelo sol e cabelo a pouco tempo platinado, e claro, tatuado. Como se seu perfume em uma mistura de pinheiros e chuva da manhã já não fossem suficientemente atraente, seu corpo parecia ter sido desenhado para se encaixar perfeitamente no do coreano.

Agora as coisas eram mais fáceis, os problemas de ser um ômega, mesmo que secretamente, dentro de um esporte onde a suma maioria era alfa e alguns betas já não eram algo tão grandiosos quanto antes. É claro, ele sabia que não seria fácil. Ele teve que esconder seu gênero secundário e dar a alma no esporte para ser visível aos outros. Mas valeu a pena, agora ele era o maior jogador asiatico e capitão da seleção nacional.

E então a Copa do Mundo e a chance de buscar a primeira estrela para o escudo do país. Ele não pode deixar de acreditar quando passaram da fase de grupos em primeiro lugar, ganhando do time de Portugal. Ele não pode deixar de acreditar, porque era uma das -se não a - última copa que ele ia jogar.

Ele assistiu a chave se formar e aparecer que seu jogo era contra o Brasil. Son não deixou isso desanimá-lo, falou para o time dar o seu melhor e se preparar para um grande jogo. Ele disse que esse jogo era difícil, não impossível, que eles deveriam jogar limpo e ir, como sempre, com o seu melhor.

Heung-min deveria saber melhor do que apenas dar esperança aos seus e se encher ele mesmo dela. Ele sabia que dentro do campo não existia nada além de jogo e dar o seu melhor pelo seu país.

Seu erro foi acreditar ou apenas sonhar demais? Quem sabe. No fim, o Brasil fez uma goleada de 4 a 1 na Coréia.

Ele se sentia pesado em sua própria pele, queimando em seus ossos. Sentia que tinha fracassado em sua única missão de vida, falhado com os seus. A humilhação dos números era mero detalhe perante o grande esquema das coisas.

Poucas coisas o acalmariam naquele instante. Uma dessas coisas estava dentro daquele campo de grama sintética verdejante que já o dava ânsia, seu alfa.

Enquanto as lágrimas escorriam pela pele clara de seu rosto ele tirou a máscara irritante que o fazia querer quebrar alguma coisa. De forma calma, ele comprimentou e até abraçou alguns jogadores brasileiros antes de chegar até seu Richy.

O cheiro calmante, a pele quente, aquilo, aquele abraço, era como estar em casa. O cheiro de algo definitivamente seu em meio a tudo que ele não alcançou o fez derreter lembrando-o que não importava o que falassem, seu alfa era apenas seu.

Ele tinha lido em muitos lugares as brincadeiras - com um certo fundo de verdade, ele tinha certeza - das e dos brasileiros dizendo, entre muitas coisas, "sorteia uma das suas fãs para você comer Richarlison", e aquilo havia fervido seu sangue e talvez até os feito ter uma pequena discussão sobre fãs e como eles não são controláveis.

- Foi um bom jogo, vocês foram um dos primeiros que jogaram futebol e não luta livre com a gente. - O brasileiro sussurrou para ele ainda dentro do abraço. - Quer conversar no vestiário? Aqui tem muitas câmeras.

- Não, tudo bem. Você venceu, tem que ir comemorar. Eu vou arrumar as coisas, nós saímos amanhã para Seoul e depois tenho que ir pra' Londres ainda. - Son sussurrou de volta com um suspiro antes de se afastar um pouco.

Ele sentia os olhares e os flashes neles, ele quase podia ver o quanto iam aparecer por aí entre notícias, fanfics de fãs e outras coisas que ele realmente não queria pensar no momento.

- Vamo' então, no corredor a gente conversa melhor. Lá vai ter muito menos abutres. - Richy falou vendo os coreanos sairem de campo enquanto a seleção brasileira ainda se abraçava e brincava.

Quando alguns poucos ainda se mantinham no campo e a maioria saia para seus vestiários para irem embora comemorar ou se organizar para ir embora, Son se aproximou novamente de seu alfa brasileiro.

- Vai ir comemorar com os meninos? - O coreano sorriu gentilmente, mantendo uma postura quase inesperada para o "alfa sensível" que era. - Foi uma grande vitória.

- Não, prefiro comemorar com você. - Richarlison falou em um tom baixo mas alto o suficiente para ser audível em meio ao barulho que tinha a volta dos dois.

- Não vou discutir com você porque sei que não vai nos levar a nada. Mas você realmente deveria sair com os seus colegas da seleção, a mídia já vai estar em cima com esse tanto de imagens de nós dois juntos. - Um sorriso meio murcho pintava o rosto do coreano.

- Você sabe, eles só vão encher um saco um pouco e depois desistir. - Richarlison sorri. - Além disso, não há lugar que eu prefira comemorar do que com você.

Ele recebe um risinho de seu namorado e um pequeno carinho na bochecha antes do coreano chamar seu time para o vestiário. Ele sabia que poderiam conversar melhor em seus dormitórios por isso não insistiu para uma conversa ali apesar do cheiro de tristeza de seu ômega. Ele tinha sua própria ideia de como animaria seu namorado.

O camisa 9 não pode deixar de notar a forma como Antony parecia inquieto enquanto assistia os coreanos seguirem o capitão para seu vestiário.

- Então você prefere comemorar com ele é? - Paquetá sussurrando para ele, como uma assombração que aparece do nada o tirou do transe, e o fez se arrepiar dos pés a cabeça antes de dar um pequeno pulo de susto.

- TÁ LOUCO PAQUETÁ!? VIROU ASSOMBRAÇÃO PORRA!? - O platinado falou, chamando atenção dos outros brasileiros.

- Se se assustou é porque tem culpa no cartório! - Foi Neymar quem falou, iniciando uma torrente de brincadeiras e zoações a caminho do vestiário.

Enquanto brincava com os outros, ele não podia deixar de olhar para Paquetá e estremecer com o olhar do outro. Se havia algo naqueles olhos, era que mais para frente sua fala para Sonny o renderia uma conversa horrível com Lucas.

🌲FIM DA ATT🪵

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Pinheiro de Maio, Sândalo de JulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora