24 • Amor maternal

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— Um dragão foi atingido!

Senti meu sangue gelar ao ouvir o soldado anunciando isso.

Alguém havia caído nas Terras Ocidentais. Minha mãe estava lá! Meu irmão! O homem que escolhi como meu companheiro pra vida! Aemond estava lá!

Minha visão estava escurecendo e me faltava ar, com um aperto no peito e um desespero. Eu queria correr pra lá agora, mas minha avó segurou meus ombros.

— Visaena! Visaena olhe pra mim! - Olhei pra ela ofegante, tentando respirar. — Respire comigo está bem? Puxe, expire. Puxe, expire. Isso querida, isso mesmo! Você está indo bem. Está tudo tudo bem.

Fiz exatamente como ela mandou e fui me acalmando aos poucos. Quando já estava mais tranquila consegui falar com calma.

— Quem foi? - Segurei os braços dela. — Quem foi atingido?

— Vhagar.

Meu corpo estremeceu. Aemond estava ferido!

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POV Narrador

Já havia se passado uma semana do incidente de Aemond. Visaena quis partir no mesmo dia até Rochedo Casterly, mas foi impedida por Rhaenys, que começou a desconfiar do desespero da neta.

Por mais que odiasse seus sobrinhos, Daemon estava um pouco preocupado com a situação de lá e resolveu ir ajudar sua esposa. Sua presença não fez falta, já que com o árduo trabalho de Martin Tyrell, eles conseguiram limpar o campo devastado e prender os inimigos rendidos.

Rhaenys ajudou com Meleys, queimando todos que se recusavam a se curvar.

Visaena esperava angustiada qualquer notícia de seu amado. Aquela espera já estava a agonizando, imaginando os piores cenários possíveis.

Depois de terminar com mais um grupo de traidores, Rhaenys voltou a tenda que dividia com a neta, encontrando a mesma olhando fixamente pro mapa estendido sobre a mesa.

— Querida. - Ela a chamou. — O que está fazendo? O que procura no mapa?

A jovem Princesa virou-se pra avó, tentando esconder as lágrimas que caiam a poucos minutos atrás.

— Nada vovó. Estou vendo onde está dividido nosso exército e onde estão os restos dos inimigo que se dispersaram. - Ela falou e voltou a olhar o mapa.

A Princesa mais velha viu que isso era mentira, uma desculpa pra mascarar a verdadeira preocupação da menina.

Ela suspirou, balançando a cabeça e indo até a neta. — Vis. Eu lhe conheço desde que você nasceu, você sabe disso. - Então pegou suas mãos e a levou para sentar com ela no pequeno sofá no canto da tenda. — Nós duas sabemos que não é isso que te preocupa. Eu vi a forma que você ficou quando soube quem havia se ferido em Lennisporto. - O corpo da mais nova deu um salto e ela sorriu vendo a expressão de pânico da neta. — Como eu disse... conheço você a muito, muito tempo.

— C-Como... como a senhora soube? - A jovem Princesa perguntou com a voz trêmula, sussurrando.

Rhaenys soltou uma gargalhada, que chegou a lacrimejar seus olhos. — Ora querida eu não sou cega! Vi o estado que o caolho ficou quando seu avô disse pra você vir pra Campina. Assim como vi também a troca de olhares que os dois davam a cada segundo, somente um cego não perceberia. Não sei como os outros não notaram, parece que foram eles que perderam o olho e não o seu amante.

O rosto da menina ficou vermelho como um tomate. Ela abaixou a cabeça queimando de vergonha ao ouvir as palavras da avó.

Ela só conseguia pensar no quão ingênua foi em não ter notado isso! E ter transparecido tanto que os dois tinham algo a mais.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora