48 • Da curiosidade a ambição

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— Você quer que acreditemos nessa história? — Daemon sorria zombeteiro pro sobrinho. — As duas existem desde anos antes da própria Valiria ser destruída... garoto, você tem noção do que acabou de nos dizer?

Aemond continuava firme, sem vacilar. Ele tinha acabado de contar o que Beatrice disse a eles sobre as irmãs, a origem surpreendente das duas. Era algo inacreditável, ele mesmo duvidou no início. Mas depois de tanta coisa acontecer, Aemond não duvidava mais das palavras da bruxa.

— Aemond. — Rhaenyra o chamou. — Você entende o quão irreal isso parece, não é?

— Sim eu sei que pode parecer mentira, eu mesmo não acreditei a princípio. Mas é a mais pura verdade, eu viajei ao lado daquelas duas, principalmente a mais nova, ela não é humana.

Rhaenyra e seus filhos deram um salto, pois também tinham notado a estranheza de Rhaella, mas nunca disseram nada por cortesia, jamais poderiam destratar as convidadas de Visaena.

Agora tudo ficou claro, o por que delas saberem tanto e o por que de Daella falar sobre Valiria como se tivesse visto o império pessoalmente. De fato ela viu, não só viu como morou naquele lugar na época em que eles reinavam absolutos sobre o mundo.

— Então... é como se Vis fosse amiga se seres lendários? — Luke sussurrou, engolindo em seco.

Jace franziu as sombrancelhas e olhou pra irmã adormecida na cama. Depois do caos da menina dizendo aquelas coisas estranhas, ela apagou e desmaiou, quase matando sua mãe de susto. Mas a jovem estava bem e Rhaenys os tranquilizou dizendo que ela só havia dormido de exaustão.

— Como será que aquele lugar foi destruído? — A voz de Rhaena se fez presente, chamando a atenção de todos pra ela. — Elas devem saber, não é? As duas devem ter visto Valiria ser destruída.

— Vocês acham que elas nos contariam? — Joff falou com um brilho no olhar, assim como todos os Targaryen e Velaryon ali, todos estavam curiosos. — Afinal somos valirianos, temos o direito de saber por que nossa terra natal foi destruída.

O silêncio caiu sobre o quarto, todos estavam perdidos em pensamentos. De fato, era um direito deles saberem o que tinha acontecido naquela época, mas os mais velhos duvidavam que as duas contariam a eles. Daemon mesmo se lembrava do dia em que eles voltaram do Norte.

Ele havia ouvido Daella falar sobre os resquícios da perdição e quando ele perguntou a ela sobre isso, Rhaella impediu a irmã de continuar e as duas se calaram, não revelando mais nada.

— Nós podemos descobrir... — A voz fraca de Visaena ecoou, assustando sua família.

— Vis! — Seus irmãos gritaram correndo até os pés da cama.

Aemond foi rapidamente pro lado da noiva, pegando em sua mão e a ajudando a se sentar. Rhaenyra e Daemon estavam do outro lado, com a mulher olhando aflita pra filha.

— Você está bem querida? Está sentindo dor em algum lugar? — Ela procurava pelo corpo da menina qualquer sinal de desconforto, pronta para arrastar o meistre até aqui.

Visaena sorriu e apertou a mão da mãe. — Estou bem mamãe, só fiquei fraca por um momento.

— Isso acontece com frequência? — Daemon franzia as sombrancelhas, com medo de que a filha também adoecesse.

Neste momento Rhaenys deu um passo a frente, encarando fixamente a neta. Ela acompanhou o crescimento da mais nova e já estava familiarizada com esses apagões da neta. As vezes Visaena falava coisas estranhas com vozes não humanas, a maioria das vezes ela falava em valiriano, mas tinha outras em que era num idioma estranho, que Rhaenys jamais tinha ouvido falar em toda sua vida.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenWhere stories live. Discover now