América Addams
Descobrir seus próprios segredos se tornou mais difícil do que imaginava. Seus ancestrais a assombravam com o seu passado, presente e futuro. A Addams com sentimentos, desejos e sonhos, todos sendo reprimidos por querer aceitação. Tud...
"Há amizades em que o tempo se perde e que, por mais recente que seja, parece que o novo amigo é um velho companheiro"
— Henrique Sandoval
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– Se Bianca Barclay ganhar de novo esse ano, eu vou literalmente arrancar os meus olhos com as minhas unhas! – América e Wandinha se aproximavam pelo gramado, olhando a colega de quarto um pouco alterada.
– Eu até que pagava pra ver. – Wandinha disse assim que se aproximaram da loira e das outras colegas que pintavam o barco.
A loira se virou sorrindo maníaca se aproximando das duas, saltitante.
– Eai, colegas! – disse animada. – Que bom que resolveram ficar.
– Achei que queria o quarto só pra você. – América a lembrou.
– Falando sério eu não gosto muito de morar sozinha e o Mãozinha faz uma massagem de matar. É só vantagem. – disse. – Aí... por que mudaram de ideia?
– Me recuso a ser só um peão no jogo corrupto de outra pessoa. – Wandinha respondeu.
– Quer dizer do Rowan?
– Nós vimos ele ser morto, Enid. – América respondeu, pela... milésima vez? Parou de contar depois de um tempo.
– É que... a gente viu ele hoje cedo. E ele tava bem... vivinho.
– Sabemos. É isso me faz acreditar que estamos enlouquecendo. – sua irmã admitiu. – Não é tão divertido quanto eu imaginava.
– Você é a rainha de Nunca Mais. Qual é a do Rowan? – América perguntou.
– Tirando ele ser um esquisitão solitário... não se ofendam.
– Tranquilo.
– Tá de boa.
– Dividi o quarto com Xavier Thorpe. Se tivesse um celular, era só perguntar por mensagem. – ela se virou para trás. – Yoko! Qual é? Arruma esse bigode! A Copa Poe não se curva pra ninguém.
– O que é Copa Poe afinal? – América perguntou curiosa.
– É só meu único motivo pra viver agora. Parte corrida de canoa, parte perseguição a pé, sem regras. – explicou animada. – Cada dormitório se inspira num conto de Edgar Allan Poe. Podiam pegar um pincel. A Thornhill pediu pizza. A faca e o queijo na mão pra socializar.
América se sentiu tentada.
– Eu gosto de uma faca. A parte social nem tanto. Além disso vai cortar meu tempo de escrita. – falou. – América te ajuda, ela é boa em pintura. – disse fazendo a mesma encara-la rapidamente.
– Eu? – perguntou baixo.
– Anda estressada. – respondeu a irmã no mesmo tom. – Pintar de alguma forma te ajuda a se acalmar. Os nervos a flor da pele só atrapalharão você pegar o controle. – se referiu as transformações. – E além disso você entende de gatos pretos não é mesmo?
