Agora, Lan Zhan é o curador de um prestigiado museu em Londres, Wei Ying é um estudante de história no último período da faculdade, dessa vez sem memórias vívidas de suas vidas passadas, os dois poderão se reencontrar novamente ? Poderão recuperar o...
Lan Zhan acordou com uma dorzinha de cabeça o incomodando. Ele abriu os olhos lentamente, franzindo a testa ao perceber que não estava em seu quarto. Ele tentou se mexer, mas viu que não estava sozinho. Ele olhou para baixo, a bagunça de cabelos pretos enrolada nele como um coala. Wei Ying. Ele imediatamente o reconheceu.
Wei Ying se remexeu em seu abraço, revelando seu rosto adormecido. Lan Zhan levou a mão direita até o rosto de Wei Ying, segurando sua bochecha. Ele observou por vários minutos como ele dormia tranquilo.
— Hum... — Wei Ying levantou o rosto, vendo como Lan Zhan o olhava com tanta atenção, ele baixou o rosto novamente. — Lan Zhan... O que você está fazendo ?
— Olhando você.
— Isso eu sei... Mas por que ? — Wei Ying perguntou abafado.
— Não preciso de uma razão especial. Eu apenas gosto de olhar você. Wei Ying não gosta ?
— Não é isso...
— Então o que é ?
— Fiquei surpreso. Lan Zhan... Você se lembra de ontem a noite ?
Wei Ying queria saber se Lan Zhan se lembrava das coisas que ele lhe disse. Lan Zhan respirou fundo antes de responder.
— Mn... Um pouco... Desculpe, eu não sabia que as trufas continham álcool...
Wei Ying riu e voltou a olhar para Lan Zhan.
— Foi fofo, eu acho... E do que me disse, você lembra ?
— O que eu disse ?
— Ah, nada não...
— Tudo que eu disse era verdade.
Wei Ying, que tentou se esconder, olhou para Lan Zhan, que tinha um sorriso contido no rosto. Foi adorável ver Wei Ying envergonhado.
— Você só queria que eu dissesse ! — Wei Ying riu, e Lan Zhan acenou.
— Culpado. — Lan Zhan beijou seu cabelo. Só então ele se lembrou. — Wei Ying ! Meu irmão-
— Não se preocupe com Huan-ge. Tenho certeza que meu Didi cuidou muito bem dele...
— Você quer dizer...
— Ah, eu quero sim. Lan Zhan, ele chamou meu irmão de gracinha ! Gracinha Lan Zhan !
— Ah... como assim ? Wei Ying, você está certo disso ? Não foi rápido ?
— Agora que penso sobre isso... — Wei Ying levantou em um braço, usando-o como apoio. — Ele ficou secando seu irmão. Naquele dia, aquele que nos conhecemos.
— Estou surpreso. Mas se for assim, eu fico feliz.
— Vamos ser família em dobro ! — Wei Ying disse alegremente.
— Calma. Não é bom pressiona-los. Não é todo mundo que é como nós. Acho que eles precisam de mais tempo.
— Eu acho que vai ser mais rápido que isso Lan Zhan, eles foram fofos.
— Vamos ver isso. — Respondeu Lan Zhan, puxando Wei Ying para um curto beijo. — Queria ficar com você, mas preciso ir...
Wei Ying fez uma carinha triste para Lan Zhan, que quis aperta-lo.
— Eu entendo. Eu também preciso ir pra aula... Mas você toma café comigo ? Vem me ver mais tarde ?
— Mn. Eu vou sim, ambos.
— Mais cinco minutos ? — Wei Ying, de olhos brilhantes perguntou.
— Cinco minutos. — Claro que Lan Zhan concordou. Wei Ying se enrolou nele mais uma vez, só por mais cinco minutos.
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O trabalho de Lan Zhan consistia na idealização, preparação, e montagem das exposições de arte, bem como as históricas. Também era papel dele organizar as palestras e as vezes apresentá-las. Mas Lan Zhan não gostava dessa última parte, então ele deixava isso para seu irmão. As habilidades de comunicação de Lan Huan eram impressionantes.
Quando Lan Zhan chegou naquela manhã, havia muita coisa que ele precisava fazer. Ele conseguiu com muito esforço encontrar uma brecha para o almoço. Depois disso não houve mais pausas. Quanto mais ele se concentrasse, mais cedo ele poderia ir para Wei Ying. Lan Zhan andou por todos os cantos daquele museu, muito mais do que nos outros dias. Parecia que aquele dia era uma coisa, foi cansativo e estranho. No final da tarde, ele se encaminhou para sua sala, onde seus objetos favoritos se encontravam. Lan Zhan havia obtido permissão especial para mantê-los, quando as visitas a sua seção tornaram se escassas, ele teve medo que os objetos de sua afeição ficassem guardados em algum depósito apenas juntando poeira.
Lan Zhan olhou para a silhueta do quadro teve um estalo. A memória de mais cedo, quando Wei Ying sentou-se na cama e virou o rosto para falar com ele, sua aparência tornou-se insuportávelmente familiar. Na hora ele não entendeu, mas olhando para aquele quadro, ele viu. Se alguém contasse a ele, Lan Zhan pensaria que era apenas uma coincidência estranha. Mas vendo como aquela pessoa era tão semelhante ao seu namorado, ele começou a pensar e pensar. Toda a afeição que ele nunca teve por ninguém, e que pareceu surgir absolutamente do nada quando ele conheceu aquele menino, começaram a incômoda-lo. Uma coisa tão grande assim, tinha como ser coincidência sem relação ? Lan Zhan era um homem racional, mas ele não era alguém de cabeça totalmente fechada, então ele deixou aquela possibilidade aberta.
O curador olhou para aquela obras por um longo tempo. Quando ele percebeu, a luz que entrava pela janela de vidro tinha um brilho laranja do Crepúsculo nascente, lançando a luz amarelada sob o quadro. Foi lindo e especial. Lan Zhan nunca tinha visto isso. Ele fechou os olhos tentando absorver a imagem. Foi quando os flashes começaram.
Lan Zhan viu dois meninos caminhando juntos. Um dos meninos saltitava em torno do outro enquanto o segundo caminhava em passos contidos e firmes.
Os dois meninos estavam sentados na biblioteca. O segundo menino tentava ler alguma coisa em suas mãos enquanto o primeiro menino lhe mostrava uma folha única.
“Lan Zhan !”
Uma sucessão de imagens começou a correr. A amizade dos dois meninos cresceu e cresceu. Mas aqueles dois meninos não puderam entender nada do que estava acontecendo a tempo. Por que o primeiro menino está a sofrendo e sofrendo, enquanto o segundo, só podia assistir em silêncio em quanto a pessoa que ele amava era destruída pouco a pouco. O menino estava lá um dia, e no outro não estava mais. Lan Zhan, quando conseguiu acordar de seu breve sonho, tinha os olhos cheios de água. A compreensão que as imagens borradas lhe deram foi o suficiente. Ele não tinha como estar enganado sobre isso.
O menino era Wei Ying. Seu coração doeu por ele. Ele não sofreu por si mesmo. Seu sofrimento era tolerável. Ele não poderia tolerar o de Wei Ying, por que Wei Ying só merecia o melhor de qualquer um. A única coisa que ele queria era encontrá-lo e abraça-lo, dizer-lhe que ele era e merecia ser amado. De repente, Lan Zhan não podia mais esperar, ele trancou a sala, não antes de dar uma última olhada para aquela imagem do menino que ele amou, e ama.
