trinta e cinco

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31/10 17:39

minha pessoa: Cadê você, Isabela?

minha pessoa: Um dia sem dar sinal de vida

minha pessoa: Morreu?

Isabela: Quase

Isabela: Tô vomitando até minha alma

Isabela: Tô com uma virose horrível

Isabela: Muita dor de cabeça e dor no corpo

minha pessoa: Essa virose é a de 9 meses, né não?

minha pessoa: Você não tinha falado que transaram sem camisinha aquela vez?

minha pessoa: Em período de ovulação?

Isabela: Tá engraçadinha, tá não?

Isabela: Quer vir aqui não fazer uma canja?

minha pessoa: Tenho cara de que?

minha pessoa: Você sabe bem como é minha comida

minha pessoa: Quer arriscar

Isabela: Passo

minha pessoa: Mathias disse que sabe fazer

Isabela: KKKKKKKKKK o Mathias?

minha pessoa: Ele disse que você está duvidando muito

minha pessoa: Daqui 40 minutos estamos aí

Isabela: amo você

Rolei pro outro lado da cama com o celular bloqueado e tentei cochilar de novo, é a única coisa que estou conseguindo fazer esses dias, meu corpo não está obedecendo mais nada, estou bem fraca. Nada do sono vir, decidi tomar um banho quente para aliviar um pouco da dor, mas parecia que a água do chuveiro machucava meu corpo á cada gota em contato com minha pele.

Quase uma hora passou quando a campainha tocou, vesti meu roupão e fui atender, estava praticamente me rastejando.

— Cacete, você está destruida. — Laura falou assustada, sorri cínica pra ela e me joguei no sofá.

— Acho que a canja não vai resolver nada. — Mathias falou assim que parou no sofá ao meu lado, acenei pra ele e voltei a tentar cochilar.

Nem notei quando dormi, apenas quando a Laura sentou do meu lado no sofá com o prato de canja na mão. Ela sorriu e esperou eu me ajeitar, sentei no sofá e peguei o prato da mão dela.

Fechei o olho quando o cheiro da canja chegou ao meu nariz, o enjoo voltou e eu neguei com a cabeça, enquanto devolvia o prato pra ela.

— Não dá, o cheiro está me deixando mal. — Falei mole, meu corpo doía e meu estômago revirava.

— Amor, ela precisa ir pro hospital. — Escutei o Mathias falando um pouco atrás de mim, dei uma piscada demorada e quando abri os olhos, minha visão estava começando a ficar turva.

— Qual foi sua última refeição? — Escutei a Laura perguntando, me esforcei para falar alguma coisa, mas só consegui levantar meu dedo indicador.

Depois da visão turva, tudo ficou preto.

Acordei com barulhos de máquinas e pessoas falando, trouxe a mão pro meu rosto, cocei os olhos e quando os abri, vi um teto branco e bem iluminado que me deu uma pontada na cabeça. Consegui ver o cateter enfiado nas costas da minha mão. Ergui um pouco a cabeça e vi a Laura mexendo no celular na poltrona ao meu lado.

— Laura... — A chamei baixo, ela me olhou animada e seguiu minha outra mão tentando pegar o copo de água na mesinha ao lado.

Ela me ajudou a beber água e assim que bebi, senti um alívio no meu corpo.

— Okay, por que estou no hospital? — Perguntei baixo e ainda fraca.

— Qual foi sua última refeição? — Ela perguntou e eu lembrei que foi a última coisa que escutei antes de desmaiar lá no apartamento.

— Sei lá... — Respondi tentando lembrar. — Acho que metade do copo de uma vitamina, antes de ontem.

— Você é ridícula, Isabela. — Ela falou rindo ironicamente. — Esse hospital é da família do Mathias, trouxemos você aqui porque sabia que você estaria quase para morrer de fome e não de virose.

— Não tenho culpa, meu corpo não está aceitando nada! — Reclamei sem conseguir me mexer muito, por conta dos cateteres. — Tenho certeza que estou com gastroenterite.

— Os médicos fizeram alguns exames, inclusive o beta HCG. — Ela falou baixo e foi até o interfone do quarto, pediu o tal favor pro meu quarto e desligou. — Deu negativo e você não tem nada, nada de nada.

— Ansiedade. — Respondi como se fosse óbvio. — Avisei que não estava grávida, isso eu tinha certeza.

— Estão trazendo comida para você, como seu corpo já recebeu os medicamentos para começar a se portar como gente, acredito que vá conseguir comer e aí sim te levo para casa. — Laura falou em tom de ordem, revirei os olhos e acompanhei ela com o olhar até a porta.

Saber que o HCG deu negativo foi um alívio, aquilo estava me incomodando sim, principalmente depois da briga, imagina estar grávida de um cara que nem quer olhar na minha cara?

A comida logo chegou e meu corpo comemorou quando dei a primeira garfada, os remédios realmente me ajudaram e sentir o gosto da comida de novo, era maravilhoso.

Depois de quase duas horas para comer, agradecer ao Mathias e ser trazida de novo para casa, finalmente Laura estacionou na frente do meu prédio.

— Obrigada por cuidar de mim, principalmente me levar a um hospital daquele, cacete! — Falei ainda chocada em como aquele lugar era chique e ela riu.

— Até hoje não acredito também. — Ela respondeu rindo da minha reação. — Quero mesmo é te dar um murro, mas você acabou de voltar a sua cor natural de gente viva, então eu deixo para depois. — Laura falou e me puxou para um abraço. — Toma um banho e vê se come mais alguma coisa antes de dormir, qualquer coisa me manda mensagem, okay?

Balancei a cabeça positivamente e sai do carro, acenei pra ela já do lado de fora e entrei no prédio quando ela saiu com o carro.

Assim que sai do elevador, caminhei até a minha porta com a chave na mão, mas parei centímetros antes, quando vi o Richarlison sentado, dormindo na minha porta.

Sem que eu falasse alguma coisa, ele parece ter sentido minha presença. Abriu os olhos e levantou rapidamente quando me viu.

— Estava preocupado com você. — Ele falou sem graça e riu fraco.

— Laura te falou? — Perguntei me aproximando dele e abri a porta do apartamento.

— Um pouco, ela me disse que você estava vomitando, tinha desmaiado e estava no hospital fazendo exame de gravidez. — Arregalei os olhos quando escutei ele falando aquilo, que vontade de matar a Laura por isso. Entrei no apartamento e dei passagem para ele entrar também.

Tranquei a porta e assim que virei de frente pra ele, as mãos dele passaram pela lateral do meu rosto e me puxaram para perto do seu corpo, e então, senti a maciez dos seus lábios nos meus.

Ele aprofundou o beijo e uma onda de calor me consumiu quando sua língua tocou a minha. Meu coração acelerou apenas com segundos da boca dele na minha, meu Deus, parecia uma eternidade longe daquele beijo.

Minhas mãos seguravam o pescoço dele tentando trazer para mais perto, como se existisse uma grande distancia entre nós. Me separei assim que faltou ar em meus pulmões.

— Caralho, senti muita falta disso. — Ele falou ofegante e em um impulso, me colocou em seu colo, entrelacei as pernas em sua cintura e voltei a beijá-lo.

Richarlison foi nos guiando até meu quarto, senti a maciez do colchão nas minhas costas, ele não se afastou do nosso beijo, apenas enfiou a mão entre nós e começou a tentar abrir o zíper da minha jaqueta.

— Treco difícil da porra.

𝙞𝙣𝙨𝙩𝙖𝙜𝙧𝙖𝙢 || 𝘳𝘪𝘤𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘴𝘰𝘯Donde viven las historias. Descúbrelo ahora