Capítulo 01

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Ótima leitura!

"Meu primeiro olhar para você foi como ir contra a tudo que me fez ser quem sou, como uma marca eterna. A colisão de nossas vidas deixou a dor de te ver seguir sem mim!"

Ellen S.

- Park Jimin -

Seul - 30 de dezembro.

Andando lentamente por ainda estar sonolento e tentando vestir um suéter velho feito a alguns anos pela minha mãe, com os pés descalços sinto o chão gelado me fazer sentir um frio na espinha. Ajeitando os fios loiros e rebeldes, vou até a cozinha, abro o armário e pego dois sachês de chá verde e ponho a água para ferver. Ao ficar pronto sigo até a grande janela de vidro da minha sala e me sento onde consigo observar as pessoas apressadas andando freneticamente de um lado para o outro, onde concluo que seja efeito dessas últimas horas desse ano que se finda.

Por alguns instantes apenas me perco em pensamentos revivendo alguns momentos da minha vida neste ano, então apenas sorri sabendo que conquistei tudo o que desejei.

Ainda tomando o chá, vou até meu ateliê.

Sou oleiro e ganho a vida fazendo o que amo. Trabalhar com o barro me faz pensar na realidade que somos pó e que somos moldados constantemente. O oleiro e o barro, o criador e criatura.

Ser artesão diz muito de quem eu sou, pois essa arte ancestral requer um grande nível de paciência e jeito para moldar o barro. Parece fácil, mas os cortes e calos em minhas mãos devido as argilas mais arenosas mostram o quanto de esforço preciso fazer para que a peça final fique única e perfeita. Seu lado terapêutico me ajuda a reduzir os níveis de estresse e de ansiedade, eu já fui um jovem bem agitado, hoje sou um Jimin totalmente diferente.

Deixando a xícara em cima de uma prateleira me preparo para começar a trabalhar, pois trabalho por conta própria, onde crio, modelo e vendo minhas próprias peças. Mas também faço peças por encomendas, o que hoje é o meu foco principal e me faz ter uma boa renda mensal.

Duas horas passaram depressa, as quatro peças já estavam no forno e o ateliê já estava organizado. Sujo de barro e com dores nas costas por estar na mesma posição por horas, vou até a sala e me jogo no sofá.

O silêncio me faz cochilar por alguns minutos até ser despertado pelo toque do meu celular. Apressado o busco em cima da mesa de centro e me sento para atender.

- Ligação -

- Boa tarde, estou te atrapalhando?

- Não Hobi, só estava deitado e descansando um pouco, acabei de moldar quatro peças e nem vi a hora passar.

- As vezes acho que você se cobra demais, deveria dividir melhor seu tempo de trabalho, não quero você sobrecarregado.

- Eu já estou acostumado amigo, as horas passam que eu nem vejo. Mas porque me ligou? Precisa de alguma coisa?

- Só queria te lembrar que amanhã vamos comemorar aqui em casa novamente, então não se atrase como todos os anos.

- Não atraso de propósito, você sabe. Só não me ligo tanto nas horas, mas prometo ficar mais atento amanhã e chegar na hora certa.

- Ahan, sei. Eu te conheço há anos Jimin. - Hobi fica em silêncio por alguns segundos e depois com a voz suave volta a falar - Ele não confirmou novamente, acho que mais uma vez ele não vem, faz dias que não consigo entrar em contato com ele.

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