Caos - Livro 1

Capítulo 4

Capítulo 4

Atarah

Passo pelas portas do meu "castelo", quando criei esse lugar estava pensando em todos os filmes de terror, onde a pessoa atormentada vive em um lugar frio e distante, parecendo intocado pelo mundo a sua volta. É assim que me tornei o que sou, precisei me isolar, entender que os sentimentos humanos devem ficar lá, no mundo humano.

— Sei o que fez essa noite. — Azriel me cumprimenta.

— Estou pronta para a palestra que Oberon vai me dar. — Dispenso seu comentário.

Pego o anel com a alma do Dybbuk, e jogo para ele.

— O que faço com isso? Solto em suas terras?

Dou meu melhor sorriso, aquele que não tem sentimento algum.

— Não, dê ele de presenta para os Lestrígones, meu apreço por sua cooperação em manter-se em suas terras.

Azriel odeia os Lestrígones, os gigantes carnívoros assustadores são horríveis, o que é mais horrível ainda é seu cheiro, carne podre. Ninguém com um cérebro se colocaria em seu caminho, eles assustam até mesmo demônios como os Dybbuk. Devorar a alma de um Dybbuk é um presente enorme para um Lestrígones, eles não veem um há muito tempo, pelo que foi informado. Sempre fiz questão de manter meus animais de estimação separados em suas próprias terras, essa é a primeira vez que permito que um deles devore o outro.

Ando até a cozinha e me sento, Kyler está fritando ovos, no momento em que me sento. Seus olhos vêm em minha direção, posso dizer que está curioso sobre minha visita ao meu irmão e como pretendo lidar com Oberon.

— Então? — Quebra o silêncio.

— Então. — Repito, esperando que ele formule sua pergunta.

— Não jogue essa merda, como foi com o seu irmão?

Estudo minhas unhas, preciso de uma nova cor de esmalte.

— Foi uma surpresa encontra-lo naquele lugar, ainda mais na presença de um Dybbuk.

Foi a primeira vez que tive medo de que o mundo em que vivo e seu mundo se cruzassem, não gosto de imaginar uma criatura demoníaca na mesma sala que meu irmão.

— É natural que criaturas escapem, elas rondam aquele mundo, é por isso que estamos aqui.

— Capturar o mal e punir os malvados. — Zombo. — Tenho várias almas humanas para saber que eles são tão maus quanto algumas dessas criaturas. O que me irrita é não poder me aproximar deles.

— Esteve com seu irmão esta noite. — Lembra.

— E ainda não ouvi nada do Oberon, talvez ele esteja decidindo como me destruir.

— Oberon não vai fazer isso. — Diz. — Acho que ter ficado grata a ele por ter a oportunidade de se despedir, ajudou. Foi a primeira vez que ele viu um sentimento bom para com ele e um humano.

— Michael é...

— Um humano, algo a qual detesta.

— Talvez ela esteja se perdendo no personagem. — Azriel entra, o mal cheiro o perseguindo. Uso minha magia para livrá-lo do mau cheiro. — Obrigado.

Dou de ombros, foi mais por mim do que por qualquer outra coisa.

— Como foi? — Kyler pergunta.

— Todos ficaram gratos com o seu presente e desejam saber se há algo que queira. — Azriel interpreta errado a pergunta.