Porta

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—Muito obrigada pela presença, foi um prazer conhecer vocês. — Ron se despedia de mais uma família que ia embora, deixando a casa praticamente vazia.

—Essa garoto é meio estranho, não acha? — Josh perguntava para Noah, olhando para quem acabara de sair de sua casa.

—O May? Ele é tipo aqueles caras populares de filmes. Se acha demais, só isso.

Os dois viram sua conversa interrompida quando Ale Hidalgo se aproximou do sofá onde estavam sentados. Assim que notaram sua presença, levantaram imediatamente.

—Nós já vamos? — Noah pergunta para a mulher que o havia trazido.

—Nós? Achei que ia ficar aqui. — Josh sussurra baixinho, para que só Noah pudesse ouvir.

—Esse é o problema. — Ale estava com uma feição preocupada estampada em seu rosto. — Não encontro Sabina em lugar nenhum, achei que ela estava com vocês.

—Não, ela disse que ia ao banheiro e não a vi mais. — Noah começava a ficar preocupado também.

—E eu estive com Noah esse tempo todo. Já tentou ligar para ela?

—Já, não atende de jeito nenhum. — Fernando aparece ao lado de Ale, com o celular na mão.

—Será que ela não foi embora com alguém? A lista de convidados não era muito grande, eu e Noah podemos entrar em contato.

—Se não for um incômodo, agradeceríamos imenso. — Ale já não fazia mais nenhum esforço para esconder sua preocupação.

—Fale com os meus pais, eles vão ajudar vocês a procurar pela casa, e se for preciso nas ruas. — Josh aponta em direção da cozinha, onde seus pais se encontravam. — Noah, vamos subir, a lista está no meu quarto.

Os pais de Sabina agradeciam mais uma vez, e logo os garotos subiram as escadas em passos rápidos, chegando em frente a porta do meio do corredor. Josh empurra a maçaneta imediatamente, porém a porta trava.

—Ué, eu não me lembro de ter trancado. Ainda bem que sempre ando com uma chave reserva de tudo.

O loiro remexe um pouco nos bolsos do paletó e logo retira um molho de chaves, escolhendo aquela que encaixava perfeitamente na fechadura de seu quarto.

Não demorou muito a achar, e logo destrancou a porta, a abrindo.

__________

Linsey havia acabado de chegar de mais um dia cansado de trabalho no Dave's. Deu um "oi" para Riley, seu melhor amigo, que arranjou um cantinho para que ela pudesse ficar enquanto não conseguia um lugar para si própria.

Chegando em seu quarto, a garota sorriu para um potinho cor de rosa cheio de adesivos da Hello Kitty. Felizmente, guardava dinheiro para a faculdade desde que se entendia por gente, e com o seu novo trabalho estava quase completando a quantia necessária para finalmente poder sair daquela cidade e realizar o seu sonho.

Linsey foi arrancada rapidamente do seu devaneio ao ouvir um estrondo vindo do lado de fora de seu quarto. A casa não era muito grande, uma sala pequena que se juntava com a cozinha, dois quartos e um banheiro compartilhado. Correu para fora imediatamente, vendo a porta da casa tremendo e Riley a olhando assustado, do lado dela.

—Quem é?

—Eu não sei, só começaram a bater do nada. Será que é a polícia por causa da maconha?

—Ai menino, sai daí. — Linsey tomou a dianteira da porta. — Ou você fala quem é, ou vai bater assim na tampa do caixão! — Gritou.

—Linsey, abre a porta. — Um arrepio subiu pela sua espinha ao ouvir aquela voz.

—Se eu não sou bem vinda na sua casa, você também não é aqui.

—Linsey, abre a porta. — A frase saía cada vez mais pausadamente, com o ódio crescente em sua voz.

—Riley, vai por quarto. — A garota disse, baixinho.

—Não vou te deixar aqui sozinha com ele.

Linsey mostrou o canivete que tinha escondido no bolso. — Vai pro quarto e chama a polícia.

Riley obedeceu a amiga, a deixando sozinha na sala. Linsey respirou fundo e abriu a porta, revelando o homem que uma vez chamara de pai.

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Um vestido vermelho rasgado no chão. Uma calcinha de renda da mesma cor jogada em cima da sua escrivaninha. Algumas decorações derrubadas ou até quebradas. Marcas de sangue em seus lençóis. Uma garota nua, desmaiada, com marcas de hematomas e arranhões por todo o seu corpo jogada em sua cama. Josh quis vomitar só de ver a cena. Fechou os olhos imediatamente em respeito à amiga.

—Noah...

—Sabina! — O garoto gritou, indo em direção à amiga. —Sabina, acorda por favor. — Ele pegou a amiga nos braços, a tampando com o lençol.

Josh já havia descido as escadas em busca dos seus pais. Felizmente, os encontrou rapidamente, pensando que o primeiro lugar em que procurariam seria a sua garagem.

—Nós a encontramos. Estava no meu quarto.

Todos suspiraram de alívio, se apressando para ir de encontro à garota. Porém Josh travou a passagem.

—Filho, que isso? Sai da frente. — Ursula reclamava, sem entender o porquê do garoto estar dificultando as coisas.

—Eu acho que deveria avisar antes... — Beauchamp suspirou. — Não encontramos ela em um bom estado.

—Como assim?

__________

—Cadê eles? — O homem adentrou a casa, vasculhando todos os cantos sem se preocupar com o que desarrumava.

—Ei, isso é invasão de propriedade, eu não te convidei para entrar.

—Cadê eles, Linsey? — Mark gritou, segurando a menina pela gola de sua camisa, com os seus olhos transbordando de raiva.

—Eles quem? — Linsey gritou o mais alto possível, sem tentar se debater.

—Não se finge de burra, garota. — Mark deu um tapa no rosto da garota, que continuou olhando no fundo de seus olhos sem alterar a expressão de desprezo. — Onde estão Wendy e Noah?

—Espera. — Linsey deixou escapar um vislumbre de preocupação em seu olhar. — Eles não estão em casa?

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⏰ Terakhir diperbarui: Jan 20, 2023 ⏰

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