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Não esquece de dar a estrelinha ajuda muito a fic, e comenta bastante, boa leitura.

LOUIS

O choque do momento foi quase paralisante. A mão de Harry estava na minha, tremendo e me dizendo boa sorte, mas minha mente estava a um milhão de quilômetros de distância, fixada no cartão-chave caído no chão no canto sob a câmera.

Ele tinha feito o impensável. O impossível. Eu estava sonhando? E por quê que isso estava acontecendo? Se eu fosse apostador, teria perdido a casa. Quando acordei naquela manhã, tinha certeza de que tudo estava acabado. Harry estava muito preso a regras. Muito conformado. Não importa o que ele acreditasse, não importa o quão incansavelmente eu o convenci, eu não pensei que ele fosse capaz de correr esse tipo de risco.

Eu estava tão, tão errado.

A evidência estava a menos de um metro e meio de distância e eu não conseguia tirar os olhos dela.

Harry soltou minha mão. Na fração de segundo antes de ele se virar, nossos olhares se encontraram. A tensão em seu rosto puxou as rugas ao lado de seus olhos. O homem estava atormentado. Amedrontado. Sua mandíbula era como ferro, sua pele drenando para um cinza desbotado e doentio. A tensão irradiava dele em ondas. Eu não tinha como tranquilizá-lo. Ainda não.

Harry desviou o olhar para a porta e, em um flash, ele se moveu, escapulindo sem dizer uma palavra. Eu precisava agir rápido, ou perderia a janela. A porta não se trancou atrás dele, e eu estava me movendo, voando em direção ao cartão-chave caído e empurrando-o na frente da minha calça de moletom antes que um ordenança viesse me trazer de volta para a área comum.

Eu estava empolgado, meu sangue rugindo pelo meu sistema. Meus pensamentos fugiram do controle enquanto eu considerava o que tinha que fazer. Harry me deu a chave - literalmente - mas ele não seria meu guia. Se dependesse de mim...

Suas palavras vieram à tona. Ele me avisou. Harry me deu um prazo. Eu tinha menos de vinte e quatro horas antes que essa oportunidade expirasse. Eu não tinha dúvidas de que ele tinha a intenção de escrever um relatório e entregá-lo ao diretor como ele havia sugerido. Ele faria seu trabalho. Se eu ficasse por perto para ver os resultados dependia de mim. Era sair agora ou ir para a cadeia.

Eu mal tive tempo para processar as evidências que ele apresentou. Duas meninas sem-teto em um necrotério. - Queimaduras Químicas Este não foi uma coincidência.

A porta clicou, destrancando. Um ordenança que conheci apenas quando Jared enfiou a cabeça para dentro. Ele usava uniforme cinza e uma atitude indignada. Ele era todo forte e intimidador. Suponho que com o que as enfermeiras lutaram alguns dias, foi uma atitude desenvolvida no trabalho.

—Vamos lá.

Jared era um homem de poucas palavras. As salas onde os médicos conduziam suas sessões ficavam fora do corpo principal da enfermaria, o que exigia que os pacientes fossem acompanhados por uma enfermeira com um oficial de segurança acompanhando cada movimento nosso. Era uma configuração mal projetada e resultado de uma construção antiga com poucas restaurações. Eu segui Jared de volta para o corpo principal da enfermaria e para a área comum. Os oficiais raramente entravam na enfermaria. Eles fizeram rondas nos corredores além, garantindo que todos estivessem bem trancados.

O cheiro do almoço cozinhando espalhou-se pelo corredor, vindo da sala de jantar, e pairou no ar. Isso me lembrou dos meus dias de colégio e do cheiro enjoativo da comida do refeitório.

not what it seems Where stories live. Discover now