Capítulo 10

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Venice mal pode raciocinar direito o que aconteceu, desde que Pete arrastou Noeul com pressa para fora da sala. Ele e Vegas só tendo tempo de segui-los, enquanto faziam a varredura do perímetro para manter o caminho limpo de inimigos.

Sinceramente? Queria voltar e arrancar cada um dos crânios daqueles desgraçados, para forjar um colar e usar como prêmio de consolação por todas as horas perdidas e estresse.

Sua exaustão física e psicológica, oriundas dos últimos dias de treino extensivo e noites mal dormidas, levando o seu humor a se deteriorar bastante, ao passo que se segurou ao máximo para não descontar parte de suas frustrações em seu pai.

O mais velho também aparentando estar de "poucas conversas", visto que encarou Pete e Noeul como se seus olhos fossem capazes de despejar lasers, o que de fato não era algo surpreendente, levando em consideração o temperamento explosivo do mesmo.

Ainda assim, quando alcançaram o terraço, seu outro pai se viu na obrigação de dar o braço a torcer, permitindo que Vegas tomasse conta do restante da operação, orientando a sua equipe de evacuação para que pudessem escapar o mais breve possível do lugar.

E Venice, por permanecer sem saber ao certo como abordar Nuttarat novamente, acabou se colocando na retaguarda do citado, fazendo questão de checar uma segunda vez se os cabos de proteção estavam devidamente fixados naquele corpo miúdo.

Merda! Havia tanta coisa que ele gostaria de dizer!

Sua conversa anterior com Vegas estando fresca em sua mente conturbada.

Como explicar para outra pessoa que você é um doente fodido, que sempre encontra um jeito de estragar tudo e afastar os outros?

Não teria como...

Theerapanyakul crispou os lábios, olhando analítico para a forma como Noeul fechou as orbes e se deixou ser puxado da área aberta para o campo baldio atrás da edificação.

— Estou indo primeiro. — E, não querendo mais ouvir as brigas incessantes de seus pais, agarrou a primeira oportunidade que tinha de escapar dos mais velhos, se despedindo com um simples balançar de cabeça.

Ao aterrissar, sua maior prioridade sendo verificar a integridade de Nuttarat. — Você está ok?

— Eu estou bem, Pi. — O mesmo suspirou, se encontrando muito cansado, com os fios de cabelo grudados na testa devido ao suor e tensão.

Ele não aparentou querer dialogar, respirando pesado e tremelicando um pouco, devido a um provável medo de altura, por isso Venice também não o empurrou para falar mais nada.

...Ele realmente tinha fodido com tudo.

— Vem, vamos sair daqui. — Tomando as rédeas da situação, o herdeiro da segunda família organizou os seguranças e colocou o mais novo na sua frente, para que pudesse visualizar o que acontecia e intervir caso algum ataque surpresa fosse proferido contra eles.

Felizmente, os criminosos permaneceram dentro do prédio, alheios ao que se desenrolava no exterior, por isso não demorou para alcançarem o acampamento à paisana onde se localizavam os outros.

— Oh, meu deus, Noeul! — Um garoto, presumivelmente amigo do citado, correu em suas direções assim que os viu, abraçando o jovem estudante apertando com os olhos cheios de lágrimas.

— Sky!

Prapai e Syn caminharam mais adiante.

E Macau, depois de um tempo, deu as caras de um jeito preguiçoso, com o celular em mãos.

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