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{ coração a mil à hora ; se é que me entendes ; ideia sem sentido bastante próxima de uma crua realidade. }

Ashton Irwin.

As ações antecipavam os meus pensamentos em qualquer situação que fosse. Um comprimido não fora o bastante para mim, nem para o resto do grupo, fazendo-nos, por isso mesmo, exagerar na dose consumida. Não sei ao certo quantos tomara mas tenho uma pequena noção que rondaram os cinco, ou talvez seis.

Não sei se sou eu que procuro pela inconsciência ou se é a inconsciência que me persegue a mim.

As pupilas dos meus olhos dilataram-se, involuntariamente, e as luzes alternativas deste espaço trivial ficavam mais ofuscadas. O meu batimento cardíaco estava acelerado e não sabia se era devido ao facto de eu me encontrar encostado à enorme coluna de som que alegrava todas as pessoas ou se era devido à droga ilícita que eu já havia ingerido. De qualquer das formas, o desconforto do meu estado físico chegava a ser estranhamente agradável e bastante divertido.

Fazia intenções de enrolar um cigarro, para puder acrescentar o que pretendesse no mesmo, mas saberia que isso iria anular por completo o meu estado de espirito eufórico, causado pelos comprimidos que Andrew me fornecera. Estou em dívida para com ele e o sacana fizera questão de me relembrar numa das vezes que me passara a pequena alegria para as mãos.

Encosto os meus lábios, gretados e pálidos da secura, à beira do copo rasca de plástico e, após um pequeno golo, molho-os um no outro, na tentativa de os hidratar com a refrescante e deliciosa cerveja que tinha em mãos. O meu corpo, irrequieto, movimentava-se ao som de uma música da qual eu nem apreciava muito. Porém, não o conseguia impedir pois era como se o mesmo me implorasse, indiretamente, para me mexer, para me estimular.

- Estás aqui sozinho? - Andrew questiona com um sorriso de orelha a orelha após me dar uma toque brusco no ombro, fazendo alguma da minha bebida ser desperdiçada para o chão. Por sorte que não atingira o meu calçado pois caso isso acontecesse, e da forma como estou agitado, eu passar-me-ia com ele.

- A menos que a coluna do som conte como alguém, sim. - comento com um tom bem-disposto e ligeiramente divertido, adicionando ainda, unicamente para dar mais firmeza à minha posição trocista, um revirar de olhos.

- Estás-te a divertir? Porque é que não vais ter com a Scarlett? - O rapaz dos piercings intromete-se acabando com o resto da sua grande caneca, anteriormente bem abastada, de cerveja. Dou de ombros, mostrando um interesse reduzido para com a rapariga rude, a única com a capacidade de conseguir acelerar o meu coração mais do que as drogas estimulantes, e levo o cigarro de encontro aos meus lábios fumando o seu ar quente, ardente.

- Não sei, meu. Ela parece estar bem sem mim, quero dizer, olha bem para ela. - eu transmito-lhe alto, colocando o meu olhar na lindíssima rapariga que sorria abertamente para o rapaz de cor negra, Lowan. Ela estava sublime esta noite e a sua animação contagiante era o bastante para fazer todos, em seu redor, sorrirem. - Além disso, depois da nossa discussão, não acho que ela me vá falar com grande vontade e alegria.

- Pois, talvez estejas certo... A Scarlett é uma rapariga muito impulsiva e, infelizmente, nem sempre consegue medir as suas palavras.

- Verdade... - eu respondo-lhe em concordância com um volume elevado na voz, para que a minha fala se tornasse audível. Não é muito fácil comunicarmos desta maneira por estarmos tão perto da coluna de música, mas por estarmos num mundo tão à parte, iluminado pelas substâncias ilícitas, nada nos preocupa.

Tudo parece sempre tão fácil desta forma...

- Bem, meu, a festa está tão boa que eu vou aproveitá-la ao máximo. Além disso, a droga está a bater tanto agora que se ficar mais um tempo aqui parado vou acabar por enlouquecer! - Andrew exclama entre gargalhadas compondo os seus cabelos morenos e arregaçando um pouco melhor as mangas na sua camisa de ganga, expondo, por isso, uma maior área da sua pele tatuada. - Oh e tu já viste as raparigas que cá estão? São todas tão boas e, pelo que a Yara me disse, algumas até são universitárias!

Inconsciência  》 irwinUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum