11.

3.8K 354 18
                                    

{ não é um encontro ; rico no Havai devido à lotaria ; a generosidade da morena ; algo que não pensava conseguir. }

↠ Ashton Irwin.

O cabelo ondulado de Scarlett baloiçava à medida que ela caminhava de forma natural, mostrando o enorme cuidado que ela devia ter para com o mesmo. Era visível que Scarlett gosta de cuidar de si. A forma discreta como ela usava o lápis nos olhos e a sua forma de vestir diziam muito da morena.

Eu caminhava a seu lado, ainda que estivesse atento para onde ela ia, visto que não fazia a mínima de para onde ela quer ir. A minha postura era passiva, mãos nos bolsos e um olhar cheio de curiosidade colocado na rapariga que tanto desperta a minha atenção. Por vezes, as rugas que Scarlett formava, inevitavelmente, na sua testa davam a entender incompreensão de algo.

- Não dizes nada? - Acaba por questionar.

- Para onde vamos?

Scarlett olha as horas e deixa transparecer um sorriso nos seus lábios. Miro-a, atentamente, enquanto ela elaborava a ação e sou incapaz de esconder um sorriso. Dou um ajuste nas minhas calças, que teimavam em descer de forma gradual e lenta pelas minhas pernas magras, e, logo de seguida, passo as mãos pelo meu cabelo claro e repleto de caracóis, no quão devo desde já afirmar que é muito de compor.

- Ainda temos tempo.

- Tempo? Para quê? - Visto que a resposta estava a demorar a chegar delibero insistir. - De que estás a falar?

- Podes deixar as coisas comigo? - Scarlett pergunta retoricamente, antes de se rir.

- Não sei se deixar uma rapariga tomar conta do primeiro encontro é boa ideia.

- Sonhas alto, Ashton. Pensas mesmo que isto é um encontro?

- Quando um rapaz e uma rapariga saem juntos, após um convite, trata-se de um encontro e é meu dever relembrar-te de que foste tu a convidar-me.

- Mas isto não é um encontro. - Ela finaliza, fazendo-me perceber que ela tem prazer em ter sempre a razão do seu lado. Já me havia apercebido desse seu traço de personalidade mas agora, que a começo a conhecer melhor, vejo o quão complicado é o seu feitio e o quão difícil deve ser aturá-la. Contudo, há algo que me deixa cativo nela.

Quando, finalmente, saímos do interior da escola, confirmo que se encontrava um dia quente, como previsto pela meteorologia e pela minha avó. Todas as manhãs, a senhora olha pela janela e faz uma previsão do dia. Se a lotaria fosse tão certeira como as suas previsões, eu neste momento estaria rico e no Havai.

A rapariga morena, assim que se depara com este ambiente abafado, despe o seu casaco e aproxima-se de mim. Demasiado, devo salientar. Para a conseguir observar, baixo ligeiramente a minha cabeça, isto devido à nossa diferença de alturas, e acabo por reparar que ela se encontrava a sorrir. O seu rosto está quase a tocar no meu peito e eu não consigo entender o motivo desta proximidade toda. Scarlett é alguém de personalidade muito complicada, segundo posso concluir pois, tanto está bem como, de repente, tudo muda e finda mostrando a sua faceta mais temível. Se Scarlett fosse um livro diria que está noutra linguagem pois é-me completamente difícil de decifrar. Talvez com o tempo a consiga entender, tal e qual a aprendizagem de uma língua estrangeira, mas neste momento sinto-me baralhado com todas estas alterações de espirito.

As mãos da morena de olhos claros entram pelos bolsos do casaco adentro sem um prévio aviso, deixando-me, ligeiramente, incomodado com o seu à vontade para comigo. Não esperava uma atitude desta e, juntando a outras atitudes, posso tomá-la como maluca.

Inconsciência  》 irwinWhere stories live. Discover now