Mais Que Amigos-Genmui

Memórias - Parte 2

—Você tá bem? —Muichiro questionou, inclinando um pouco sua cabeça para o lado enquanto encarava o mais alto.

—Aham, por quê? —O garoto respondeu enquanto comia.

—Você já tinha esse negócio no rosto? —O mais novo perguntou referindo-se a marca que havia no rosto de Genya, uma cicatriz, pra ser mais preciso.

Genya parou de comer por um instante e colocou sua mão no rosto, em cima da cicatriz, se lembrando do terrível momento em que ele havia ganhado aquela marca.

—É óbvio que ele não tinha, Muichiro! —Yuichiro repreendeu o irmão, o mais velho havia passado algo em torno de 6 semanas sem ir ao colégio e depois voltou com aquela marca no rosto, até mesmo os coleguinhas que não tinham nem trocado uma palavra sequer com Genya foram lhe perguntar o que era aquilo.

—Ah... Mas o que é isso, Genya?

—Isso...? —O garoto parou por alguns instantes, mas voltou a falar como se fosse algo normal —É uma cicatriz, ué! Nunca viu uma não?

—É uma cicatriz de que? —Muichiro, que nunca parava de perguntar, com certeza não deixaria o maior quieto enquanto não soubesse tudo sobre aquela marca.

—Eu tenho mesmo que falar sobre isso...? —O moreno abaixou um pouco o tom de voz, por mais que fossem seus amigos mais próximos (apesar de só se conhecerem a cinco meses), O garoto nunca havia falado sobre seus problemas em casa.

—Tem.

—Deixa ele quieto, Mui, e se ele não quiser falar?

—Não, tá tudo bem, eu falo —Disse terminando de comer e começando a tal história.

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—Pai, para!! —Sanemi gritou desesperadamente do canto da sala.

A cena em sua frente era de se traumatizar, sua mãe caída no chão com o rosto machucado, sem contar das marcas de enforcamento em seu pescoço, e os irmãos de Genya balançando sua mãe tentando lhe acordar.

Essa não era a primeira briga dos pais de Genya, mas provavelmente a última. Seu pai era um homem muito problemático, ele sempre saia nos finais de semana sem dizer aonde ia e voltava bêbado, Sanemi sempre tentava impedir mas acabava sempre apanhando ou sendo jogado longe.

Mas naquele dia, Sanemi não estava sozinho, Genya, o segundo irmão mais velho estava próximo a ele, com medo do que havia acontecido com sua mãe.

—MÃE!! MÃE, ACORDA!! —Sumi, irmã de Genya, gritou enquanto balançava sua mãe, logo sendo arremessada para um canto da sala por seu pai.

Genya se abaixou atrás de seu irmão e tapou seus ouvidos, enquanto pedia para que aquilo acabasse, quando viu Sanemi "sumir" de sua frente e a sombra de seu pai aparecer, pois sua visão estava embaçada por conta das lágrimas.

O pequeno sentiu seu cabelo ser puxado e foi arremessado na mesinha de centro, a quebrando junto com tudo que havia ali, fazendo com que um dos cacos de vidro voasse em seu rosto, fazendo um corte um tanto profundo, além dos cortes em seus braços e pernas.

Genya não conseguia mover um músculo, muito menos sabia o que fazer, as brigas de sua família nunca haviam atingido aquele nível.

O garoto só ficou ali, caído no meio dos cacos com algumas gotas de sangue em volta, em determinado momento, o menor começou a sentir que estava perdendo a consciência, ele foi apagando aos poucos, enquanto assistia aquilo, a última coisa de que se lembrava era da porta da frente sendo aberta com agressividade e algumas pessoas - Que na visão embaçada de Genya pareciam policiais - Entrando na sala, após isso, o moreno apagou completamente.

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—Mas tá tudo bem, afinal, eu já to melhor! —Genya sorriu, mas dava para ver um fundo de tristeza naquele sorriso.

—Mas Genya, isso é muito triste, a sua mãe e seus irmãos tão bem? —Yui perguntou, olhando para o maior.

—Tão sim, e meu pai não mora mais com a gente —O garoto disse, feliz com aquela notícia —Às vezes, eu até tenho medo que ele volte, mas o Aniki disse que ele não vai voltar.

—Aniki? —O Tokito mais novo questionou.

—É, o Nemi, eu gosto de chamar ele assim.

—Que apelido fofinho —Yuichiro disse enquanto mexia em sua franja.

—Sim, mas ele disse que é fofo demais, e que não gosta dele, mas eu sei que ele gosta sim!

—Se eu chamasse o Yui assim ele me bateria —Mui admitiu, deitando sua cabeça em cima da mesa do pátio.

—Melhor do que cabelo de alga.

—Isso foi indireta pra mim? —Genya o olhou cruzando os braços.

—Não sei, se a carapuça serviu —Deu de ombros.

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—Nemi, eu posso sair? —Genya parado num dos últimos degraus da escada, pois seu irmão estava sentado na sala.

—Depende, você vai aonde?—O rapaz respondeu sem tirar os olhos da TV.

—Na casa do Mui e do Yui, a gente tem que fazer trabalho.

—Pode, mas já dorme lá de uma vez, vai chover essa noite.

—Beleza! —O mais novo subiu as escadas correndo, e foi em direção ao seu quarto novamente.

—NÃO DEMORA, EU VOU TE LEVAR LÁ —O grisalho gritou.

—TÁ BOM! —O garoto fechou a porta de seu quarto e pegou seu celular, indo em direção ao seu armário.

—Ele deixou? —Diferente do normal, quem estava do outro lado da linha era Yuichiro, porém, pelo celular do irmão.

—Sim, cadê o Muichiro? —Genya questionou segurando o celular no ouvido enquanto procurava alguma roupa no armário (que estava bem bagunçado, por sinal).

—Acho que tá na sala, parece que ele se distraiu e agora tá fazendo alguma outra coisa.

—Ele não tem jeito mesmo —O mais alto balançou um pouco sua cabeça em negação.

—Realmente não, que horas cê chega aqui?

—Daqui a pouco, o Aniki vai me levar.

—Vai voltar a usar esse apelido com ele denovo? —Yuichiro riu um pouco —Ele vai te quebrar na porrada se te ouvir chamando ele assim.

—Ele pode ser durão, mas eu sei que na real ele gostava desse apelido sim.

—Tenta a sorte então, vou te esperar no portão —Antes de desligar, o garoto disse uma última frase —Se isso der merda, não diga que eu não avisei.

—Vai se fuder, Yuichiro.

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Mini-aviso!!

Eu queria pedir desculpas por não ter postado anteontem, eu to doente e bem cansado, então tá sendo bem difícil conseguir escrever a tempo, mas espero que entendam que eu não vou abandonar essa fanfic, só vou dar uma pausa maior de tempo entre os capítulos, tanto pra mim descansar quanto pra não deixar de postar, e é só isso mesmo, muito obrigado por ter lido esse aviso até o final :)