Capítulo 8

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CELINA
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Dia seguinte: 8:00hrs da manhã

Arrumei a minha bolsa e andei até a penteadeira verificando o meu cabelo, passei perfume e me sentei na poltrona calçando meus saltos.
Por incrível que pareça, eu consegui me levantar cedo, passei a noite inteira pensando no Héctor, estava ansiosa por receber uma ligação dele, mas ao mesmo tempo apreensiva pela probabilidade de ele não ligar.

Eu sei, estou tendo esperanças demais, nós nos conhecemos faz apenas algumas horas, mas era inevitável não ter qualquer tipo de fantasia com aquele homem.
Peguei nas minhas coisas e saí do quarto, desci as escadas correndo e andei até á mesa, onde já estavam todos tomando o pequeno almoço. Pousei a minha bolsa na lateral da cadeira e me sentei. Estava um silêncio absoluto, peguei no croissant e coloquei geleia de morango, servi meu chá e comecei a comer.

_ Como foi ontem, Filha?_ Perguntou o meu pai sorrindo.

_ Ah, foi bom!_ Falei sorrindo também.

_ Deve ter sido mesmo, para estar radiante desse jeito!_ Falou o Jayme me olhando e eu assenti.

_ Que bom, querida!_ Falou o meu pai bebericando seu café puro_ O Samuel fez muito bem de te levar para sair, ele é um ótimo rapaz!_ Falou o meu pai.

Nesse momento eu disfarcei qualquer reação na xícara de chá. Minha mãe olhou para mim por um tempo e depois jogou o guardanapo na mesa, cruzando os braços de seguida, ainda me encarando.

_ Mas, você não voltou com o Samuel, não é mesmo?_ Falou a minha mãe e eu suspirei.

_ Como assim? Você veio de táxi, filha?_ Perguntou o meu pai preocupado.

_ Não, Pai!_ Falei e a minha mãe fez cara de poucos amigos.

_ Quem era aquele homem, Celina?_ Perguntou a minha mãe e eu engoli a seco.

_ Maninha, o que você está aprontando?_ Falou o Jayme debochado e o meu pai o advertiu com o olhar.

Eu não acredito que a minha mãe me viu chegar, era só o que me faltava. Agora ela ia fazer um caso desse assunto. Mamãe é preconceituosa e jamais olharia para o Héctor do mesmo jeito que eu o olho.

_ Ele chama-se, Héctor, mamãe!_ Falei e ela revirou os olhos _ Conheci ele ontem!_ Falei quase sem voz.

_ Minha filha, mas como você vem de carro com alguém que mal conhece?_ Perguntou o meu pai meio bravo.

_ Isso nem é o pior... você tinha que ver aquele homem, naquele carro de pobre, a nossa filha perdeu o juízo!_ Falou ela horrorizada.

_ Mãe, não é para tanto!_ Falei.

Meu pai não sabia o que dizer nessas horas, ele não era daquele jeito, disso eu sei, mas no fundo eu também sabia que ele queria o melhor para mim e nesse momento, o melhor para mim era o Samuel ou alguém como ele.

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12:34hrs da tarde

Olhei para o meu relógio de pulso e me dei conta que acabei me perdendo, já se passavam trinta minutos da hora do almoço. Coloquei as amostras no lugar e desliguei o computador. Preenchi a minha agenda e risquei as tarefas completadas, fiz um último check up no processo sobre a mesa e decidi dar uma pausa.

CELINA Where stories live. Discover now