Onde Rosalind Delacour não esperava que toda a sua vida virasse de cabeça para baixo apenas por causa de uma viagem ao Egito e um cara que conheceu no bar, mas agora já era tarde demais para se arrepender.
Capa por @s-spiderwho
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MEU CORPO TODO DOÍA, MAS NÃO era novidade considerando tudo o que havia acontecido.
O som de vozes ao meu redor me despertou, mas demorou para que eu conseguisse abrir os olhos e entender onde estava. Por um momento, temi que ainda tivesse na Mansão Malfoy e que assim que percebessem que estava acordada, uma nova rodada de tortura iria iniciar.
Meus medos não se tornaram realidade e percebi que estava em um lugar diferente, que parecia aconchegante.
— MANA.
Algo se choca contra o meu corpo e leva alguns momentos para perceber que é a minha irmãzinha mais nova. Gabrielle estava me abraçando com força, o que ao mesmo tempo que era uma ação apreciada, também me fazia querer chorar de dor.
Felizmente, alguém a afastou delicadamente e eu respirei de alívio.
— Filha, ficamos preocupados com você.
Encarei a minha mãe, eu nunca havia a visto em um estado que não fosse perfeito, mas agora havia olheiras profundas embaixo dos seus olhos, sua pele estava pálida e ela parecia ainda mais magra. A cena me assustou e por um momento, me perguntei quanto tempo havia passado.
Contar os dias enquanto está sob constante tortura não era fácil.
— O-oi.
Appoline e Monsieur Delacour me ajudaram a sentar na cama, notei que Fleur também estava ali, no canto do quarto e com uma expressão que eu não conseguia identificar em seu rosto.
— Do que você se lembra? — papai perguntou, preocupado.
Respirei fundo, como eu poderia explicar que lembrava de absolutamente tudo?
— Eu estava no meu apartamento quando os Comensais apareceram — murmurei — e… Fui levada para a Mansão Malfoy, eles queriam que eu me juntasse ao círculo de você-sabe-quem.
As expressões em seus rostos fizeram o meu coração doer.
— Você está segura agora, querida.
A porta do quarto se abriu e eu me surpreendi ao ver Bill ali, com uma expressão exausta. Seus olhos se arregalaram ao me ver e ele se aproximou, sentando-se na beirada da cama e me olhando com atenção.
— Como está?
— Com dor?
Ele concordou prontamente e levantou, saindo do quarto para, aparentemente, indo buscar alguma coisa.
Um silêncio dominou o local e Gabrielle voltou a me abraçar, mas de forma mais delicada e que não provocou tanta dor. Com certo esforço, consegui colocar os braços ao redor da garota.
Fleur se aproximou lentamente e de forma tímida, também se juntou ao abraço. Eu não lembrava da última vez que havia a abraçado, nossa relação estava péssima nos últimos meses e mal conseguiamos ficar na mesma sala sem ignorar a presença uma da outra ou iniciar uma briga.
