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Victória 👛

Nove meses de gravidez completos, minhas costas doíam e era um sacrifício até pata eu respirar. Benício esses dias não mexeu, ou seja, eu tive motivos o suficiente pra ir no hospital, mas graças a Deus tudo certo, só meu lindo quietinho, se preparando pra vir ao mundo.

João Pedro está trabalhando, como sempre. Entendo que ele faz para o nosso bem e admiro a força de vontade dele, sei que faz pra manter um estilo de vida confortável, tanto pra mim quanto para o nosso filho. Mas as vezes eu sinto falta, principalmente por ficar mais sozinha durante a tarde, né?

Estou finalizando minha pós-graduação também, e com isso a reforma do studio está a todo vapor, a coisa mais linda e do jeito que eu sempre sonhei.

Brinquedos e mais brinquedos para eu organizar, não sei o que se passa na cabeça do João. Ontem chegou aqui em casa uma piscina com quinhentas bolinhas, e eu não faço a menor ideia de onde colocar!

Sai do meu banho, e coloquei uma calcinha e um sutiã, fazendo um coque no cabelo. Parei em frente ao espelho, e espalhei o óleo na minha barriga, reparando o quanto ela estava grande.

Coloquei um vestido da farm, florido e calcei uma papete no pé, coloquei tudo o que precisava na bolsa e joguei perfume no meu corpo, antes de sair do quarto.

Victória : Já vai, dona Roseli? -Perguntei entrando na cozinha e abri a geladeira pegando um copo de água.

Roseli : Só finalizando umas coisinhas aqui, meu bem! -Passou o pano na mesa. -E você, vai onde com essa barriga enorme?

Victória : Ir levar a senhora em casa e aproveitar pra passar no mercado. -Apontei pra ela. -Deixa essas coisas ai, não tem mais nada pra senhora se preocupar, fica tranquila.

Roseli : Misericórdia menina, de forma alguma! Não precisa preocupar comigo não, daqui pro ponto é um pulo.

Victória : É caminho, e eu faço questão. João foi trabalhar de moto hoje e deixou a chave do carro, onde já se viu, se eu já estou indo, eu levo.

Roseli : Deus te abençoe, viu! Abençoe muito, você e essa criança. -Eu sorri, murmurando um amém e dei espaço pra ela passar. -Só vou pegar minhas coisas.

Victória : No tempo da senhora. -Respondi e fui pra sala, peguei a chave e passei outra vez os dedos pelo meu cabelo molhado. Ela apareceu na sala e eu abrir a porta.

Descemos pelo elevador e eu liberei meu acesso na garagem, destravei o carro e entrei, após a dona Roseli. Liguei, e fiz os controles iniciais antes de passar a primeira e abrir o portão eletrônico, desci a rampa e dei de cara com a orla do Leblon sendo preenchida pelo por do sol.

Entrei com o carro, até conseguir pegar a principal, desenvolvi o carro e segui caminho pra casa da dona Roseli.

Victória : Senhora não tá mentindo pra mim, né? É aqui mesmo? -Perguntei e ela confirmou.

Roseli : Deus te abençoe, vigia essa barriga. -Eu sorri e me despedi dela, fiz o contorno e segui pro supermercado. Comprei o que era necessário, e paguei direto no débito.

-Senhora quer ajuda pra levar pro carro? -O embalador perguntou e eu ri. -Olha o tamanho da barriga, vou ajudar. -Eu agradeci, sorrindo e destravei o carro.

Ele muito bonzinho, tadinho. Colocou todo no porta malas pra mim, só não dei dinheiro porque ele não aceitou mesmo.

Liguei pro João, mas ele não atendeu, da mesma forma aproveitei que estava no caminho e fui direto pra concessionária. Estacionei no pátio e ele estava atendendo duas meninas, uma mais velha e outra mais nova.

Travei o carro e ele me viu, mandei um beijo e dei tchau de longe, apontando com a cabeça pro escritório, dando a entender que eu iria esperar ele lá. Ele piscou de volta, retribuindo o beijo e eu cumprimentei os meninos, andando.

Jp : Me espera lá, minha linda! -Falou quando eu passei próximo a ele e eu confirmei, adiantando meus passos pra não atrapalhar ele.

Sentei no sofá estofado ali e joguei os meus pés pra cima, peguei o meu celular e fiquei mexendo no Instagram, João demorou ainda, mas entrou e trancou a porta.

Jp : Veio me buscar? -Perguntou, se aproximando e eu puxei o rosto dele pra dar um selinho. -E ai, meu moleque. -Passou a mão na minha barriga e eu sentei, soltando a respiração.

Victória : Fui no mercado e resolvi passar aqui, comprei umas coisas que estavam faltando lá pra casa. Fechou  venda agora?

Jp : Graças a Deus. Pagar o salário dos moleque amanhã cedo. -Sentou do meu lado e eu apoiei o rosto no ombro dele, que ficou me encarando. -Qual foi que você toda linda assim pro mercado?

Victória : E você já me viu feia? -Ele ia responder, mas eu franzi o cenho, vendo a expressão facial dele mudar.

Jp : Não, pô. -Respondeu contra a minha boca. Segurei o rosto dele, que colocou a mão por baixo da minha nuca e me beijou, mordendo o meu lábio inferior.

Desci minha mão pelo pescoço dele, arranhando, e senti a mão pesada dele acariciando minha coxa, por baixo do vestido. Sorri, e ele se afastou, enfiando o rosto no meu pescoço.

Jp : Vou liberar os moleque, e a gente vai comer alguma parada na praia, o que você acha?

Victória : Por mim, ótimo. -Passei as unhas pela nuca dele, que se afastou, inclinando a cabeça pra trás.

Demorou um tempinho ainda, mas ele conferiu as notas do dia e liberou os meninos. Esperei ele trancar tudo, e entreguei a chave do quarto, já que a moto dele ficaria pra ele pegar amanhã.

Paramos em uma barraquinha na praia, e eu pedi um suco, com uma porção, fiz um coque no cabelo pelo suor e calor.

Jp : Depois que o Benício nascer, a gente podia pegar uma folga, né não? Ir pra qualquer canto, tô pilhadão, minha cabeça não aguenta parada de serviço mais.

Victória : Esperar ele fazer seis meses, meu bem! Melhor, vai tá maiorzinho, tendo uma alimentação mais prática.

Jp : Pode ser, vou vê o proceder disso ai. -Terminei de comer, conversando com ele. Finalizamos e eu esperei um tempo para levantar.

Victória : Amor! -Chamei, do lado da porta do carro e ele me encarou. -A bolsa, estourou.

Jp : Que? -Perguntou, dando a volta. -Deixa eu vê! -Mexeu na bolsa, que estava no meu ombro e eu revirei os olhos.

Victória : A bolsa, João Pedro! -Murmurei apreensiva, olhando pros meus pés e ele acompanhou o olhar.

Jp : Puta que pariu! -Passou a mão no rosto, e teve a reação de me abraçar???? -Qual foi amor, nosso pivete. -Falou todo empolgado e eu me afastei dele. -Que fita!!! E agora?

Victória : Agora eu preciso ir pro hospital, João Pedro!

céu e fé. Where stories live. Discover now