6 - Budapeste

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Maria acordou pela manhã com o pescoço dolorido devido ao mal jeito que dormiu. Em outros dias ela acordaria xingando Deus e o mundo por isso mas acabou sorrindo ao se lembrar da noite agradável que teve. Ela se levantou com cuidado para não acordar Natasha, ajeitou a coberta sobre a ruiva que ainda dormia praticamente sentada e acabou se sentindo um pouco mal por vê-la assim. Ela com certeza acordaria com o corpo doendo.

Depois foi até o banheiro fazer sua higiene matinal e então seguiu até a cozinha. Enquanto preparava o café, Maria se pegou pensando nos últimos acontecimentos de sua vida. Não só o dia anterior, mas aquele ano todo estava sendo uma merda, até Natasha chegar. A amizade com a ruiva realmente estava sendo uma grata surpresa.

— Bom dia - Maria desejou quando viu Natasha se levantar, a cozinha e a sala eram separadas apenas por uma ilha e alguns banquinhos

— Bom dia - a ruiva desejou abrindo a boca de sono - Que horas são?

— Seis e dez - respondeu após olhar o relógio na parede da cozinha

— Tem uma escova de dentes nova aí? - perguntou ainda sonolenta

— Na última gaveta do armário do banheiro, deixei uma toalha limpa lá também se quiser tomar banho - falou e Natasha murmurou um "obrigada" indo em direção ao banheiro

Depois de tomar um banho e vestir as roupas que Hill havia emprestado pra ela, Natasha seguiu até a cozinha para tomarem café.

— Já fez as malas? - Hill perguntou e Natasha franziu o cenho - Pra missão em Budapeste

— Ah, já sim - levou uma colher de cereal a boca - Fiz ontem antes de vir pra cá

— Obrigada por ontem - disse olhando no fundo dos olhos da ruiva

Pela primeira vez, Maria estava observando o quão verde eram as orbes de Natasha. Esmeralda. Foi a primeira coisa que ela lembrou.

Natasha apenas sorriu.

— Foi divertido

Elas terminaram o café em um silêncio confortável, Hill organizou a cozinha e Natasha a sala. Depois disso, Maria tomou um banho e se arrumou para ir para agência.

— Bom dia, Sr Luís - desejou ao porteiro que estava regando algumas plantinhas na entrada do prédio

— Bom dia, Senhorita Hill - lhe lançou um sorriso - Bom dia, Senhorita Romanoff

— Bom dia - Natasha sorriu simpática e seguiu com Hill para fora do prédio

Maria entrou em seu carro e Natasha no carro do Clint. Seguiram até agência, estacionaram perto uma da outra e entraram juntas.

— Se eu tiver mesmo que usar a garota pra chegar até ele... - abaixou o tom de voz e a cabeça - Não sei se sou capaz de matar uma criança - disse por fim enquanto caminhava ao lado da vice diretora pelos corredores da agência - Eu já fiz isso antes, mas eu não tinha escolha, agora eu tenho

— Não queremos que tenham que chegar a esse ponto Natasha, mas se esse for o preço a se pagar para parar aquele homem, não temos escolha - Maria disse em um tom de voz amigável - Não será sua culpa, pense nas milhares de crianças que estará poupando e nas milhares de mulheres como você que estará salvando - concluiu e Natasha assentiu com um sorriso fraco

***

Depois de Fury e Hill lhes apresentar a missão, Clint e Natasha pegaram suas coisas e seguiram até o quinjet.

— Pra que queria meu carro ontem? E porque só voltou agora de manhã? - Clint perguntou enquanto prendia seu cinto

— Deixa de ser intrometido, Barton - a ruiva disse enquanto iniciava a decolagem

— Não estou sendo intrometido, estou preocupado com a minha amiga e meu carro

— Eu voltei inteira e trouxe seu carro sem nenhum arranhão então não tem com o que se preocupar mais - disse e Clint bufou desistindo de tentar saber o que a ruiva tava aprontando - Posso te fazer uma pergunta?

— Prossiga

— Como percebeu que estava apaixonado pela Laura? - perguntou e Clint arqueou uma sobrancelha sendo pego totalmente de surpresa por aquela pergunta

— Como assim?

— Como soube que os sentimentos que tinha por ela não era só amizade?

— Ah não sei, Nat - coçou a cabeça - Pergunta difícil, hum... - pensou por alguns segundos - Eu sempre achei a Laura a mulher mais linda do mundo, e a gente se aproximou instantâneamente, mas eu acho que percebi que gostava dela de outra forma quando me dei conta que ela era a última pessoa em que eu pensava antes de dormir e a primeira depois de acordar, ou quando ela sorria pra mim e eu não podia evitar sorrir também

Natasha escutou tudo com muita atenção. Ela ainda estava confusa, nunca havia sentido por ninguém o que estava sentindo por Maria.

— Mas porque essa pergunta de repente?

— Curiosidade - a ruiva respondeu voltando sua atenção para o painel de controle e Barton deu de ombros fingindo acreditar na desculpa esfarrapada que acabara de ouvir

A viagem que seria feita em pouco mais de dez horas em um avião comum, foi feita pela metade do tempo no quinjet.

Ao chegar na Hungria, Clint e Natasha logo notaram a diferença climática. Lá estava um sol fraco e calor agradável. Esconderam o quinjet e seguiram em um carro "emprestado" até o centro de Budapeste.

A missão que marcaria a entrada oficial de Natasha para a Shield era matar o General Dreykov, homem responsável pela criação da sala vermelha, local onde ela foi treinada.
Os dois passaram dias escondidos juntos enquanto armavam a emboscada para o general. 

— O alvo está no local - Natasha disse pelo rádio, ela estava de dentro do carro, de frente para o prédio comercial onde Dreykov trabalhava

Em seu interior, um misto de culpa e nervosismo tomavam conta de Natasha. Depois de algumas tentativas falhas, eles seguiram para a última opção para chegar até Dreykov, tiveram que usar a  filha dele como isca. Ela não queria matar uma criança, mas como Hill havia lhe aconselhado, era necessário, não podia deixar o homem continuar sequestrando e fazendo outras centenas de crianças passar pelo que ela passou.

— O dispositivo está pronto - Clint a avisou pelo rádio

Natasha respirou fundo e o acionou.

Estava feito. O homem responsável pela lavagem cerebral e todos os abusos que ela sofreu desde criança estava morto.

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Que situação, hein!

Vejo vocês no próximo capítulo!

Segunda Chance | BlackHillOnde histórias criam vida. Descubra agora