XXX - Pânico

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13/04/1888 - Sexta-feira

É, aconteceria. Me conhecendo bem, uma hora ou outra, eu voltaria aqui.

Ding, ding!

Atravessei a porta, fazendo seus sinos tocarem.

- Oh, oh. Olha só quem voltou! Estou te esperando há um tempão, sabia?

- É claro que esperava. Você sabia que eu voltaria... - Fechei a porta atrás de mim, caminhando até seu balcão. - não sabia, Undertaker?

- Hehe! Você é uma moça bem curiosa, dona Amelia, é obvio que voltaria!

- Então, você diz conhecer bem o Conde, certo?

- Ah, de novo essa conversa?!

- Você conhece, ou não conhece?

Perguntei em meu tom mais sério.

Até a unha do dedo mindinho do pé!

- Pois bem, - Retirei um grande saco de minha bolsa, o colocando em seu balcão. - se responder minhas perguntas, estas mil libras podem ser suas. Basta...

- AHAHAHAHAHAHAHAHA!

Ele soltou uma gargalhada histérica, pareci até mesmo trocar as pernas e se destrambelhar, do outro lado do balcão.

- Qual o seu problema?!

- Cof, cof! Ah, meu estômago! Ui,ui! Você não entendeu ainda, não é? - Ele se debruçou sobre o balcão. - Se quiser qualquer informação minha, primeiro, vai ter que me fazer rir.

- Espere, fala sério sobre isso?!

Não é possível! Esse homem é completamente maluco!

- Seríssimo. Eu não estou nem aí pras suas moedinhas, - Ele pegou o saco de moedas, me entregando. - pode ficar com elas. Eu quero uma risada, só isso.

- Então, deixe-me ver se entendi. - Peguei o saco de moedas de suas mãos, o colocando em minha bolsa. - Se eu conseguir arrancar uma risada sua, você me contará tudo o que preciso?

- Uhum! Isso mesmo!

- Tsc! Que coisa mais imbecil. Vamos acabar logo com isso.

Será mais fácil do que pensei.




[...]




Talvez uma hora tenha se passado desde que entrei na loja, já não sei mais ao certo.

- Seu desgraçado, está fazendo de propósito!

- Eu nunca me negaria a rir de uma boa piada! A culpa não é minha se você é uma péssima piadista!

- Pare de me enrolar! Você estava rindo a uma hora atrás, e de algo que não era uma piada! Está se fazendo de idiota!

- Nana, nina, não! Aquilo foi engraçado, mas as suas piadas são mixurucas! O que posso fazer?

Minha manhã não seguia bem desde o princípio, e por isso, fiz o possível para evitar qualquer situação de grande estresse.

Mas ele, ele estava passando dos meus malditos limites!

- Urg! Você quer ouvir uma coisa engraçada?! Excelente, eu te conto algo bem engraçado! - Irritada, peguei o primeiro objeto que vi em minha frente. Um esfregão. - Seria hilário se eu enfiasse este cabo goela abaixo em você e te virasse do avesso! E QUEM SABE ASSIM, VOCÊ NÃO VIRARIA UM BOM ESFREGÃO!

Acabei por quebrar o cabo em minhas mãos.

Talvez a madeira fosse velha, ou eu estivesse muito estressada.

Serva Infernal - KuroshitsujiOnde histórias criam vida. Descubra agora