Answer • Ateez [livro 2]

Capítulo 9

Antes que Young Li começasse a pensar no que fazer para que Yunho se encontrasse com Íris, algo lhe chamou a atenção no chat de tripulantes.

Naquela noite, dariam início as apresentações no teatro Atlântida. Um palco majestoso cercado por uma piscina iluminada com centenas de luzes coloridas havia sido preparado para receber peças teatrais, espetáculos de dança e canto, acompanhadas de águas dançantes que dariam ao público uma sensação de assistir um show praticamente dentro d’água.

O problema era que a principal estrela do show informou, naquele momento, que estava com dor de garganta e sem voz. A equipe técnica estava em desespero, lotando o chat de mensagens.

Yunho era um dos técnicos de apoio de palco e o responsável pela organização daquela apresentação. E estava apavorado. Seu segundo dia de trabalho em Atlantis já estava indo de mal a pior e ele temia que a culpa caísse sobre seus ombros. Numa tentativa desesperada de conseguir manter o show, ele perguntou no chat se alguma tripulante sabia cantar. Daria um jeito no resto, desde que alguém pudesse cantar as músicas ao vivo.

Sentindo-se uma bisbilhoteira, Young Li continuava lendo as conversas do chat de tripulantes e se animou quando seu trabalho foi feito por ninguém menos que Jade.

“Conheço uma cantora entre nós. O que acha, @iris?”

Ela nem precisou pensar em nada. O acaso foi o responsável por uni-los novamente.

Assim que a mensagem chegou ao chat, várias pessoas que conheciam Íris responderam, dizendo como a voz dela era maravilhosa. A garota demorou alguns minutos para visualizar e se assustou com a proposta.

Íris não colocava muita fé em suas habilidades vocais, apesar de trabalhar cantando na maior parte do tempo. Jade era sua principal ouvinte e fã número um. Amava quando eram escaladas para trabalhar juntas no mesmo deque. A arrumação das cabines terminava mais rápido quando Íris estava por perto, soltando a voz enquanto limpava os quartos.

A princípio, Íris quis matar Jade por sugerir aquilo de modo tão repentino. Já tinha digitado um texto enorme com ameaças e alguns xingamentos a amiga, quando seu celular tocou.

Íris estava se preparando para seu turno, prestes a começar. Mas a tela exibia um número desconhecido, que ela imediatamente soube de onde era. Equipe técnica do teatro.
Com as mãos trêmulas, ela atendeu.

- Sim?

- Senhorita Íris Saidi? – uma voz grave soou do outro lado.

- Sou eu. No que posso ajudar?

- Bom dia, como está? Sou Yunho, responsável pelo show de hoje. Me desculpe por colocá-la em uma situação tão delicada, mas eu realmente estou desesperado. Sua amiga me enviou seu número e não hesitei em entrar em contato o quanto antes. Será que você poderia vir ao nosso camarim para que eu possa te explicar pessoalmente? – suas palavras saíram rápidas e ofegantes, como se ele estivesse correndo. Ou muito preocupado.

- Não sei se estou à altura do show, não sou uma cantora profissional...

- Há várias testemunhas que disseram o contrário no chat. – Yunho deu uma risadinha – Me permita ouvi-la antes de você me negar definitivamente. Eu estarei muito encrencado se esse show for cancelado. A equipe toda, na verdade. Posso imaginar como deve ser assustador, mas eu não estaria implorando por sua ajuda se não estivesse realmente sem saída.

As palavras dele mexeram com Íris. Ela se colocou no lugar dele e imaginou como deveria ser angustiante depender de tantas pessoas para que seu trabalho desse certo. Apesar do nervosismo, ela sentiu uma pontinha de empolgação com a ideia. Poderia ser divertido.