Éros sempre teve convívio com o mundo sobrenatural, isso não era surpresa alguma para ele. Seus pais faziam parte do grande Conselho que regia a Sociedade Secreta das Sombras, responsável por todas as castas mentalistas que se tinha conhecimento. El...
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Rebecca estava se sentindo diferente com aquela roupa. Ela não estava acostumada a usar nada justo, mas se sentiu bonita no vestido preto de alças finas.
Aquela foi a primeira vez que ela se sentiu digna do título de Princesa que herdou da mãe.
Ela estava bonita como as garotas mais velhas, com os lábios pintados de vermelho escarlate e saltos razoavelmente altos. Rebecca colocou a máscara prateada no rosto e jogou o cabelo — que estava impecavelmente liso— para trás. Sem as ondas naturais, o cabelo da menina chegava na cintura.
— O que achou?— Rebecca deu uma volta na frente de Azul.
Azul ainda estava de pijama, um pouco tímida com as opções que lhe deram. A verdade era que multidões lhe deixavam apavorada e a ideia de ter que se apresentar como a nova filha dos Kinsey, a quem todos estavam chamando de bastarda, não lhe confortava nenhum pouco.
— O que acha do... azul?— Rebecca pegou o cabide com o vestido azul turquesa, coberto por vários pequenos pontos de luz e uma manga bufante de tule.— Azul de azul.
Era o vestido mais lindo que Azul já tinha visto, mas ela não tinha certeza se estava pronta para chamar tanta atenção.
— Você não precisa se apresentar se não quiser. De máscara, ninguém vai saber quem é você.— Rebecca pegou uma máscara perolada e colocou na frente do rosto dela.
De máscara, nenhum deles tinha rosto. Eles podiam ser o que quisessem.
As duas olharam na direção da porta quando ouviram alguém bater ali. Cristiam estava encostado no batente.
Azul se ajeitou o máximo que pôde, colocando o cabelo atrás da orelha e ficando com a postura ereta. Para ela, Cristiam ainda era o Duque Kinsey.
— Acho que estou um pouco arrependido por ter insistido tanto pra ter filhas meninas— Cristiam mediu Rebecca com o olhar, claramente julgando sua roupa. Rebecca revirou os olhos.
— Eu posso deixar mais curto.
— Não ouse.
Ele entrou no quarto e deu um beijo demorado no topo da cabeça da filha. Seu olhar chegou até Azul.
— Espero vocês lá embaixo— Rebecca disse, notando que eles precisavam de um momento à sos.
Quando a porta se fechou, Azul se encolheu, desviando o olhar para baixo.
— Você não vai descer?
— Eu... não sei muito bem o que vestir.— Não era de todo mentira, apesar de Azul saber que não era toda a verdade.
— Tenho certeza que a Laila pode te ajudar com isso.— Cristiam se sentou na ponta da cama sem tirar os olhos de Azul.
Os dois ficaram em silêncio por um longo tempo. Azul começou a esfregar as meias no chão, um pouco nervosa.