Capítulo I

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    A modernidade é algo fascinante para a raça humana, desde de épocas remotas que o ser humano busca preencher algo em seu coração, algo que possa lhe fazer se sentir completo, inteiro, fazemos isso unindo a outro ser confiando que aquela pessoa irá nós tornar completo, mas na realidade não é bem assim. Sempre há um vazio, sempre há algo que possa melhorar, que possa nos proporcionar conforto. Apesar dos muitos conflitos por interesse pessoais e morais a raça humana chega em seu mais alto ápice da evolução, a era psiquê robótica.

         Empresas Corps - 12 de 20XX

   — Veja James, o dia está radiante hoje! A previsão do tempo disse que veríamos nuvens carregadas e pancadas de chuva ao longo do dia. — Disse Alex Cavalieri o presidente das empresas Corps olhando através da janela de vidro da sala de reuniões.

— É inacreditável que ainda possamos errar a previsão do tempo mesmo estando tão evoluídos tecnologicamente. — James é o braço direito de Alex, sempre estão juntos solucionado os problemas da empresa da melhor forma possível.

— Nada nesse mundo é perfeito exceto a natureza por ser criação de Deus, somos também a criação dele eu sei, mas diferente da natureza fomos corrompidos. — Alex nunca se desaprendeu de sua fé apesar da religião ter pedido a credibilidade com o passar dos anos.

— Corrompidos? Ou feitos para errar senhor? A graça de Deus e nós ver pecar e rastejar até ele pedindo por misericórdia, não dizem que Deus tudo sabe e tudo vê?. — James é um revolucionário como boa parte da humanidade se tornou, acreditando em seus ideias deixando a crença para trás.

— Diga me - Alex se vira para seu parceiro James. — O que levou a humanidade a perder sua fé?

— Os inúmeros casos de pedófila, o controle e lavagem cerebral que faziam nas pessoas, preconceitos a outras religiões, a homossexualidade, tantas coisas meu senhor. — James sorria sarcasticamente.

—  Crimes imperdoáveis eu sei, mas não séria estranho se a religião fosse perfeita já que ela não é criação de Deus mas sim do homem?.

— Onde o senhor que chegar?. — James fica confuso pois não entende o que Alex quer dizer.

— Somos pessoas James, errar está na nossa genética, não devemos por a nossa fé no homem mas sim em Deus. — Alex abraço James. — Mas vamos mudar de assunto e começa a falar de negócios, por favor sente se.

   James e Alex se sentam nas poltronas de coro negro diante a uma grande mesa de vidro negro com detalhes branco nas bordas. A sala de reuniões fica do décimo primeiro andar, sua localização é privilegiada pois está no centro da cidade no n° 6A21 próximo a Tower Light, uma empresa concorrente. A sala é futuristas com mesa digital, luzes que se apagam automaticamente ao som de palmas, janelas de vidro mutável que muda de acordo com a luz do sol.

— Senhor Alex, alguns empresários chineses estão interessadas no projeto, os sócios da Corps se agradam disso e já cometam uma possível parceria internacional.

— Não tenho nenhum interesse em agradar os sócios neste momento, eles precisam entender a dimensão do que está sendo proposto pelo projeto. — Alex desaprovou o projeto assim que o recebeu no início do ano mas deixou em aberto para testes sob supervisão de James.

— É revolucionário o que estamos criando senhor Alex, nenhum outra empresa de tecnologia jamais fez algo igual. — James não consegue esconder sua empolgação pois se os chineses foram aceitos, o projeto tomará uma grande proporção capaz de se tornar um órgão público.

— Dizem que estamos na era psiquê robótica, sabe o que isso que dizer?. — Alex aproxima seu rosto próximo ao de James como se fosse lhe cochichar algo. — Porquê nos tornamos obsoletos, as máquinas evoluíram mas não nós, não vou ser mais um que irá contribuir para a extinção humana dando poder as máquinas.

— Senhor Alex, só nos resta a fase de testes, conceda essa parceria. — James sabe que falta muito pouco para o projeto ser finalizado mesmo necessitando de alguns ajustes. — Sei que teme o Apocalipse, mas peço que confie em mim, pois saiba que serei eu mesmo a testa o projeto.

— Você será a cobaia?. — Alex observa atentamente James se nenhum surpresa pois sempre soube da coragem e ambição dele.

— Sim, e estou mais do que nunca ansioso para começar, mas só posso se o senhor conceder a união com os chineses.

   Alex levanta da poltrona e volta a olhar para a janela de vidro, observando o trânsito lá fora, o vai e vem de carros, pessoas, aviões e drones de delivery. É um fato que o novo sempre assusta aqueles que já estão acostumados, isso não é diferente para Alex que percebe a importância desse projeto mas teme a causa e o efeito negativo que ele pode causar, é um jogo de apostas onde um blefe ou a verdade são a mesma coisa, um risco.

— Não vou acertar com os chineses antes de ter certeza o bom funcionamento desse projeto, vá ao Lumiero e diga para me dar acesso as câmeras de segurança de sua casa.

— Qual o propósito disso senhor?. — James sente um desconforto.

— Quero vigiar o dia a dia dele, quero ver com os meus próprios olhos como ele irá se sair fazendo o que foi programado, sei que perderá sua privacidade mas será isso que irá acontecer se o projeto ganhar a proporção que deseja, então acostumasse com isso. — Alex segue para a porta da sala de reuniões quando James retrucou.

— O senhor não entende.

— Ótimo! Me faça entender então.

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