Capítulo II

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  Dayla está na estação Alaeste esperando o trem para a linha F como de costume de todas as manhãs, ela trabalha como professora na universidade Federativa da união, a mais famosa universidade pública da cidade, custeada por empresários de grande porte comercial nacional e internacional que visam qualificar a mão de obra facilitando também a contratação imediata com o banco de dados dos universitários nas empresas financiadoras.

    Dayla ministra a matéria de filosofia, matéria essa que perdeu a credibilidade com o passar dos anos assim como sociologia e artes que não existem mais nas universidades Federativas da União. Ao chegar em sala de aula ela encontra os seus alunos em rodas de conversa, todos falando de assuntos pessoais, íntimos e coisas da internet.

— bom dia, bom dia pessoal. — ela se dirige até sua mesa dando bom dia para os alunos. Ao senta-se na cadeira ela observa seus dez alunos, o maior número de alunos que teve esses últimos tempos.

— professora Dayla, eu não pude fazer a atividade que foi enviada ontem a noite porque minha impressora quebrou. — disse uma das aulas menos dedicada da sala, porém cumpria bem seu papel como aluna em fazer os deveres enviados.

— tá tudo bem querida, pegue com seus colegas de sala e depois me envie. — Dayla lhe dá uma segunda chance.

— a senhora já tá sabendo?. — perguntou um aluno que está sentado em uma mesa a sua frente.

— do que?. — ela se faz de desentendida para ver a que novidade o jovem se refere.

— a nova grade curricular, tiraram espanhol e filosofia, nos somos os últimos alunos deste curso professora.

— meu pai quer me transferir para ciência tecnológica, dizem que a Corps pega sempre estagiários deste curso e na sua grande maioria são contratados. — disse outra jovem.

—  a área tecnológica é a maior deste século, filosofia é um curso ultrapassado, me desculpa professora mas é a verdade.

— tá tudo bem, eu entendo vocês jovens e toda essa empolgação para terem um futuro promissor, eu fui assim na minha época, hoje sou professora de filosofia porque eu sei o quão vulneráveis somos sem ela, somos incompletos, seres sem perspectiva de futuro.

— o futuro é isto, a tecnologia que temos, a senhora sabia que Corps está construindo o seu primeiro robô com capacidade de interação sem a necessidade de um computador?. — falou outro aluno empolgado com a notícia fantasiosa.

— isso não é verdade, o diretor da Corps é um dos poucos homens que consegue observa o abismo para onde a humanidade está caminhando. — Dayla sabia disso mais do que ninguém naquela sala pois é casada com James o braço direito do Alex, ela o conheço pessoalmente em um dos eventos promovido pela Corps.

— como a senhora tem tanta certeza.

— vai por mim, essa locura de robótica não controlável jamais será aceita por Alex Cavalieri, agora vamos estudar porque semana que vem é diagnóstico.

  Após um longo dia de trabalho Dayla partiu para sua casa pegando a mesma linha do trem e a estação. Ao chegar em casa se deparou com uma cena desastrosa, roupas por todo lado, roupas para lavar, para dobrar, louça suja, e poera por todo o chão. Por volta das dez da noite todo o serviço de casa havia sido concluído e Dayla esperava sentada no sofá a chegada de seu esposo para jantarem.

— Dayla! Meu bem. — James a tocou no rosto para que desperte do sono.

— James, que horas são?. — ela havia pegado no sono depois de um longo dia de trabalho, a exaustão lhe venceu mais uma vez.

— já é meia noite, sei que está tarde para chegar em casa mas eu tenho um bom motivo, na verdade um ótimo motivo. — James expoem um sorriso dando a entender a dimensão da felicidade que está sentindo.

— pois diga. — Dayla se ajusta na poltrona para ouvir melhor o marido e desapegar do sono.

— o meu projeto está em sua fase final, e o senhor Alex permitiu iniciar a fase de testes.

— nossa meu amor, meus parabéns, você é um homem de sucesso eu sempre soube disso, estou muito feliz por você. — Dayla fica feliz em ver que James realizando seus feitos e conquistando seus objetivos, ela sempre acreditou em seu potencial mesmo quando ninguém mais acreditou.

    James e Dayla se conhecerem na universidade, ele cursava engenharia elétrica e ela filosofia, a paixão entre eles foi a primeira vista, algo que ambos não esperava que acontece mais já que tiveram experiências ruins com relacionamentos passados. Os dois feridos por amor se uniram para curar os ferimentos um do outro.

— obrigado meu bem, vamos comemorar, trouxe um champagne, o melhor da cidade. — James pega nas mãos de Dayla e a leva até a cozinha.

   Felizes eles resolvem jantar e falar do passado e do presente, dos bons e maus momentos que tiveram ao longo da vida. Dayla pede então uma música para Diza a inteligência artificial que administrativo a televisão e o aparelho de som, a música começou a tocar e James e Dayla se uniram para dançar, coladinhos eles olham nos olhos um do outro como se fosse a primeira vez, aqueles mesmo olhos que os conectaram na universidade.

   Ao amanhecer James prepara um café da manhã com bolos, sucos, pães e frutas, algo realmente extravagante e de certo modo exagerado para somente duas pessoas.

— meu amor que mesa mais linda, você caprichou esse manhã em, mas não acha meio demais pra nós dois ? Tem muita coisa aqui. — Dayla já estava pronta para ir ao trabalho menos James que assustadoramente estava usando roupas comuns, como se não fosse trabalhar.

— Ah sim! Isso é porque teremos visitas. — sua fala saiu desconfortável a ponto de despertar a desconfiança de Dayla.

— visitas? Que em sã consciência viria nos vistar essa hora da manhã em plena terça-feira? E porque não está vestido para o trabalho?. — Dayla sente um arrepio na nunca mas não demostra isso para James, seu olha é fixo para ele..

— Lembra que eu falei sobre o projeto está em sua fase faltando apenas a fase de testes.

— sim!.

— pois então, eu irei testa-lo, aqui em casa com a gente. — James tenta tirar algum bom sinal do olhar sério de Dayla.

— vai testar aqui em casa um projeto seu? James mas e os ricos, podemos ficar contaminados, e fora outras coisas mais que seus produtos químicos podem trazer.

— não Dayla, não é um produto químico ou radioativo, é um robô.

— um... robô. — Dayla se pega a lembra da fala de um dos seus alunos aula passada sobre que a Corps estaria criando um robô que possa interagir sem a necessidade de um computador para controla-lo.

— sim, um robô, ou Android se preferir. — James se aproxima de Dayla e pega em sua mão. — Dayla, mais do que nunca eu preciso que confie em mim, se tudo der certo podemos ficar podres de rico além de que seremos lembrados pela humanidade pra sempre como os primeiros a criarem os robôs independentes.

— e o senhor Alex concordou com isso?. — ela não pode esconder a sensação de Pânico que está sentindo.

— concordou mas quer monitorar de perto a fase de teste, com isso o Lumiero e sua equipe técnica estão vindo aí para por algumas câmeras na casa e ter acesso a que já temos.

— e você tomou essa decisão sem me consultar! Como pode fazer isso James? Você não pensou que eu teria uma opinião a dar sobre isso, essa também é a minha casa.

   O silêncio de James foi uma resposta fria e penetrante que deixou Dayla mais furiosa ainda a ponto de pegar sua bolsa e ir para o trabalho.

O SalvadorWhere stories live. Discover now