Primo Jack.

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O moreno colocou a mão em meu ombro, parecendo querer me passar conforto.

Aceitei de bom grado.

ㅡ gostaria de te fazer algumas perguntas...

O policial recomeçou, meu corpo reagiu sozinho, começei a tremer só de pensar em ter de falar sobre o que aconteceu.

ㅡ Pai, por favor. Agora, não é o momento, ele acabou de acordar.

Jeon o interrompeu, um olhar severo em seu rosto.

Previsivelmente não mudaria de idéia, sendo assim, o mais velho desistiu, se despedindo antes de sair.

Respirei fundo começando a me acalmar, me sentei apoiando as costas na cabeçeira da cama.

ㅡ Quer alguma coisa? Eu busco pra você...

Se ofereceu, ainda por perto, mas sem encostar em mim.

Agradeci seu cuidado, recusando sua oferta.

"Não tinha nada que eu queira nesse momento que o Coelho possa me trazer."

Pensei ressentido, porém não disse nada sobre.

Não gostava de parecer tão frágil, não queria que sentisse pena.

Jeon ficou no quarto por mais um tempo, sentado em uma poltrona me olhando de vez em quando, enquanto mechia no celular.

Como nada mais foi dito, fechei os olhos apenas tentando descansar.

Porém, meu corpo inteiro sabia que eu não estava sozinho e esse fato não me deixou voltar a dormir.

Desse modo achei melhor puxar assunto.

ㅡ Que dia é hoje?

Pego de surpresa o moreno gaguejou olhando para o celular.

ㅡ 13 de Junho...

ㅡ Ainda é terça então.

Ele concordou.
Refleti um pouco antes de fazer outra pergunta.

ㅡ Os outros meninos sabem que estou no hospital?

ㅡ Eles planejam vir depois da aula, Liam quase me espancou pra trazer ele junto, mas os policiais não deixariam ele entrar de qualquer forma.

Claro,
Sem minha autorização, quem não for parente não pode entrar.

Me surpreende Jungkook estar aqui.

Mas pensando bem ele chamou aquele policial de pai, tem certa vantagem.

ㅡ Você sabe quando vou poder ir embora?

O encarei quase implorando com os olhos, não queria ficar naquele lugar.

As chances de ser atacado aqui eram muito grandes.

"Virei paranóico, que merda.
Mas em todo caso, ninguém me garante que não foram os mesmos que pegaram meu pai, que mataram minha mãe. E se eu for o próximo?"

Tinha muito em que pensar, mas antes de fazer algo, tinha alguém que queria encontrar...

Como se respondendo meus pensamentos, Jackson abriu a porta do quarto.

ㅡ Oi primo. Vim ver como você está.

Francamente, para um agente do F.B.I, Jackson não era muito criativo.

De qualquer forma, entrei em seu teatrinho.

ㅡ Estou bem ... de certa forma. E como está você? O tiu e a tia?

Chegou mais perto, olhou com curiosidade para Jeon, mas logo voltou a prestar atenção em mim.

ㅡ Sabe como é... Eles vão ficar bem. Queria ter te trazido algo pra comer...

Olhou novamente para Jeon, sorrindo tirou a carteira do bolso da calça.

ㅡ Amigo, se importa de comprar uns lanches? Assim eu e Haru podemos conversar sobre certos assuntos delicados, sem incomodar você.

Jackson parecia tão gentil quanto possível.

O moreno me encarou, meio rabugento, recusando em pegar o dinheiro que o meu "primo" lhe oferecia.

Para acalmar seu gênio, estendi minha mão sobre a sua.

ㅡ Não precisa comprar nada.
Pode ir pra casa se quiser, estarei aqui por enquanto, então não à problema em voltar depois...

ㅡ Eu espero lá fora.

Me interrompeu saindo sem olhar pra trás.

Seu movimento rápido não me empediu de ver seu rosto corar.
Sorri, guardando aquela sena em meu coração.

ㅡ Você gosta dele...

Jackson começou, seu sorriso infantil aumentando.

ㅡ ... Ele gosta de você...

Bati em seu braço, tentando fazer o maior parar de falar.

ㅡ Vou ser o padrinho de casamento! Não esquece!

Exclamou cutucando meu rosto e braços.
Me sentei na beirada da cama, chutando seu estômago, sem muita força apenas para afastar.

Jackson gargalhou, apontando pro meu rosto sem cerimônia ou compaixão.

"Eu estou corando! Mas, que droga!"

Sonhando Com PássarosWhere stories live. Discover now