Dia 1.

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Acordei as 2:00 da manhã, e não consegui mais dormir, não lembro com o que sonhei, mas com certeza era um pesadelo.

Já irritado comigo mesmo, me preparei para levantar da cama.

essa é a hora que meu corpo devia me obedecer e se mexer .

Continuei encarando o teto enquanto meu corpo terminava de acordar.

Tentei sair da cama mais uma vez, e dessa vez quem me prejudicou foi a lei da gravidade, que sempre pareceu mais forte durante a manhã .

E agora parecia especialmente forte, já que, ao tentar ficar em pé,  minhas pernas adormeceram e eu acabei de cara no chão.

Resmunguei frustrado com minha própria lerdeza, considerando se valia a pena levantar do chão ou ir rolando até a porta.

Concordei comigo mesmo e optei pela segunda opção.

Como, era meu primeiro dia de aula, no meio do semestre, meu dia já estava fadado a não ser um dos melhores, meu humor era quase completamente... uma droga.

Já a caminho da escola. Andando a passos lento quase parando, pensava em algo, um pouco diferente dos meus últimos dias .

Pensava sobre a música que tocava em meus fones.
(My Demons- Starset.)

Respirando fundo enquanto observava a cidade acordando.

Ainda eram 4:56 da manhã, uma hora mais tarde do que, quando saí de casa.

Este era o horário que costumava sair, pra chegar na escola antiga na hora certa.
Lá eu tinha de pegar dois metrôs, então acabei acostumando com o horário.

voltando a admirar a paisagem.

Notei pelo caminho que estava tudo meio alaranjado ainda com névoa tapando o nascer do sol.

Nem tive tempo de impedir o pensamento que veio em seguida.

Papai iria adorar este lugar.

Me controlei ao máximo para não deixar outros pensamentos como esse surgirem...

Apressei o passo, querendo chegar o mais rápido possível, na porcaria da escola nova.

Revirei os olhos assim que cheguei no prédio de quatro andares, notei que não tinha nenhum outro aluno por ali.

"Ótimo! sou muito burro mesmo, devia ter anotado a hora que iria começar as aulas, óbvio que não iria ter ninguém."

Entrei procurando por um banheiro ou um lugar em que eu pudesse ter o mínimo de privacidade.

Andando de um lado pro outro, passando por corredores de salas e mais salas.

Foi aí que, parei em frente a uma porta vermelha, onde uma plaquinha indicava ser o terraço.

Sorri comigo mesmo.

perfeito

Olhei em volta antes de abrir e dar de cara com vários lances de escada estreitos.
Soltei um muxoxo por ser escadas e não um elevador, mas, subi mesmo assim.

No 10°degrau, eu já estava questionando todas as minhas escolhas, até aquele presente momento.

No 25° degrau, minha respiração estava pesada e me perguntei se era um tipo de castigo.

No 40° eu já não sabia de mais nada, e queria loucamente um copo de água, além de um lugar pra me sentar.

Mais uma ou duas, dezenas de degraus depois. Finalmente, cheguei a outra porta, comemorei  em silêncio, agradecendo a qualquer Santo que me lembrei o nome.

"dramático? Imagina!"

Abrindo a porta e parado do terraço,  parei uns segundos, processando a sena que via.

Aquela vista era surpreendente!

Era um espaço enorme de concreto, com dois ou três bancos de metal escuro e madeira.

Além é claro de uma orta bem cuidada  e árvores baixinhas e de tronco grosso.

Uma cerca baixa de metal se estendia pela beirada do prédio, nada segura, não parecia que seria um empecilho pra alguém chegar a beirada e pular...

...caso tentasse.

"isso demonstra o quanto a escola se importa com os alunos.
De ambas as formas."

Tipo, '' venha ver essa paisagem linda, antes de cometer suicídio"

Fechei os olhos sentindo a brisa gelada em meu rosto, com um sorriso nos lábios, ao fundo podia ouvir pássaros cantarolando.

Fechei os olhos sentindo a brisa gelada em meu rosto, com um sorriso nos lábios, ao fundo podia ouvir pássaros cantarolando

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Um pouco melhor.

Voltei a realidade indo até um dos banquinhos ao lado, podendo me recostar na parede, que se erguia com a porta.

Olhei para a pacata cidade, adorando ver tudo de cima.

Tirei a mochila dos ombros, e peguei meu caderno de rascunhos e a lápiseira.
Tentei passar para o papel o que eu via, me esforçei para adicionar um garoto, sentado na beirada do terraço.

Ele estava de costas com o rosto virado para trás, parecendo desafiar o perigo, só por diversão.

Meus desenhos sempre foram razoavelmente bons, apesar de que meu pai vivia os elogiando dizendo que eu tinha um dom impressionante, e que deveria considerar a carreira de desenhista.

Uma lágrima escapou por entre minhas pálpebras, e outras a seguiram.
Me esforcei para empedilas, mas não pareceu ser suficiente então, coloquei o caderno sobre a mochila, para que não fosse atingido pelas gotas salgadas.

Estava cada vez mais difícil controlar meus pensamentos, e mante-los longe do meu pai, já que, a menor menção ao seu nome, dava acesso direto, ao mar turbulento em meu coração.

Inevitavelmente eu lembrava dele inumeras vezes ao dia .

"É agoniante demais pensar que não sei onde ele está, se está bem, ou se precisa de ajuda, até algo pior... ultimamente tudo ficou maispesado e isso dói de mais"

Sonhando Com PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora