CAPÍTULO 04

242 40 9
                                    

  O tanto que as provocações de Taehyung tiveram consequências não estava escrito. Nossas sessões costumavam ter de quatro a cinco horas de duração sem intervalo por princípios já comuns, principalmente com novatos, precisávamos ser pacientes até com ritmo caminhar. Já na terceira sessão, o ritmo já estava nos envolvendo e tudo acontecia naturalmente.

O pendurei nu de cabeça para baixo, por ter experiência em nós, nada era tão difícil de conter que eu não conseguisse. Minhas mãos passeavam pelos ombros dele, seus olhos bem atentos, esperando por mais. Mais do que eu, Taehyung adorava cada levada até o limite.

— Você gosta de vinho? — Perguntei, dando as costas a ele e indo até a pequena estante, escolhendo uma das melhores garrafas, na minha forte e pessoal opinião.

— Com certeza — O escutei. Abrir a garrafa dando o primeiro gole sem precisar de taça.

— Isso é bom — Voltei para ele e fiquei perto o bastante para derramar o líquido em sua boca, escorrendo um pouco pelo rosto, molhando e sujando-o por inteiro. Propositalmente afastei a garrafa, derramando um pouco sobre seu peito, me arrumando e provando mais um pouco do vinho com um sabor mais doce do que antes.

Taehyung gradativamente se soltava, o que antes eram só gruidos, agora eram gemidos altos enquanto todo o seu corpo se entregava a mim. Nos dias em se passaram e eu havia voltado para All night, meu humor estava menos ácido e as coisas pareciam mais claras em outras áreas da minha vida. Sempre achei que seria difícil administrar o meu cotidiano, todavia, percebi que não era três pessoas diferentes e sim apenas uma e cada detalhe da minha vida se completavam por elas mesmas.

No dia seguinte, minha rotina foi um pouco diferente dos outros dias. Eve estava em casa e por não sairmos muitas vezes, decidimos ir ao shopping e ter uma manhã de meninas.

— O que acha desse, mamãe? — Saiu do trocador e veio até minha. Ela vestia um lindo vestido escorrido e florido, as flores se dividiam entre amarelas e rosas. Deu uma volta, criando um arco no tecido e parando.

— Ta linda querida, gostou desse?

— Huh… — Repousou o dedinho na bochecha. — Eu gostei desse e desse também — apontou pro outro vestido. — Podemos levar os dois? — arqueeou os olhos.

— Podemos sim — Deu um gritinho de animação. Ver Eve feliz era tudo para mim, e só de pensar que meses antes dela nascer achei que não conseguia ser feliz por não saber como fazê-la feliz.

Enquanto ela se trocava, fui pagar os vestidos. Depois decidimos a ir em uma piscina de bolinha ali mesmo no shopping, ela pulava contra o pula-pula jogando as bolinhas no alto, brincando com outras crianças e fazendo novas amizades. Assim que cansou, fomos para a praça de alimentação.

— Mamãe, posso fazer uma pergunta? — Concordei, levando o guardanapo até o cantinho da sua boca sujo do ketchup da batata frita. — Uma menina lá na escola disse que o pai dela morreu e perguntou se meu pai também tinha morrido.

Fixei minha atenção nela.

— Mas eu não sei se ele morreu.

— Seu pai não morreu, querida. — por mais que ele tivesse morrido para mim, para ela, ele ainda vivia. Já falei algumas vezes sobre o pai de Eve para ela, mas acredito que por ser nova na época, ela não se recordava.

— E onde ele tá agora? — Seus olhos brilhavam. A faísca de esperança em saber sobre ele fazia meu peito apertar. Detestava essa parte da vida, em que eu precisava ser verdadeira e vê-la triste.

— Eu não sei querida, faz muito tempo que eu não vejo ela.

— Por que eu nunca vi ele? Ele já me viu?

LADY BOSSWhere stories live. Discover now