Capítulo 10

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Meus olhos estavam arregalados enquanto encarava a tela do celular, meu coração entrou em uma corrida, um nó tomou conta do meu estômago e eu pude sentir minhas mãos começarem a soar frio

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Meus olhos estavam arregalados enquanto encarava a tela do celular, meu coração entrou em uma corrida, um nó tomou conta do meu estômago e eu pude sentir minhas mãos começarem a soar frio. Analisei mais uma vez um local tentando encontrar alguma pessoa suspeita. O medo já estava instalado em meu corpo e por mais que eu tentasse respirar fundo para me acalmar, eu sentia meu corpo trêmulo.

Só pode estar aqui.

Meu coração logo saiu em disparada quando senti uma mão pousar em cima do meu ombro e como reflexo virei rapidamente o rosto para encarar a pessoa.

— O que está achando do início do livro? — A Sra.Ferreira me olhava com doçura.

Meu olhar se tranquilizou e eu pude respirar sem parecer que em meus pulmões haviam farpas.

— É..o livro? Bem, eu.. — Dei uma pausa olhando para o livro na mesa e nem me recordava direito onde eu havia parado, estava tão desnorteada — Estou achando ótimo, só é bem complexo o vocabulário.

— Realmente é.

Um silêncio pairou entre nós, a senhora apenas me observou por longos segundos antes tomar a frente da fala.

— Desculpa se parece repetitivo, mas minha filha era assim como você, tímida, gentil, uma garota de poucas palavras, mas sempre as engolindo com a mente em livros e contos. — Ela se sentou na cadeira a frente e olhou para janela, parecia estar relembrando seus velhos tempos.

— Ela se mudou faz muito tempo? — Perguntei passando as mãos frias pela saia.

— Sim, vive trabalhando e demora pra vir visitar — Senhora Ferreira finalmente me olhou. — Está tudo bem, querida? Parece meio pálida. — O olhar que a senhora lançou era de preocupação.

— Sim, só com um pouco de dor de cabeça, mas vai passar — Ainda assim, minha voz saiu trêmula.

— Tem certeza? — Ela me analisou.

— Sim, vou ficar bem. Acho que ando apurando a vista demais. — Expliquei forçando um pequeno sorriso.

— Hum, é verdade, hoje em dias os jovens andam com a cara muito enfiada na tela do celular — Ela suspirou. — Como vão as coisas com os Salles?

Conversamos sobre várias coisas durante alguns minutos, era agradável a companhia da senhora Ferreira, quando vim pela primeira vez conversamos por horas. Entretanto, minha mente só pensava nas mensagens que eu havia recebido e em como a tal pessoa poderia ter estado me observando esse tempo todo. Não conseguia evitar o olhar por toda a loja, meus olhos estavam quase saltando para fora de tanto nervosismo.

— Foi um prazer conversar com a senhora novamente — Eu apartei sua mão antes de levantar da cadeira.

— O prazer foi todo meu. Uma pena que tem que ir embora tão cedo. — A de cabelos grisalhos apertou minha mão de volta e fez questão de me acompanhar até a porta.

Querido desconhecidoWhere stories live. Discover now