O Isekai de Sasuke

6. Somente um sonho?

Pov Naruto

Sasuke não podia estar falando sério sobre me colocar pra ler aqueles livros junto dele. Quer dizer, qual é, por quanto tempo aquele cara me conhecia pra não saber que isso não era o meu tipo de coisa?

Continuei o encarando bravo, mesmo depois de vários minutos em que ele estava no chão mais a frente, quase do outro lado da sala. E parecendo todo concentrado ele nem se dignou a reconhecer meu olhar de raiva.

Revirei os olhos e apoiei o cotovelo na mesa buscando com a outra mão o primeiro livro da pilha enquanto soltava o rosto sobre o punho. Passei os olhos pelas primeiras linhas e... O que eu estava procurando mesmo?

Bufei.

Isso não ia funcionar.

Voltei a olhar para o Uchiha.

Meus olhos vagaram por seus fios, eram tão negros como a noite e se todas as cores juntas eram o que dava forma a cor preta então Sasuke tinha o espectro mais bonito delas.

Seu cabelo estava crescendo, ele não ia cortar não? Quer dizer, estava bonito, as mechas lisas iam emoldurando o seu rosto, cobrindo parte das pálpebras mas ainda deixando o suficiente para que se pudesse ver seus dois olhos. Só que eu não gostaria que crescesse muito mais, era um desperdício enorme algo cobrir aquela face.

Chacoalhei a cabeça tentando parar de olhar pra ele e voltando os olhos as linhas cheias de kanjis velhos.

Que merda eu estava me permitindo pensar? Não que fosse a primeira vez, quer dizer, não precisei trocar de dimensão pra perceber o quanto Sasuke Uchiha era lindo, mas os pensamentos sobre haviam piorado bastante desde que chegamos. Meu corpo parecia reconhecer o dele mesmo que minhas memórias não acompanhassem, e porra, estava sendo completamente absurda a frequência com que idéias impuras passavam pela minha cabeça.

E eu ainda o deixei me ver vestindo somente aquele moletom dele! Agarrei meu cabelo e puxei me punindo por ser tão idiota. Nem uma explicação plausível fui capaz de dar naquela hora. Mas ele pareceu tão afetado quando fez a pergunta e ao mesmo tempo que meu coração batia de vergonha ele também foi movido a base da excitação.

Afundei a cabeça na mesa ainda me martirizando com os pensamentos constrangedores de mais cedo.

Vir parar aqui tão subitamente, para um lugar onde estávamos juntos, onde era plausível, onde ele se interessava de verdade por mim. Virei meu rosto sobre a mão com queixo apoiado no dorso enquanto tinha a visão perfeita dele. Sakura mesmo havia dito, meu cheiro era especial pra ele, eu era especial pra ele, e não da forma como eu sempre lutei pra ser, como um amigo, como um irmão, aqui ele tinha me aceito como mais que isso. Parecia que borboletas haviam brotado dentro do meu estômago e faziam uma festa. Era louco e incrível e o Naruto que vivia uma realidade dessas era um filho da puta sortudo, isso era tudo que eu sabia.

Respirei fundo fechando os olhos e deixei que seu cheiro chegasse até mim com mais força. Ele cheirava como vento livre e selvagem, terra molhada e orvalho fresco, era intenso e ao mesmo tempo refrescante, era algo com que eu não podia sequer imaginar não voltar a apreciar agora que sabia como se sentia quando passava por meus pulmões. Será que ele podia cheirar um pouco assim na nossa dimensão e eu nunca ter notado? Quer dizer, lá eu nunca tive um olfato como o de agora e nós nunca passamos tanto tempo juntos, pelo menos não desde que tínhamos 13 anos e tudo que sabíamos fazer era brigar, então era possível que sim... Ah Deus, eu esperava que sim, com certeza eu roubaria várias roupas suas lá para ter um estoque quando não pudesse mais passar o dia todo ao seu lado. Na verdade eu podia entender muito bem o ninho que eu tinha feito naquele apartamento, eu entendi no momento que vi, embora tenha me recusado a acreditar até conversar com Hinata.