Capítulo Quarenta e Oito

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Notas Iniciais

Cheguei mais cedo que o esperado. Para alguns, que eu avisei que muito provavelmente postaria no sábado, eu tentei, mas não passei nada bem, de novo, e só Jesus na causa.

Mas aqui estou eu, então vamos ao que importa!












— Você está bem?

Sakura piscou algumas vezes ao escutar Sasuke. Estava naquele jardim da casa dos amigos a alguns bons minutos, esperando a hora de pegá-los na escola. Havia sido divertido estar com os amigos, mas ainda assim, sentia que algo estava faltando. E foi só Natsu e Keita chegar que ela se sentiu mais vazia do que nunca. Eles a conheciam. Eles sabiam de coisas sobre ela que ela achou que apenas Ino e Gaara soubessem. Era estranho. E doloroso. Principalmente quando via a forma como eles falavam sobre Kizashi. Meu pai. Nosso pai. Nunca "Kizashi". Eles o viam como pai de uma forma que ela não via. Eles enxergavam e conheciam um Kizashi diferente de como ela enxergava e conhecia. Ele havia sido um pai para ambos. E para ela...

Tudo bem, era ciúmes. Era isso? Ciúmes? Mágoa? Sasuke havia dito que ela não sentia mais mágoa ou raiva de Kizashi, os "irmãos" contaram que ela estava mais leve com relação ao pai, que não se sentiu tensa ao vê-lo no hospital, e agora estava tudo de volta. Não queria de volta. A dor. A mágoa. A raiva. Não. Ela não queria. Era doloroso demais. Ele havia sido horrível, mas todo aquele sentimento com relação a ele, só machucava a ela. Talvez machucaria a ele, mas muito mais a ela. Era ela quem sentia vontade de chorar, era ela quem sentia saudades, era ela quem tentava se lembrar da última vez que ele a abraçou.

Como era possível doer tanto?

Como era possível sentir tudo aquilo outra vez?

Era para ter superado. Pelo menos a saudade, porque até o dia em que percebeu que ele nunca mais iria protegê-la ou acreditar nela, ou cuidar dela, tudo que ela sentia era raiva. Mágoa. Mas não mais saudades. E agora, era tudo que sentia. Saudades. Saudades de um pai que havia sido um homem horrível com sua mãe.

— Só precisava de um ar.

Sasuke viu que o sorriso era falso. Ela não queria sorrir. Ele a conhecia bem.

— Quer conversar?

Ela suspirou. É claro que ele iria descobrir que aquele sorriso não era verdadeiro.

— Você disse que... eu tinha superado... a dor de ter sido... abandonada pelo Kizashi. Por ele não ter confiado em mim, ou me dado apoio, por não ter sido... um pai amoroso. Não parece. Está aqui. A Mágoa. Até a saudade dele, está aqui.

Ele se aproximou um pouco mais dela.

— Eu nem me lembro a última vez que senti saudades dele.

— Quando você perdeu a memória, você voltou a ser aquela mulher que ainda estava lidando com um pai ausente. Estava lidando com a perda da filha e com o fato de ter sido abandonada pelo noivo.

Ela engoliu em seco.

— É natural todos esses sentimentos estarem aí.

— Está muito mais intenso que antes.

A Babá PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora