Ghostface | Tom Kaulitz

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NA NOITE PASSADA, eu fiquei em pânico. Eu não acreditava que isso estava acontecendo comigo, eu não sabia porque estava acontecendo comigo. Eu não tinha feito nada para ninguém, não tem motivo de eu ser alvo dessa maldita pessoa!

Era de manhã, o sol batia no meu rosto pela janela dos corredores da escola, meus olhos semi fechados, eu usava minha mão tentando bloquear a luz do sol de bater nos meus olhos. Olhei para um lado do corredor fazendo contato visual com o gemeo de cabelos negros com mechas loiras, parecia que ele não tinha dormido na noite passada com suas olheiras fundas e escuras. Avistei minha melhor amiga no corredor andando sozinha e decidi confrontar lá sobre ontem a noite

— por que você desligou ontem? — questionei indo direto para o assunto, eu tinha esperança que fosse uma das suas brincadeiras idiotas

— como assim? Mas foi você que desligou — me olhou confusa

— Eu não desliguei.

— aconteceu alguma coisa depois? — pergunta e eu concordo com minha cabeça

— Eu recebi uma ligação muito estranha depois que paramos de conversar, e eu achei que era você com suas brincadeiras

— Kylie, eu até posso ser brincalhona, mas ligar para você e fingir que eu sou um psicopata é estar indo longe demais — a mesma mexeu sua cabeça negativamente e pareceu um pouco triste de eu ter desconfiado que era ela

— Precisamos ver da onde essas ligações estão vindo — respirei fundo — brincadeira ou não, a pessoa que me ligou é louca. Gustav também recebeu uma ligação parecida, não creio que seja apenas uma brincadeira, pode ser algo muito maior do que isso

— Ligamos para a polícia? — perguntou — eu acho que essa seria a forma mais fácil de encontrar quem está por trás disso

— Você está maluca? — digo. Vejo Gustav vindo na nossa direção com um sorriso grande e alegre no rosto, ele estava agindo como se nada tivesse acontecido

— Oi — falou nos olhando — o que estão falando sobre? — perguntou o loiro

— sobre ontem, não podemos fingir como se não aconteceu aquilo Gustav, aquilo não é normal — tentei colocar um pouco de senso na cabeça do garoto — não é normal receber uma ligação daquelas!

— achei que você também iria tentar esquecer e continuar com sua vida — revirou seus olhos incomodado comigo falando sobre isso

— Gustav, não dá para esquecer, eu tenho certeza que você também não parou de pensar

Eu queria saber quem era o louco que teve a ideia de ligar para dois adolescentes no meio da noite e falar tudo aquilo. Eu passei minhas mãos pelos meus cabelos respirando fundo. Eu fico extremamente irritada com pessoas que não me ouvem ou com pessoas que simplesmente tentam esquecer algo que está te incomodando, a vida não funciona assim, nada vai ficar tudo bem só porque você está ignorando algo que te incomoda, as vezes pode até piorar.

— você é persistente — fala Gustav olhando baixo — eu estou curioso, mas deve ser algum trote, estamos perto do halloween, larga isso

— então você realmente vai apenas fingir que nada está acontecendo? — perguntei indignada, o mesmo concordou com sua cabeça, olhei para Laila que nem estava prestando atenção na discussão — se ferra então — revirei meus olhos começando a andar para longe deles

— Kylie — ouvi meu nome ser chamado, me virei e era a loira de mechas pretas, maquiagem pesada e um sorriso enorme no seus lábios — qual foi? Parece tristinha — seu sorriso desmanchou — preciso bater em alguém?

— Não — eu ri da garota — eu sou estou brava, Gustav nunca parece me ouvir!

— Ai! Não começa com Gustav, os dois tem que entender que vocês têm opiniões diferente, ficar mandando um ao outro se ferrar não vai ajudar na situação — foi sincera com sua opinião — afinal, o que é dessa vez? — indaga

— é só uma coisa besta

— se fosse besta vocês não estariam discutindo — bateu os pés — na verdade estariam, mas que seja!

— Eu só recebi uma ligação estranha e ele também, mas ele está tentando esquecer sobre isso, está mentindo para si mesmo, você sabe o quanto isso me irrita — passo minhas maos pela minha cara

— mas isso è o que ele escolheu fazer, você tem que parar de ser menos controladora, pensa como ele se sente — ela colocou uma das suas mãos no meu ombro — eu tenho que ir, beijinhos Kylie, tenta se resolver com ele — mandou beijos com sua mão para mim

Ela estava certa, eu tinha que parar de ser tão controladora, ele escolheu fingir que não aconteceu e ignorar isso, e eu acho que eu deveria fazer o mesmo.