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A MORTE NÃO é a maior perda da vida

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A MORTE NÃO é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.

IT'S MY BIRTHDAY!
𝟬𝟬𝟭

𝖭𝖺𝗈𝗆𝗂 𝖲𝖺𝗇𝗍𝗈𝗋𝗈

EU TINHA ACABADO de me tornar uma adulta. Uma adulta de verdade! Eu posso ir em clubes e festas sem usar minha identidade falsa. Eu finalmente poderia fazer o que eu quisesse

Eu fumava um cigarro no ponto de ônibus, eu estava sentada na calçada, eu estava entediada. Fazia uns dez minutos que eu estava ali sozinha, sem ninguém por perto. As ruas de Milan estavam totalmente vazias, eu fiquei um pouco surpresa com isso porque aonde eu estou é um lugar bem movimentado, principalmente a noite, mas estava vazio. Eu estava sentada na calçada apenas olhando na minha frente, na minha frente tinha uma praça e eu pude ver alguns gatinhos caminhando pelo lugar

Aquela merda de ônibus não passava, eu estava ficando irritada com toda essa situação, como que eu iria voltar para casa?

Hoje é meu aniversário. Acabei de me tornar uma jovem adulta, fiz dezoito anos hoje e nem consigo voltar para minha casa. Hoje era para eu ter me tornado mais responsável, mas eu acho que foi ao contrário.

Eu revirei meus olhos soltando a fumaça do cigarro que eu estava fumando, me levantei e joguei o cigarro no chão pisando nele fortemente com raiva dessa situação. Meu pai com certeza iria me matar! Por mais que eu seja uma adulta agora, eu ainda estava morando com meu pai, não planejo sair da casa dele muito cedo.

Minha mãe morreu quando eu tinha apenas seis anos, desde então era eu e meu pai, mas nós últimos três anos, ele encontrou um novo trabalho e não conseguimos passar tempo juntos, foi aí que eu comecei a fumar, me meter em encrenca e ficar bem violenta.

Passei minha mão pelo meu cabelo suspirando pensando no que eu faria. Peguei meu celular do meu bolso, era um
Flip phone, fui ver quanto tinha de bateria e me restava dois porcento. Disquei o número de Camille e liguei para a garota. Coloquei meu celular perto do meu ouvido e respirei fundo na esperança que a garota me atendesse

— Alô — ouvi a voz sonolenta da garota, com certeza ela deve ter acordado com o seu celular tocando

— Camille! — falei animada — pode vir me buscar na rua Melbourne? — perguntei e pude ouvir a minha amiga bufar

— Você disse que depois que saímos do restaurante, você iria direto para casa! — ela disse dando uma pausa — aonde você foi Naomi? — questionou

— Bom... Talvez eu tenha ido para vários clubes nas últimas cinco horas.. — eu olhava em volta, eu sentia tontura, tudo estava rodando em minha volta

— Porra Naomi! — bufou a morena novamente — estou indo te buscar, me espera aí. — a mesma desligou a ligação

Eu sentia que eu poderia cair ali no chão a qualquer momento, mas eu não tinha bebido muito, por mais que eu seja descontrolada, eu não sou de beber.

Era o começo do ano 2004 mas parecia que eu sempre iria ficar presa em 1992. No dia que minha mãe se foi, eu ainda consigo lembrar dos gritos do meu pai naquele dia no hospital. Já se faz doze anos e eu ainda não consegui superar isso, eu era bem nova quando ela morreu mas era como se fosse ontem sua morte. Hoje me lembra de todas as noites que dormi chorando enquanto implorava para Deus tirar minha vida para que eu finalmente pudesse ficar em paz com minha mãe

Meu pai também parece não conseguir superar isso, muita vezes quando eu fui pegar água a noite eu pude ouvir seu choro do seu quarto, como meu pai dorme de porta aberta, eu conseguia ver a luz do quarto dele ligada, e sempre quando eu chegava mais para perto podia ver ele chorando em cima da sua cama enquanto olhava as fotos da mamãe. Essa dor era inexplicável

Os pensamentos que eu tinha durante o ensino médio inteiro eram pensamentos dolorosos, era como se aquilo nunca iria acabar, parecia que eu estava destinada ao inferno. O ensino médio foi uma merda, se eu pudesse voltar nos últimos três anos, eu prefiro morrer. Chegou no ponto de eu não querer mais olhar para os lados enquanto eu atravessava a rua, a única coisa que eu queria era morrer, não era dinheiro ou roupas novas, mas sim morrer.

Enquanto as garotas da minha idade iam para festas para encontrar garotos e perder suas virgindades, eu ia para festas para eu me distrair da vida, para eu não enlouquecer e fazer algo que eu não deveria.

Falando em garotos, eu acho que eu não tenho muita sorte nisso também, eu até sou desejada pelos garotos, mas nunca amada de verdade. Esse é meu maior medo, continuar sendo desejada mas nunca amada. Garotos hoje em dia apenas ligam para seu corpo e beleza, para eles, sua personalidade não é algo importante. Por isso eu nunca namorei ou beijei alguém, eu sinto que eu não sou capaz de amar alguém desta geração.

Ouvi um carro parar na minha frente e buzinar, o vidro do motorista abaixou e vi que era Camille

— Entra aí Naomi — sorriu amarelo sem mostrar seus dentes

Eu abri a porta de trás e entrei no carro da garota.

— será que eu posso dormir no seu apartamento?.. — perguntei olhando baixo com um leve sorriso

— Por que? — a garota franziu suas sobrancelhas e olhou para trás

— não quero que meu pai me veja nessa situação, eu acho que estou bebeda — eu cocei a minha bochecha — ele vai ficar desapontado se me ver assim — meu sorriso ficou maior, mas eu queria chorar, já pude sentir meus olhos lacrimejando

— Pode sim — ela sorriu sem mostrar os dentes e se virou para frente começando a dirigir o carro.

NOTAS:Esse cap foi para mostrar um pouco do que Naomi sofre, estou ansiosa para escrever o próximo capítulo! Espero que vocês gostem dessa nova temporada 😋

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NOTAS:
Esse cap foi para mostrar um pouco do que Naomi sofre, estou ansiosa para escrever o próximo capítulo! Espero que vocês gostem dessa nova temporada 😋

Ghostface | Tom Kaulitz Where stories live. Discover now