Capítulo 46 (Não somos iguais)

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   Elvi inicialmente estava atrás de Drach, mas havia um rastro de magia que a atraiu. Como não estava ali para ser a babá de um menino inconsequente e sim para caçar Elementais...

   O Distrito Haya não era um dos maiores, mas era bem espaçoso, com belos prédios, ruas longas e bem iluminadas, só que aquela luz não vinha dos postes da cidade e sim das chamas de uma pilha de escombros, a menina também escutou gritos.

   Brygida e Namika, fogo e água, lado a lado, queimando mulheres em sua gigantesca fogueira. Quando Elvi chegou, Namika molhava as suas vítimas, para que assim demorassem um pouco mais para queimar, enquanto a Deusa do Fogo as empurrava para as chamas. A da vez tinha sido uma moça jovem, nos prováveis últimos meses de gestação, seus gritos deixaram até mesmo a Deusa da Magia arrepiada, aquilo era crueldade pura... Os homens estavam presos em uma barreira de fogo, alguns choravam por suas conjugues mortas, outros berravam por socorro e alguns apenas se conformavam que o fim estava próximo e que ele iria queimar.

   A Elemental de fogo vestia um sutiã vermelho totalmente coberto por rubis e uma bela saia de camadas feita de longos panos pretos e vermelhos, destacando sua pele bronzeada e seus enormes cabelos alaranjados queimado, presos em um rabo de cavalo alto adornado por uma gigantesca presilha dourada.

   Já sua parceira usava um vestido repleto de aberturas e camadas de tecidos brancos e de diferentes tons de azul, com um grade cinto dourado na cintura. Sua pele parecia mais clara por conta de sua escolha de cores. Seus cabelos eram de um azul tão escuro que poderia ser facilmente confundido com preto, eles não eram tão longos quanto os de Brygida, ela os usava soltos com apenas uma tiara dourada de adorno.

   As duas dançavam aos gritos da mulher, era uma música doce para elas, que apenas elas eram capazes de ouvir, Namika e Brygida se divertiam matando pessoas em sua festa privada. Era como se aquele fosse o dia perfeito, o primeiro dia de uma Avyanna sem a soberania de Lenia.

   – Já está ficando chato! – Reclamou Namika, como uma criança mimada.

   – Então tenho uma brincadeira mais divertida para você.

   – Qual?

   Brygida abriu a barreira que prendia os homens, mas nenhum tentou escapar, não de primeira. Quando eles começaram a correr por suas vidas a Deusa do Fogo começou a explicar a brincadeira.

   – Já caçou? – Namika negou. – É quase como caçar, mas você ganha mais pontos se os trouxer de volta vivos.

   Quando os homens estavam chegando ao fim da rua, Brygida fez um paredão de fogo, queimando todos aqueles que tentaram escapar.

   – Se o homem for bonito você ganha o dobro de pontos... Quer jogar?

   – Quero sim!


   Elvi subiu no prédio mais próximo, queria assistir a relação das duas, afinal, não podia subestimar os Elementais, muito menos os cruéis como elas. Quem sabe uma flechada em cada desse conta... Quem sabe não desse... Era arriscado demais morrer ali, deixar os demais sozinhos.

   Era perceptível que Brygida não tinha a menor intenção de ganhar, usava um chicote de fogo e cortava os pobres homens ao meio, isso a fazia rir, já Namika os colocava em uma gigantesca bola de água, os matando afogados.

   O jogo não durou muito, nenhum homem conseguiu passar de duas quadras de distância. Isso deixou Namika muito frustrada, suas atitudes infantis irritavam a ruiva, mas sabia que isso era muito relacionado à quando a criatura que causou a desordem no ciclo da magia morreu.

Cidade de CristalWhere stories live. Discover now