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Minatozaki Sana

A srta. Chou ficou olhando para mim, sem se mexer. Devagar, ela saiu do banquinho, me encarando, seu olhar passando rapidamente pelo cômodo.

— Você acha que isso é engraçado? — ela chiou, com a voz trêmula. — Não sei que tipo de pegadinha é essa, sra. Minatozaki, mas posso assegurar de que não é divertida. — Ela passou por mim, pegou seu casaco e sua bolsa do sofá, girando de volta. — Está filmando isso para que possa assistir depois? Rir de novo? — Uma lágrima escorreu por sua bochecha e ela a limpou, o movimento foi brusco e raivoso. — Não é suficiente me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?

Ela seguiu em direção à porta, e eu me recuperei do choque da explosão raivosa dela rápido o suficiente para correr e impedir que ela fosse embora. Inclinei-me sobre ela, fechando a porta.

— Srta. Chou... Tzuyu... por favor. Asseguro que não é uma piada. Me escute. — Ela estava tão perto que eu podia sentir seu corpo tremendo. Eu havia pensado nas reações dela, mas não tinha pensado na raiva. — Por favor — tentei persuadi-la. — Ouça o que tenho a dizer.

Os ombros dela caíram para frente e ela assentiu, permitindo que eu a levasse da porta até o sofá. Sentei em frente a ela e indiquei que ela deveria se sentar também. Ela se sentou cautelosa, e precisei de todo meu controle para não gritar com ela e dizer para não parecer um coelho assustado. O que ela achava que eu ia fazer? Suas palavras ecoaram em minha mente.

Não é suficiente me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?

Eu me mexi um pouco em meu sofá — acho que eu merecia sua cautela.

Limpei a garganta.

— Como eu disse, estou planejando sair da Kim Inc. A empresa na qual estou torcendo para trabalhar é amplamente diferente da forma como Taeyeon administra sua empresa. Eles valorizam os funcionários; para eles, família e integridade são prioridades. — Ela uniu as sobrancelhas, mas não disse nada. — Para conseguir colocar meu pé lá dentro, precisei convencê-los de que eu não era a pessoa que eles acham que sou.

— Que é...?

— Arrogante, egoísta. — Inspirei fundo. — Uma tirana no trabalho e uma mimada depois dele.

Ela inclinou a cabeça; sua voz foi baixa e firme.

— Perdoe minha grosseria, sra. Minatozaki, mas você é exatamente assim.

— Sei disso. — Levantei-me e andei um pouco. — Também sou boa no que faço e estou cansada de ser pisada por Taeyeon. — Sentei-me. — Senti algo conversando com Lalisa... algo que eu não sentia há muito tempo: empolgação ao pensar em uma nova campanha. Inspiração.

Ela arfou.

— Lalisa Manoban? Você quer trabalhar no Grupo Manoban?

— Sim.

— Eles raramente contratam.

— Há uma abertura. Eu quero isso.

— Ainda não entendi onde eu entro.

— Lalisa Manoban não vai contratar alguém a não ser que sinta que esse alguém se encaixe na imagem que ela tem: família em primeiro lugar. — Inclinei-me. — Eu tinha de convencê-la de que não era a garota riquinha do qual ela ouvira falar. Disse a ela que estava saindo da Kim Inc. porque me apaixonei e queria um estilo de vida diferente.

— Por quem?

Reclinei contra o sofá.

— Você.

Os olhos dela se arregalaram a ponto de ficar hilário, sua boca se abriu e fechou, sem emitir nenhum som. Enfim, ela falou.

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