Assim Tudo Escureceu

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Assim Tudo Escureceu

Capítulo 30

  Eu coloquei o grande e pesado livro, que era praticamente do meu tamanho, encima da cama e desci de lá, minha sede aumentava a cada segundo e eu me sentia como se eu tivesse ficado dias sem tomar água, aquilo me incomodava.
  Não é muito difícil adivinhar o que eu fiz, mas mesmo assim, citar meus movimentos pode ser importante, eu andei até a porta do quarto e passei por ela, logo depois ficando nas pontas dos pés e a fechando, como você deve imaginar, ser baixo não é muito facil..
  Antes de ir a cozinha, eu olhei para o relogio de parede da sala, nem havia percebido o tempo passar, como passou 1 hora tão rapido assim? Já era 21:00 da noite e eu nem vi o anoitecer, mas ignorei isso, até porque estudar exige bastante tempo e eu, por estar realmente concentrado no livro, não vi esse tempo passar.
  Andei até a cozinha em seguida e, assim que dei um passo, saindo da sala para cozinha, tive uma sensação estranha e negativa passando por mim, parecia que aquele lugar estava sempre assim, com um ar estranho e ruim em meu ponto de vista, ainda mais com o corpo sem a cabeça que eu podia visualizar perfeiamente no chão, mas aos poucos, descobri como ignorar essas coisas.
  Eu andei até a geladeira e com certas difículdades, eu consegui pegar o copo de água, logo fechei a geladeira e dei as costas a ela, mas após esse simples movimento, meu corpo inteiro se arrepiou, meu pescoço começou a arder e eu ouvi um barulho estranho vindo da mesa que tinha na cozinha, eu me virei devagar e olhei para o local, vendo o azulejo do chão embaixo da mesa quebrado, faltando uma parte e formando um buraco semelhante ao que havia no banheiro.
  Uma curiosidade passou por mim e uma vontade tremenda de entrar lá dentro me apareceu, eu coloquei o copo no local que eu estava e me aproximei devagar do azulejo quebrado, a cada passo que eu dava, mais estranho eu me sentia, mais arrepiado eu ficava, mais proximo de algo eu estava.
  Parei na frente do buraco e olhei por ele, vendo um chão de madeira embaixo, além de alguma luz que parecia estar ligada, iluminando o lugar, o que me deu mais curiosidade do que havia lá embaixo, eu me abaixei e então me joguei dentro daquele...Porão oculto.
  Em meio a queda em perdi o equilibrio, me fazendo cair e logo após derrapar, escorregando em algo líquido e gosmento, batendo de nuca no chão.

  —Ai porra!

  Eu gritei, não muito alto para que ninguém me escutasse, mas alto o suficiente para amenizar minha raiva no momento.
  Levantei com minha mão na nuca, além do odio que eu sentia por conta de um pequeno erro de calculos que me fez cair e bater a cabeça naquela droga de chão, e olhei em direção ao lugar em que à luz vinha e paralizei, me deparei com pilhas de corpos, corpos realmente antigos e alguns até em fase de decomposição, eu não sei porque, mas não consegui me mexer enquanto encarava aquelas pessoas sem vidas, até parecia que eu nunca havia visto um único cadáver antes, mesmo que isso fosse a mentira mais obvia de todas, era como se aquilo não fosse algo comum para mim.
  Eu encarei aqueles corpos sem vida, com os olhos arregalados e uma grande expressão de pânico e medo, que me fazia ter a nuca arrepiada em pensar em o que eles viram antes de ter um fim, o sangue velho e escuro no chão, um cheiro podre que nunca senti, nem mesmo em um cemitério, algumas pessoas sem algumas partes de seus corpos, umas sem os olhos, outras sem seus dentes ou dedos, era possível saber que elas haviam sido torturadas antes de suas mortes, torturadas sem o mínimo de dó, mulheres com o utero arrancado e homens com suas tripas para fora, crianças sem seus orgãos internos, adultos e idosos que pareciam ter implorado pela sua vida, e muito, muito sangue no chão, a pessoa que fez aquilo.. Eu não sou nada perto dessa pessoa... se é que foi alguém que fez aquelas coisas horríveis com tanta gente sem um motivo, eu posso ser uma pessoas terrivél, mas nada que eu já vi em minha vida foi pior do que aquela cena..
  Não queria ter encarado aquelas coisas por tanto tempo, não queria nem ao menos ter visto aquilo, que nunca mais sairá de minha cabeça, nunca esquecerei o rosto de cada um deles, nunca... Eu ouvi o som da porta abrindo no andar normal da casa, a única coisa que eu pude pensar foi em subir e contar para S/n o que eu vi, para sairmos daquele lugar o mais rápido possível.
  Eu subi rapidamente e corri para a sala ,mas não vi ninguém, a porta estava trancada por dentro, assim como S/n tinha deixado quando saiu, não havia ninguém em casa além de mim, foi o que eu pensei por um único segundo, mas o barulho vindo da lavanderia me provou o contrário, eu me virei assim que ouvi algo caindo lá dentro, vi a porta vermelha da lanvanderia, que estava fechada, se abrindo lentamente, saindo lá de dentro um homen com um revolver, ele estava confiante mas, assim que me viu ele se assustou, acho que não esperava um boneco, mas sim uma pessoa.
  Ele não falou uma unica palavra, apenas apontou o revolver para mim assustado, atirando em seguida, porém eu não tive tempo de reação..

Meu Ruivinho Preferido [Chucky X Leitora]Where stories live. Discover now