𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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"Vê se não faz nada de errado, Toretto

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"Vê se não faz nada de errado, Toretto."
"Vou tentar, Amelie."

"𝑪𝑳𝑰𝑪𝑲"

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"𝑪𝑳𝑰𝑪𝑲".

O som da liberdade.

Quando suas algemas foram retiradas e uma única policial lhe acompanhou até a entrada da penitenciária, o ar daquele presídio se tornou menos pesado do que anteriormente. Estava no mesmo lugar a 2 anos, mas saber que agora era oficialmente livre dava um ar diferente para aquele ambiente tão escuro que ao decorrer de seus passos podia sentir o sol queimando em sua pele que lhe arrepiou.

━━━  Vê se não faz nada de errado, Toretto. — Foi a última coisa que a mais jovem escutou da policial Carter antes desta virar as costas e andar em sentido oposto ao da morena.

━━━ Vou tentar, Amelie. — Amelie, ou policial Carter, apenas virou seu rosto em insatisfação com a forma que foi chamada, mas seguiu seu trajeto sem resposta a mulher.

Se alguém a perguntasse os motivos que lhe trouxeram ao presídio, não conseguiria indicar apenas um. O raxa nunca foi um verdadeiro motivo para seu caminho se encontrar com a cadeia, mas para onde ele a levou. Assaltos a caminhões de carga, pequenos roubos locais, apenas ações anotadas em um caderninho imaginário, como um acúmulo que seria cobrado quando a apanhassem. Numa audiência sem seus familiares, sua pena foi concretizada; 4 anos na penitenciária feminina de Los Angeles. Não houve choro, nem visitas — uma única excessão no ano anterior — seu histórico de bom comportamento e ausência de pessoas reduziu sua pena em 2 anos. Num dia ensolarado onde as pessoas iam em direção à praia, enquanto outras, como ela, tinham sua liberdade oficializada.

Em anos presa, conseguiu reconhecer o barulho do portão de metal se abrindo para a liberdade, franzia o nariz e rangia os dentes com o som de ferrugem daquele portão velho, mas o dia já se mostrava diferente quando ignorou o barulho e caminhou até a saída com tranquilidade. Um pacote de roupas em suas mãos com alguns produtos de higiene e sua roupa do corpo, era a única coisa que tinha naquele momento. Sua casa provavelmente estava dominada por animais que se abrigaram nestes dois anos, suas roupas destruídas por traças, seu carro necessitado de um óleo. Mas como sua falecida mãe dizia: "Você só tem a si mesma", ela precisaria correr atrás do que tinha perdido.

Girou seus calcanhares uma última vez como se confirmasse que seu lugar não era mais ali e concordou em silêncio quando o portão se fechou, como um ciclo sendo encerrado. Acabou. Agora sua vida era outra. Voltou-se para frente, dando de cara com uma Acura 94 azul.

━━━ Mia! — O nome da caçula saiu doce de sua boca quando reconheceu o carro que estava estacionado na porta do presídio.

A porta do carro foi aberta e uma mulher de longos fios escuros saiu do automóvel com um sorriso no rosto, abrindo seus braços para receber a mais velha.

━━━ Ollie, ah, como eu estava com saudades. — Dizia enquanto apertava 𝑶𝒍𝒊𝒗𝒊𝒂 em um abraço apertado que foi retribuído.

Se afastou dando dois passos para trás, analisando a Toretto mais nova por inteiro, como se tentasse achar alguma diferença na mesma, como sua franja que cobria a testa. Segurou em seus braços e deslizou seus dedos pela derme da caçula em um carinho.

━━━ Saudades e só veio me ver uma vez nestes dois anos, Mia? — Sua intenção não era ser grosseira, mas não conseguia acreditar numa saudade onde não existia tentativa de matá-la.

━━━ Aconteceu algumas coisas que era impossível de eu vir... — A tentativa de justificação veio com bochechas rosadas pelo constrangimento ao qual a outra não sentiu culpa de sua fala. ━━━ Mas me ligaram dizendo que você foi solta. Vim te levar para casa. — 𝑶𝒍𝒊𝒗𝒊𝒂 sorriu em consentimento e não tardou a entrar no carro.

━━━ E Dom? Onde ele tá'? — A pergunta merecia uma resposta simples, como "está na lanchonete" ou "tá em casa", mas a resposta daquela pergunta não era tão simples quanto 𝑶𝒍𝒊𝒗𝒊𝒂 acreditava.

𝑹𝒊𝒅𝒆 𝒐𝒓 𝑫𝒊𝒆Where stories live. Discover now