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Caminho sentindo os meus osos doerem mesmo repetindo para todo mundo e para mim mesmo que eu estou bem, não estou. Meu corpo dói, a minha cabeça dói, respiro com dificuldade e a cada dia que passa a minha pele fica mais pálida, quase cinza, e agora preciso de ajuda de um bastão para andar com o seu apoio
Me aproximo da área de treinamento vendo Brandon, um dos alunos novos do segundo ano que foi transferido da Fonte Rubra, e definitivamente um dos melhores lutadores que já ensinei. Ele veste uma regata me dando acesso aos hematomas em seus bíceps, no que ele se meteu? Brandon soca o saco de pancadas cada vez mais forte sem usar luvas, machucando os seus punhos, mas o medo não parece de incomodar
- Vou querer saber o que te deixou tão irritado assim?- Cessando os socos, Brandon se vira ofegante e engole seco assim que me vê
- Deveria estar em repouso, Silva!- me repreende e eu sorriu
- Nunca imaginei que estaríamos nessa posição- vendo a feição confusa do rapaz, o diretor dos especialistas completa- na posição de você me repreender e estar certo- o mais jovem sorri- por que está aqui?
- Estou treinando- dá de ombros voltando a posição de ataque, ainda sentindo o meu olhar desconfiado
- Pode conversar comigo, sabe disso, não é?- e mais uma vez a sua postura desmorona
- São muitos acontecimentos nas últimas semanas- continuo o encarando esperando que ele complete o seu pensamento- a troca de escola, criar novos vínculos, o seu ataque, sei que nos conhecemos a poucas semanas, mas apesar de tudo, eu gosto muito do senhor
Apesar de tudo? Apesar do quê? Resolvo ignorar essa dúvida que tomou os meus pensamentos e sorriu paternamente para o mais novo. Eu li a sua ficha, Brandon é um garoto órfão que passou de família em família até entrar para Fonte Rubra e se tornar o melhor aluno da escola, depois de muitas confusões se tornou o melhor
- Eu imagino que muitas mudanças sejam confusas, mas você só estranhará nos primeiros dois meses, vai ser ai que você se acostumará, vai fazer amigos, arranjar uma namorada- o mesmo solta um sorriso ladino- então já tem alguém?
- Não- se apressa a negar- talvez- ri soltando um longo suspiro- tem uma garota, mas ela não me dá bola, me odeia
- Apenas use o seu charme e conquiste a garota- dou um soquinho no seu braço- e não se preocupe, nada vai acontecer comigo, vou continuar sendo o diretor dos especialistas, vocês não vão se livrar de mim tão fácil
- Eu realmente espero que não- o mesmo sorri, mesmo vendo sinceridade em seus olhos também vejo culpa
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Estou na estufa sozinho com Sky e o loiro me olha preocupado, quase não respira com medo de que eu caí morto no chão- O professor Harvey não aumentou a dose do Zambaque? Ele disse que isso podia segurar até não...
- Até não dar mais- completo a sua frase que morreu na metade, com dor, me ergo do banco ficando em pé
- Eu posso coordenar o treinamento dos calouros e você descansa até que o batalhão ache o Queimado- sugere me fazendo sorrir, criei bem esse garoto
- Rastrearam ele a quarenta quilômetros ao norte- comento voltando a me sentar quando as minhas pernas começam a formigar- vão atacar em breve
- E quando atacarem eles vão...?- uma forma silenciosa de perguntar se mataram a criatura
- Tenho confiança de que vão completar a missão, vão mata-lo. Só não sei se será a tempo
- O que você quer dizer?
- A infecção está aumentando rapidamente, muito rápido, e quando alcançar o meu coração não irei resistir
- E quanto tempo você tem?- balanço a cabeça sem saber o que responder, eu não sei, mas com certeza é pouco- e o que a gente faz?
- Fiz um plano para o seu treinamento e a Dowling já está ciente dos meus desejos
- Te fiz uma pergunta- se irrita, mas eu sei bem que não é apenas raiva, é mágoa, tristeza, luto
- E eu estou te respondendo, soldados tem que ter conversas difíceis com as pessoas que ele ama- sou sincero, não quero morrer, mas não vou chegar no meu último minuto acreditando em uma causa perdida
- Tem que ter outro jeito- sua voz soa embargada- eu já perdi o meu pai, não posso...
- Tive uma idéia!- sua voz visivelmente animada invade os nossos ouvidos da mesma forma que ela invade a estufa, quase arrombando a porta
Isobel sorri largamente em minha direção e mesmo confuso, sorriu para a minha amada
- Qual idéia?- ela acena para Sky que sorri minimamente para a mesma
- Eu pesquisei em alguns livros na biblioteca e na internet e acho que posso te curar caso o batalhão não mate o Queimado- mesmo animada, sua voz soa de forma incerta. A mais nova se aproxima de mim sem se importa com o loiro
- Izzie...
- Eu consigo fazer isso, Saul. Eu destruí aquele Queimado, eu sou poderosa e posso te salvar- me interrompe sabendo que iria negar. Não por não acreditar no seu poder, mas por saber que isso vai além da magia das fadas, isso envolve bruxaria, e mesmo sendo uma mestiça, tenho medo do que tanto poder assim faça com ela
- Não quero que se sacrifique por mim!
- O realmente deve está ficando louco se pensa que aceitaria te perder sem lutar- seu tom era sério, igual a sua face com as sobrancelhas levemente franzidas, uma das suas manias quando estava irritada
- Por favor...
- Se fosse ao contrário, você desistiria de mim?- exigiu saber, mesmo já tendo consciência do que eu responderia
- Nunca!
- Então!- ela relembra a presença do loiro e se afasta de mim, ambos sendo observadoa de maneira cautelosa por Sky
Queria levantar, abraça-la e dizer que a amo, que tudo ficará bem, mas o meu corpo dói dos dedos do meu pé até a minha cabeça, então quanto menos eu me mover sentirei menos dor. Apenas erguo a minha mão em um pedido silencioso que ela volte a se aproximar
- É uma chance, Silva. Talvez a nossa única caso o batalhão falhe- Sky intervém apoiando a ideia de Isobel, imagino que ele suspeite do que acontece entre nós dois, mas nunca falou nada, e sei que não se importa, principalmente agora que ela pode me salvar
- Tudo bem!- sorri minimamente contendo a sua vontade de pular sobre mim e me abraçar - não vou pedir para que desista de lutar por mim, apenas quero que tome cuidado- a mesma balança a cabeça assentindo em concordância
- Vou deixar vocês dois se acertarem sobre o plano, eu tenho aula agora- me da um abraço apertado, como uma despedida- eu te amo!
- Também te amo, filho!- vejo o mesmo sorri largamente e sair, passando pela porta da estufa, Isobel pula em meus braços selando os nossos lábios
Não aprofundo o beijo, apenas aperto a sua cintura acariciando aquela região e aproveitando esse pouco tempo que temos juntos. Estou com saudades disso, saudades de toca-la, beija-la, de estar com ela
- Eu tô com medo- sussurra com a voz embargada logo após se afastar dos meus lábios
- Não há razão para isso, amor. Não importa o que acontecer, sempre estarei aqui
- Já perdi pessoas demais, Saul...
- Eu te amo Isobel Hale Campbell, e não importa se temos cinco minutos ou cinco décadas juntos, sempre estarei com você, por que o meu amor, sempre encontrá o seu, não importa onde estejamos- seus olhos brilham por causa das lágrimas que de formam, beijo a sua testa acariciando os seus cabelos que cheiram a morango