Capítulo 29

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Pegamos o metrô para voltar ao campus, depois que saímos do Empire State. O veículo felizmente está quase vazio, exceto por uma ou outra pessoa. Sentamos lado a lado e eu encosto minha cabeça em seu ombro conforme o metrô se movimenta.

Nathaniel passa o braço em torno de mim e eu fecho os olhos. Envolvida pelo momento de tranquilidade em estar ao seu lado, acabo cochilando.

— Estamos chegando, princesa. — Ele me acorda depois de um tempo.

— Desculpe-me por dormir assim. — Digo me levantando.

— Tudo bem, foi bom ver você tão tranquila, babando em cima de mim. — Ele diz e dá uma risada.

— Ei! Eu não babei! — Protesto.

— Relaxa princesa, não é nenhuma novidade você babar por mim.

— Você é tão imaturo. Não acredito que aceitei namorar você! — Digo com uma falsa indignação. 

— Claro que acredita, você estava tão ansiosa por isso, desde que me viu pela primeira vez. Não conseguiu tirar os olhos de mim. 

— Você foi um babaca, eu me lembro bem.

— Eu não fui um babaca, só te mostrei o dedo. Poderia ter sido pior. O fato é que você não tirava os olhos de mim.

— Isso é a maior mentira. Eu estava apenas vivendo minha vida, mal notei você. — Minto.

— Eu também não tirava os olhos de você, por isso eu sei. — Nathaniel diz e eu me sinto enrubescer. — Só mostrei o dedo para você porque não queria que soubesse que estava afetado, te olhei o tempo todo naquele dia. Quase perdi o ar quando te vi dançando… Ainda me lembro de você quando ouço aquela música.

— Aparentemente não fui eu quem se apaixonou, eu sequer me lembro que música era.

— Você estava ocupada demais me desejando para lembrar da música, eu entendo. Sabe, eu mal soube como reagir quando te vi no campus. — Ele diz com um suspiro e depois cora. — Você ainda ficava me provocando.

— Eu nunca provoquei você Nathaniel, eu só respondia as suas provocações.

— Não é bem assim que eu me lembro. Você estava sempre perto de mim. Você me deu nosso primeiro beijo. Foi tudo você princesa.

— Do jeito que fala, até parece que você tentou ficar longe de mim em algum momento.

— Você tem razão, eu não tentei ficar longe de você, eu queria você mais que qualquer coisa no mundo. Ainda quero.

Não sei o que responder depois que ele diz isso, sinto meu rosto queimar e meu coração se acelera tanto que parece prestes a sair pela boca.

Felizmente logo chegamos em frente ao meu quarto, então não fica um silêncio desconfortável enquanto tento lidar com a profundidade do que estou sentindo no momento.

— Obrigada por hoje. — Digo quando paramos em frente a minha porta.

— Não precisa agradecer. Amo passar o tempo com você Aurora. — Nathaniel diz e leva sua mão até mim, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. 

Meus olhos capturam os seus e se fixam por um momento antes que eu me aproxime e encoste meus lábios nos seus. O beijo começa suave, casto, apenas um toque e nada mais. Até que o ritmo aumenta, nossas línguas dançam em nossas bocas e eu sinto meu corpo se aquecer, o ar parece fugir do meu peito e eu me agarro ainda mais em Nathaniel, que se afasta sem fôlego de mim.

— Acho melhor pararmos por aqui. — Ele diz dando um sorriso sem graça. Suas bochechas tão vermelhas que ele parece um tomate. 

Por um momento não consigo entender o que está acontecendo, se acaso fiz algo de errado e por isso ele esta se afastando sem graça. O rubor toma meu rosto quando entendo — quando percebo suas mãos unidas em frente ao seu corpo e seu olhar perdido fora do meu. Não consigo evitar a risada que escapa dos meus lábios.

— Está achando engraçado é? — Ele diz, ainda constrangido.

— Bem, é um pouco engraçado sim.

— Fico feliz em saber que meu desconforto te diverte. — Seus olhos desviam dos meus novamente, envergonhado. — Acho melhor eu ir.

— Não quer entrar? — Pergunto com uma ousadia que não sei exatamente de onde veio.

Meu coração está acelerado em expectativa, quero que ele entre no quarto comigo e sei que isso não combina com a garota que mordeu sua boca apenas por ele me beijar. 

Tenho medo do que possa acontecer se ele aceitar entrar comigo, tenho medo de dar um passo a mais e isso só… Desencadear novas lembranças, mas não posso ter medo para sempre, não posso viver aterrorizada com o medo de algo que pode nem acontecer.

O medo não pode me fazer evitar para sempre as coisas que eu quero. Tomei essa decisão quando aceitei namorar Nathaniel. Não deixarei o temor, o trauma que vivi me paralisar. Nunca mais.

— Não sei se eu deveria. — Ele responde depois de um tempo.

— Por favor, Nath. — Peço, pegando em sua mão e ele se rende sem muito esforço. 

Eu o levo até o quarto — que felizmente está vazio — e fecho a porta atrás dele. Minha boca pressiona a sua e sinto sua mão me puxando pela cintura. Meu corpo cola no seu, sinto o calor tomar conta de mim, minhas mãos começam a suar, de nervosismo ou outra coisa, não sei dizer. 

Me agarro em sua camiseta conforme o beijo fica mais intenso, minha respiração parece cada vez mais alta como se todo o ar estivesse abandonando meu corpo. 

Minha camiseta é levantada e retirada, delicadamente. A cada movimento, Nathaniel me olha como se pedisse autorização para prosseguir.

Sua boca desce pelo meu pescoço e eu arfo levemente, um suspiro baixo me escapa dos lábios enquanto sinto sua boca na minha pele. 

Os dedos ágeis de Nathaniel vão ao encontro do fecho do meu sutiã, assinto com a cabeça no momento que seus olhos cruzam os meus, pedindo permissão. Sua mão segura meu seio enquanto sua língua brinca com o outro mamilo. Meu coração erra uma batida e parece prestes a se descontrolar, mas quando olho em seus olhos azuis, preocupados, calorosos e amorosos volto ao meu estado de calma.

— Você está bem? — Ele pergunta.

— Estou ótima. — Respondo ainda que não seja totalmente verdade. — Pode continuar.

Ele ri ao ouvir minhas palavras e seu riso beija minha pele. Meu rosto ruboriza conforme sinto-me esquentar num calor que nada tem a ver com a temperatura ou nervosismo. 

Minha mão está trêmula quando eu a levo até sua calça e pressiono-a por cima de seu membro, eu o sinto rígido sob o tecido grosso da calça. 

Nathaniel solta um gemido baixo apreciando meu toque desajeitado, suas mãos me seguram e levantam, logo estou em seu colo, sendo levada até a cama.

Meu corpo é jogado na cama dura, que faz um barulho estranho. Como de uma folha se amassando. Algo está errado. Sinto minha mão começar a tremer enquanto alcanço o papel. Nathaniel se apressa em ligar a luz, reconheço a letra no mesmo instante, meus olhos se arregalam ao ler o conteúdo, minha mão treme violentamente.

Não acredito que estou passando por isso. 

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