Hariel
Gente, churrasco mais tarde na casa da NorteKaique
Uai, está com seu chocolate e quer churrasco?Felipe
É, parça, nós deixou a casa para vocês e você querendo meter gente aí dentroThiago
Já deve ter visto que a mina é problema e quer que a gente vá para salvarHariel
Não é isso seu comédiaHariel
Não posso explicar agora mas colem lá e chamem uns manosKaique
Você é louco, manoHariel
Por favorKaique
Por mim, suaveFelipe
É nóis, chefeThiago
MarchaHariel
— O que foi, branquelo? — Vitória pergunta, colocando o cinto de segurança. Guardo o celular no bolso e ligo o carro.
— Nada. Por quê? — pergunto, dando partida no carro.
— Dedos rápidos — diz, referindo-se a minha digitação. Sorrio.
— É, ouço muito isso — digo com o sorriso mais malicioso que consigo e a ouço rir. É, vai rindo...
— Agora entendi do porquê dessa sua fama.
— É, uso muito os dedos para caneta — Rio.
— Não acredito que estou falando com um oitava série — diz, rindo — Mas fala sério, o que você estava digitando?
— Com os moleque sobre uns bagulhos para mais tarde.
— Pensei que estava tudo certo.
— E está. São retoques finais, vidona.
— Acredito — diz e dou uma risada.
Vitória estende uma das mãos até o rádio e liga o Bluetooth, tirando o celular e o conectando logo em seguida. "1010" do Djonga começa a tocar.
— Essa é boa — digo, batucando no volante conforme as batidas.
— Todas desse álbum são.
— Gosta do Gustavo?
— Mas é claro.
— Já trombou com ele? — pergunto e ela dá risada.
— Ele é meu padrinho da cena.
— Papo reto mesmo?
— É, ele me ensinou muita coisa. Conheci as gêmeas por causa dele, já que eu usava o estúdio da Ceia.
— Caralho, eu não sabia.
— Normal, quase ninguém sabe. Eu pedi para ele não me apadrinhar publicamente.
— Nossa, por quê?
— Porque você sabe como o público é. Se soubessem que ele é meu padrinho do rap, tudo o que eu conquistei teria sido associado a ele e diriam que ele facilitou a minha entrada na cena de alguma forma. Claro que o Gustavo nunca pensou assim e nem queria lucro em cima disso mas eu decidi não ter meu nome associado a ninguém.
— Você fez certo, papo reto. Você é braba — digo de forma sincera — Você quer ser conhecida pelos próprios corres.
— Sim, por isso eu evito me envolver com os manos da cena e se me envolvo o público não fica sabendo.
— Como assim?
— Não é óbvio? Tipo, quando uma mina começa a ser vista com um cara da cena, tudo passa a ser associado a ele.
— Nem sempre — Dou de ombros — O Kyan e a Tasha, por exemplo.
— Prefiro não arriscar — diz, por fim, virando-se para janela.
Entendo o ponto de vista dela. É difícil passar anos trampando para ter reconhecimento e quando você finalmente consegue, associarem a outra pessoa. Gosto do modo como ela leva o corre dela mas se ela evita se envolver com manos da mídia, talvez isso embace um pouco para o meu lado mas que eu não possa dar um jeito.
Quinze minutos depois, chegamos no mercado. Estaciono o carro no estacionamento do local e adentramos o local logo em seguida. Noto que ela está um pouco estranha, como se estivesse preocupada.
— O que foi? — pergunto enquanto entramos no local.
— Nada — diz, tirando um carrinho da fileira de carrinhos.
— E por que está com essa cara de quem está cheia de neurose? — pergunto.
— É que... — diz, suspirando — Me veio agora que podem nos ver aqui.
— E o que tem?
— Podem entender errado.
— Como assim?
— Entender que estamos namorando ou tendo um caso.
— Viu? Está na neurose. Primeiro que essas páginas e os comédias chamam de affair — Sorrio mas sua expressão continua séria — Mas é tão ruim assim?
— Para mim, sim — diz, suspirando e então me lembro da conversa do carro e entendo o porquê.
— Pode pá, não tinha pensado nessa fita — digo, coçando a nuca — Mas eu venho aqui direto com os moleques, nunca saiu nada.
— Certeza?
— É mercado de boy, vida. O que eles mais vêem é artista.
— Vou acreditar em você, então — diz, sorrindo.
— Não tem porquê não acreditar.
— Já disse que conheço tua laia, garoto — diz, se direcionando para os corredores inclinada no carrinho.
— Conhece, é? — pergunto, a seguindo — E como é que eu sou?
— Como todos os artistas.
— Como você sabe se não se envolve com gente da cena?
— Mas já me envolvi e tenho uns amigos também.
— Mas eu sou diferenciado — digo e ela revira os olhos.
— Para de falar lorota e me fala o que tem que pegar.
— O Kaique gosta daqueles uísques bem fortes, sabe? O Felipe fica pedindo água de coco depois de beber demais e...
— Eu estou falando de carne! É um churrasco, cabeção.
— Pode pá.
— Já está cheio de bebida aquela casa. Haja fígado! Vamos pegar logo o que precisa.
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SUPERFICIAL hariel denaro
FanfictionAquele em que Hariel não tinha ideia do quanto Vitória era parecida com ele quando começou a se envolver.