38. Hematomas

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- O que foi isso? - Perguntou Siena alisando o braço de Adam e percebendo um hematoma enquanto ele estava dentro da banheira relaxando.

- Nem tinha visto, devo ter me machucado quando saímos correndo da SandUp.

Ele tentava desviar o olhar contra Siena desnuda, mas era em vão. Ela percebeu e se enrolou na toalha branca que estava pendurada ao lado da pia.

- Você anda muito desligado... Mas nem posso falar muito. Sabia que já estamos perto do natal? Faltam 3 semanas! Eu nem tinha percebido. - Ela falou meio cabisbaixa enquanto sentava em um banquinho do banheiro.

- Tudo bem, sua vida anda meio agitada...

- Não Adam... Tu não entende. Eu esqueci que estamos perto do natal, eu esqueci da minha faculdade, eu esqueci da minha carreira, das pessoas que me rodeiam, do meu caráter... Eu esqueci de mim nesses últimos dias!

- Olha, lembra quando a gente se separou? - Ele interrompeu.

- Eu não gostaria de falar sobre isso agora!

- Tudo bem... Mas quero falar mesmo assim. Eu esqueci quem eu era, em algum momento posso te falar com mais detalhes tudo o que aconteceu, sei que não justifica como te magoei, mas eu sou humano e humanos erram, humanos se esquecem. - Adam estendeu a mão pra que ela segurasse. - Vai ficar tudo bem, Si.

- Sabe o que é pior? - Indagou Siena com o olhar expressivo ignorando a mão estendida dele que logo se recolheu. - As palavras saem da minha boca mas eu não sinto culpa.

Eles ficaram alguns minutos calados.

- Onde você vai passar o natal? - Ele quebrou o silêncio.

- Sei lá! Pensei em ir no dia 24 pra casa da mamãe e dia 25 pra casa do papai, mas você sabe... Se eu fizer isso, vai ser uma guerra entre os dois. Cada um falando sua versão de quem teve mais culpa no divórcio e eu no meio dessa encrenca como sempre. - Ela revirou os olhos.

- Isso ainda te machuca?

- Machucava. Hoje em dia morar em outro Estado me fez me livrar dos problemas deles! Agora tenho meus próprios problemas pra resolver...

Antes que pudesse terminar de falar, a campainha tocou várias vezes.

- Quem é uma hora dessas? - Perguntou Adam se levantando rapidamente e se enxugando. - E tocando a campainha dessa forma...

- Não faço ideia, deixa que eu eu atendo!

Passo a passo, Siena abriu a porta do quarto e percebeu que Lilly não tinha saído ainda pois estava com o som ligado em volume alto. Ao abrir a porta do apartamento, Siena ficou estarrecida. Se deparou com Rafael com diversos hematomas no rosto, sangrando pelo nariz e um dos olhos inchados roxo sendo segurado pelo zelador Josias.

- Meu Deus!!!! O que foi isso? - Gritou ela. - O que foi isso, Josias?

Rafael começou a chorar e se jogou por cima de Siena como um animal desesperado, deixando sua toalha toda ensanguentada, na hora ela pôde até sentir um desconforto em seu ombro esquerdo, como se também tivesse se machucado.

- Senta aqui, Rafael... O que aconteceu?? - Perguntou ela preocupada levando ele pra mesa de jantar e passando a mão discretamente onde se sentiu dolorida.

- Dona, ele foi jogado na frente da portaria do prédio... Dois homens com capuz saíram de um carro preto e jogaram ele aqui. - Disse Josias contendo o desespero.

- E-eles... - Rafael soluçava de chorar, ela nunca havia o visto tão vulnerável. - Me bateram, Siena. Dois homens. Eles iam me matar...

- Como é a história? - Gritou Lilly abrindo a porta do quarto

O pecado de SienaWhere stories live. Discover now