8. NÓS?

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Enquanto Analu, estava se preparando para visitar Rodrigo no hospital, Javier havia pedido ao Feistl que fosse até o apartamento dele, buscá-los, já que tinha pedido para levar seu carro para lavar e tirar todo o sangue impregnado no banco de trás. Crosby já havia dito que Peña receberia um carro novo. Pois provavelmente seu carro antigo ficaria pra sempre com cheiro do sangue de Rodrigo.

Javier estava junto à Feistl, fumando seu cigarro, óculos de aviador escuros sobre seu nariz. Com um olhar sempre atento. Ele estava preocupado se haveria represália contra ela. Se Castro realmente estaria atrás dela. Castro só não conseguiu matá-la, pois antes dos primeiros tiros, ele a tinha puxado pela cintura e se jogado dentro para o corredor à sua esquerda. Enquanto Analu caía com as mãos espalmadas no chão, perdendo sua arma, Javier, ficava no canto tentando um jeito de devolver as rajadas. Rapidamente ele ver Rodrigo no chão, seu olhar perdido, suas mãos semi erguidas como se pedisse socorro. Ele não conseguia esquecer daquela cena. Ele imaginou que Analu também não esqueceria.

Quando ele estava dando a última tragada em seu cigarro, ele ver Analu saindo do complexo, bem casual com sua calça jeans, camiseta Polo branca e um tênis na mesma cor. Seus cabelos ondulados e úmidos estavam jogados sobre o ombro direito, o rosto limpo, ela descia calmamente as poucas escadas antes de ir a direção deles. Ele não deixou de notar que ela estava portando sua arma.

- Acho melhor você não levar a arma com você - ele disse com ansiedade.

- Eu não vou a lugar nenhuma sem ela - ela respondeu encarando ele de lado, colocando seus óculos no rosto - Vamos?

Javier acenou, e entraram no carro. Em total silêncio eles se dirigiram para o hospital, Analu observava a boa movimentação nas ruas da capital. Ela percebeu que a vida dessas pessoas continuavam como sempre viveram, ninguém sabia ou imaginava pelo o qual ela passou no dia anterior. Javier, de vez em quando olhava pra ela pelo retrovisor interno, observando seu rosto, suas expressões, suas suspiradas profundas. Quando chegaram por ao hospital, ela desceu antes de todos, entrando em direção à recepção. Van-Ness estava apoiando no balcão da recepção e, foi em direção à ela.

Muito ansiosa, ela viu um médico, na verdade era outro plantonista. Ele explica que Rodrigo não teve intecorrencias durante a primeira noite, mas por segurança, ele continuaria sedado e sem visitas. Analu insiste em ver o parceiro, mesmo de longe. O médico tenta argumentar com ele. Javier ficar observando o quanto a mulher era insistente e teimosa, e por um momento dar um sorriso de canto de boca. Com muito custo, o médico cede à ela. E lhe dar alguns minutos acompanhando ela pelo mesmo corredor onde seu amigo foi levado as pressas. Antes de sair, Analu olha pra trás, por cima de ombros encontrando o olhar de Javier que apenas a admirava de longe.

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Ao chegar perto do CTI, o médico rapidamente explica os procedimentos que ela deve fazer, e lhe avisa que ela terá no máximo cinco minutos. Ela aceita tudo sem falar nada. Logo ela está vestimentada, máscara sobre o rosto, touca cobrindo seus longos cabelos e luvas protegendo suas mãos. Uma enfermeira chega até ela e com um aceno a pede pra acompanhar até um quarto. Analu vai caminhando passos incertos atrás da funcionária, chegando à porta, a enfermeira dar a última instrução e pede que entre. Da porta mesmo, ela ver o leito, ver o seu amigo deitado, máquinas indicando batimentos, respiração. Um tubo dentro de sua garganta fazendo o trabalho de respiração. Calmamente, ela se aproxima da cama. Ela observa cada detalhe de Rodrigo. Seu peito coberto por faixas e gazes, alguns marcados com pequenos pontos de sangue. Analu respira fundo, uma espécie de nó, de bola se forma em sua garganta. Ela olhava pra ele, parecia dormir, seu rosto tão tranquilo dava a sensação que ele não estava passando por todo um inferno. Ela acompanha seu corpo com seus olhos, e ver sua mão. Então, ela segura a mão dele, como se quisesse avisar que ela estava ali. Então uma lágrima cai do seu olho. Em silêncio ela promete que ele vai sair dessa e que ela não descansará enquanto não colocar as mãos no canalha do Felipe. No silêncio, ela faz uma pequena oração, e pede a Deus que ajude seu amigo.

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