Musiquinha

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----- Visão de Lucia -----

Quando olho pra trás me preparo para ver Geraldo com as mãos no cofre.

Mas eu o vejo com um patinho na mão.

-Encontrei! O meu patinho de banho! - fala ele com um grande sorriso no rosto despejando alegria por todo lado.

Eu solto uma respiração de alívio por ele não ter encontrado o dinheiro.

-Foco Geraldo! - Aline grita ainda preocupada com seu vestido.

Eu aproveito que cada um está prestando atenção em algum objeto e saio do porão subindo as escadas de vagar.

-Lucia! - Miguel sussurra e abre um sorriso.

Eu corro até ele e dou um abraço

-Lucia que história é essa de filho? - fala Lucas olhando pra mim.

-Não dá pra explicar agora...

Eu vou até as algemas de Miguel e tento tirá-las.

-Não da tempo! - avisa Oliver - Corre daqui e vai pedir ajuda.

Ouço alguém descendo do segundo andar. Então eu me levanto rápido e corro até a porta e vou embora em busca de ajuda.

----- Visão de Aline -----

-Seu doente metal! - eu grito.

-Por que tá falando assim com seu pai? Olha os modos garota.

-Você deixou a Lucia escapar! - eu ponho meus cabelos atrás da minha orelha.

-Quer merda! E você também em? Além de burra é cega! - Geraldo revira os olhos e vai em direção as escadas.

-Melhor ser cega do que um velho com manchas no rosto! - eu grito.

Logo eu corro e vou atrás dele.

Subimos as escadas e todos estão algemados na sala.

-Onde está Lucia? - Geraldo grita procurando-a.

-Não sei - Lucas responde.

-Ja tentou dar uma olhadinha no inferno? - Oliver avisa rindo.

-Vou te mandar pra lá agora se continuar com essas gracinhas - Miguel olha pra Oliver com seu Maxilar marcado.

Eu vou até Oliver e me sento ao seu lado -Eae gatinho - eu abro um sorriso e ele tenta se afastar - Você vai embora comigo né? Vamos ficar ricos logo logo.

-Prefiro ficar com minha cachorro do que com você Aline - Ele tenta tirar minha mão de seu peito.

-Deixa eu ser sua cachorra então Oliver! - eu bato os dentes.

-Prometo me formar em psicólogia pra cuidar da sua mente Aline, você tá louca - Lucas fala sério.

Eu me levanto porque eu tenho mais o que fazer e subo as escadas indo em direção ao quarto onde Rebeca e Helios está.

Eu passo a chave na porta e Rebeca se afasta.

-Não é possível - eu solto uma gargalhada - Você estava tentando abrir a porta com um garfo de plástico?

-Bom! Alguém tem que fazer alguma coisa aqui né? Helios não pensa em nada - Ela revira os olhos.

-Helios vem comigo - Eu o chamo.

-Eu também vou - Rebeca vem até minha direção.

-Quem te chamou garota? - eu empurro ela de vagar - Que eu saiba que só chamei o Helios.

Rebeca fica calada e Helios se levanta me seguindo e eu tranco o quarto.

-Se divirta-se tentando abrir a porta com um Garfo! - eu solto uma risada.

-Onde vamos Aline? - Ele fala com um sorriso no rosto.

-Você vai me levar até o cofre querido - eu pego em sua mão e acelero os passos.

Descemos as escadas e Lucas olha na nossa direção -Tá sabendo Helios? - Lucas tenta se acomodar no sofá.

-Do que?

-Nada! - eu grito - Não é nada não se preocupe.

Eu corro até as escadas do porão e descemos rapidamente.

-Vamos, onde está? - eu abro um sorriso.

-Lucia por que você usa uma calcinha do Bob esponja? - Ele ri.

-Por que todo mundo implica com minha calcinha em? Eu tô com ela porque eu gosto!

-Deixa eu te ajudar a tirara-lá lá no quarto - Helios pega em minha mão e eu logo a solto.

-Sem brincadeiras hoje! Não tenho tempo, só me fale onde está, me leva até o dinheiro por favor.

Helios vai até uma estante de livros e meche em uma em especial, fazendo com que a simples movimentação do livro abra um quarto a mais.

-Meu Deus! - O quarto está cheio de cofres, pode imaginar! Por onde você olha tem um cofre grande.

-Como eu vou levar todo esse dinheiro? - eu começo a ficar preocupada com tantos cofres na minha frente.

-Você não precisa de dinheiro, você me tendo já basta - ele abre um sorriso vindo até mim.

-Sai daqui garoto! Euin - Eu falo o empurrando com as mãos.

----- Visão de Lucia -----

Corro pra primeira casa que eu vejo e quase bato na porta.

Sinto alguém me puxando por trás e vejo que são as mãos de Geraldo.

-Achou que ea ser fácil assim é? - ele ri - Canta comigo vai - fala ele me puxando com as mãos na minha boca em direção a sua casa.

-A dona aranha subiu pela parede
Veio a chuva forte e a derrubou
Já passou a chuva o sol já vai surgindo
E a dona aranha continua a descer
Ela é teimosa e desobediente
Desce, desce, desce e nunca está contente - ele da uns pulinhos.

Eu consigo tirar suas mãos da minha boca e o empurro no chão correndo em direção as ruas.

Logo percebo que ele se levantou e está correndo atrás de mim - Não seja uma barata desobediente Lucia!

Ele pula em cima de mim e nos dois caímos no chão. A rua está totalmente deserta pois já é de madrugada e isso quer dizer que não a ninguém lá.

Eu pego uma pedra e jogo na cabeça dele, mas não com muita força pois não consigo com ele em cima de mim.

-"Ela é teimosa e desobediente
Sobe, sobe, sobe e nunca está contente" - ele continua falando com sua voz de velho doente.

-Aprende a cantar primeiro velho nojento! - eu grito.

Ele da um tapa em meu rosto e eu dou outro no rosto dele.

-Continua desobediente Lucia?

-Vai pro inferno caralho! - Eu jogo ele do outro lado e me levanto, mas ele pega em minha perna e me puxa pra ele.

Eu dou um chute em seu rosto fazendo com que seu nariz sangre.

-Não gosta dessa música Lucia? Que pena então vamos cantar outra - fala ele ainda puxando minhas pernas, mais eu ainda faço força para que ele não me puxe totalmente.

-"A galinha pintadinha
E o galo carijó
A galinha usa..." - ele está cantando e rindo, quase não consegue acreditar no que está cantando.

O Ultimo Tom de AzulWhere stories live. Discover now