Confissões

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Acordo com a luz forte na minha cara, mas já estou acostumado com ela. Estendo o braço, mas ele não está deitado ao meu lado, me alongo então abro os olhos, demora um pouco para me adaptar a luz, mas consigo ver o vulto ao lado da cama, quando consigo focar vejo ele com uma câmera na mão tirando fotos minhas.
Ele abaixa a câmera, me olha e sorri.
- Bonjour mon amour!
Fico olhando aquele sorriso que me derrubou desde a primeira vez que vi e tento recuperar o fôlego. Me sento na cama e ele vai seguindo os meus movimentos tirando fotos, então senta, se aproxima e me beija, ouço o clique e olho para o lado, ele está com o braço esticado tirando fotos, ele beija o meu rosto e ouço mais um clique.
- Você tem que trabalhar Mon Cher?
Eu olho para aquele sorriso e me perco nele, o que eu não faria para poder ver ele assim sempre.
- Não tenho certeza, mas vamos descobrir.
Eu sorrio, beijo ele e vou atrás do meu celular.
- Bom dia Tarl!
- Bom dia, onde você está que ainda não apareceu?
- Tarl eu não estou muito bem hoje, como está a minha agenda, será que conseguimos liberar ela?
- Não está bem é? Sei. Espera um minuto.
Eu fico esperando enquanto vejo o Nanon se aproximando e tirando mais fotos minhas.
- Ohm, o máximo que consigo fazer é mudar o ensaio que você tem as 14h para as 16h e você vai ter que participar do lançamento da nova marca a noite.
- Tudo bem, as 15h estarei aí, muito obrigado Tarl.
- Obrigado nada, quero fotos, muitas fotos.
Eu dou risada e desligo.
- Bom, eu sou seu até às 14h.
Ele se aproxima e me beija.
- Quem me dera você pudesse ser meu para sempre.
Ele sorri e segura a minha mão e começa a me puxar.
Vamos até a cozinha, ele aponta para uma cadeira, eu sento e ele começa a andar para lá e para cá pegando várias coisas. Coloca tudo no balcão e começa a preparar sanduíches, ele para me olha e sorri.
- Eu cresci em Marselha, na França, já ouviu falar?
- Já sim, é muito lindo, o Tarl, meu agente, comentou que queria conhecer por causa das praias.
Ele mais uma vez sorri e volta a olhar para os sanduíches que está preparando.
- O meu pai é tailandês e a minha mãe é francesa, eles se conheceram em uma universidade nos Estados Unidos, depois que casaram moraram na Tailândia por alguns anos, mas a minha mãe sentia saudade de casa, então quando eu tinha doze anos fomos morar em Marselha.
Ele me dá um prato com um sanduíche.
- Prefere café ou suco Mon Cher?
- Pode ser suco.
Ele vai até a geladeira e se vira para mim.
- Laranja ou maçã?
- Laranja.
Ele guarda as maçãs, pega mais laranjas e volta para o balcão. Puxa do canto do balcão algum tipo de máquina pequena, coloca um copo e liga, corta as laranjas ao meio e vai espremendo.
- Eu estudei fotografia em Lyon, tenho bacharel e pós graduação em direção de fotografia. Eu não me lembrava muito da Tailândia, então depois que me formei decidi vir para conhecer melhor a terra onde nasci.
- Você gosta daqui?
- Eu amo!
Ele me dá um copo de suco e começa a preparar outro.
- Gosto muito de filmes antigos, os meus favoritos são os da época de cinema mudo em preto e branco, porque você não pode apenas assistir, você tem imaginar e sentir muito mais do que ver. Prefiro músicas classicas e canto gregoriano. Sou anti social, acho que por causa da mudança, o meu francês era muito fraco, então tive muita dificuldade para interagir na adolescência e acabei me fechando.
Ele pega o prato com o sanduíche e o copo e senta ao meu lado.
- Coma Mon Cher. Gosto muito de cozinhar, aprendi com a minha mãe, ela e uma ótima cozinheira, mas só faz comidas francesas, então foi o que eu aprendi. Como você sabe eu gosto de vinhos e amo chocolate. Namorei uma garota no ensino médio, mas com o tempo percebi que não tinha interesse nem romântico, nem físico. Na faculdade namorei com um homem, ficamos juntos por um ano, ele se mudou para os Estados Unidos e queria que eu fosse junto, mas não achava que gostava dele o suficiente para isso, então eu terminei. Não ria, mas eu gosto de desenhos animados e coelhos. Adoro ler, gosto muito de distopias, a minha saga favorita é Maze Runner, mas Jogos vorazes tem a melhor adaptação cinematográfica. No parque de diversões o meu brinquedo favorito é a roda gigante, mas só se estiver acompanhado, porque o que importa e a emoção de estar com a pessoa lá em cima olhando o mundo. Nunca subi a torre Eiffel. Fui na Disneylândia cinco vezes, mas só porque eu gosto de Harry Potter. Não tenho muitos amigos e atualmente a minha pessoa favorita e você. Gosto de tudo em você, mas principalmente o seu olhar, o seu olhar conversa como os dos atores em filmes mudos, ele diz tudo o que você pensa e sente, c'est une fenêtre sur ton âme! É realmente uma janela para a sua alma.
Ele para de falar e bebe o suco.
- O que você acha de assistir comigo o meu filme favorito hoje?
Ele estende a mão e eu seguro.
- É um filme antigo, de 1928, se chama O vento. Ele é incrível, tem amor, traição, intrigas, a personagem sofre até ser levada a loucura. C'est manifique.
Ele se vira para mim e sorri.
- Você está quieto hoje.
- E você está muito falador, estou adorando isso.
Nós vamos até uma área da casa que eu ainda não tinha ido, entramos e é uma pequena biblioteca, uma das prateleiras tem vários DVDs enfileirados. Ele vai passando o dedo por eles, até parar em um e pegar. Vamos para o quarto e ele arruma o filme, vai até um canto da janela, aperta um botão que eu não tinha reparado que existia, então um pequeno pedaço da parede se move e persianas começam a se mover até tudo ficar escuro.
Ele coloca o filme e se deita nos meus braços, levanta a cabeça e fica olhando para mim, se aproxima e me beija. Pensei que ele ia parar para assistir o filme, mas ele se deitou sobre mim e começou a beijar o meu pescoço, fica de joelhos e tira a camiseta, passa a mão pelo meu rosto até chegar na minha nuca, então me puxa até eu me sentar, ele tira a minha camiseta e mais uma vez me beija, fazendo eu me deitar. Ele levanta e tira a minha calça e cueca, depois os deles mesmo, vai até uma gaveta e pega uma camisinha, volta para a cama, se ajoelha entre as minhas pernas novamente e me dá a camisinha, eu me sento e coloco nele e volto a me deitar. Ele se deita sobre mim e volta a me beijar, se afasta um pouco e enquanto olha nos meus olhos levanta as minhas pernas, sinto o seu pênis quase me penetrando. Ele fecha os olhos, quando abre sorri, juro que esse é o sorriso mais lindo do mundo, mas então ele derrama uma lágrima.
- Je t'aime!
- Eu não...
Ele me beija, se afasta e diz .
- Eu te amo!
Fecha os olhos e mais uma lágrima cai, então começa a me penetrar.

PhotographWhere stories live. Discover now