Santuários - The Walking Dead Fanfic

Capítulo 12

Victoria espera um pouco para ter certeza de que Brian não voltará.

-Eu não acredito que eles foram embora mesmo Ana - ela diz com voz de choro.

-Vic não adianta chorar agora, vamos ser espertas e arrumar um jeito de sair daqui ok? - eu digo.

-Eu sei que você está triste também.

-Eu não tenho tempo de ficar triste agora - eu digo procurando uma arma.

De repente eu lembro de algo que eu fiz mais cedo e um sorriso pequeno aparece no meu rosto, minha faca na minha bota. Mas mesmo eu tendo uma arma não tem como nós duas sairmos daqui só com ela.

-O que a gente faz Ana?

-Se a gente ao menos soubesse onde está - eu penso alto.

De repente alguém entra na sala, um homem careca e mal-encarado. Ele olha pra mim, pra minha irmã e depois pro corredor atrás dele, então fecha a porta e anda até mim, então ele me olha nos olhos por alguns instantes.

-Vocês duas, crianças - ele finalmente diz de um modo rude - para onde o resto do seu grupo foi?

-Eu não sei - eu digo - e não me importo.

-É o seguinte mocinha, tem alguém naquele grupo que não podia ter ido embora, e vocês vão me contar para onde vocês estavam indo - ele diz com raiva.

-Se você nos ajudar a sair daqui - minha irmã diz - eu levo você até eles.

Uma ótima ideia, confiar no primeiro maluco que aparece, mas acho que não temos outra.

-Mais uma coisa - eu digo curiosamente, tentando esclarecer minha suspeita - quem é a pessoa que você procura?

-Não é da sua conta - ele diz virando-se para minha irmã - certo, eu vou tirar vocês daqui.

Ele anda até a porta e sai do quarto.

-Vic ele te lembra alguém também? - eu cochicho.

-Ele deve ser parente do Daryl - ela constata - eles fazem a mesma expressão quando estão desconfiados - ela sorri.

-Verdade - eu digo.

-Será que ele vai ajudar a gente de verdade? - Vic fala.

-Parece que ele está disposto a achar Daryl ou quem quer que ele esteja procurando.

-Sim

Nós ficamos em silêncio um tempo.

-Ana - Vic finalmente diz - não foi nossa culpa que Phillip morreu, foi?

-Claro que não Victoria, não se deixe enganar.

Brian entra de repente na sala e anda até parar onde pode enxergar nós duas.

-Vocês realmente acham que não foi culpa de vocês? Vocês duas incendiaram casa enquanto a gente estava dormindo e o meu irmão morreu para salvar vocês - ele fala aumentando o tom de voz.

Eu decido não falar nada para não deixar ele mais irritado.

-Nos desculpe - Victoria diz, deixando Brian sem palavras.

Então o homem careca entra na sala.

-Governador, temos problemas - ele diz.

-O que foi agora Merle? - Brian diz, lançando um olhar entediado ao Merle.

-Temos errantes dentro dos muros - Merle diz sem dar muita importância ao que está acontecendo - parece que aquele militar que você trouxe semana passada morreu e atacou a "doutora sabe tudo".

-Quantos?

-Agora devem ser uns 20, talvez 30.

Brian suspira e sai pela porta andando tranquilamente sem olhar pra trás, Merle fecha a porta mas depois de alguns momentos ele retorna.

-É agora mocinhas, fiquem prontas - ele diz e depois solta minha irmã que levanta imediatamente e vem me soltar.

Merle se direciona à porta enquanto Vic tenta freneticamente me desamarrar.

-O que temos que fazer? - e digo antes que Merle saia da sala.

-É só sair do prédio e correr pra direita até o muro, eu vou estar lá.

Eu aceno com a cabeça e ele abre a porta.

-Ah - ele diz se virando com um sorriso malicioso no rosto - e se vocês não aparecerem eu vou atrás de vocês, irmãzinhas.

Então ele se vira e sai.

-Vic tem uma faca na minha bota - eu digo olhando pra minha irmã sem acreditar que ela ainda está me desamarrando.

-E você só me disse agora? - ela diz inconformada.

Ela me desamarra e eu levanto.

-Vamos embora logo, se o velho descobrir que a gente não sabe onde o Daryl está a gente vai acabar de volta aqui - eu digo.

Nós abrimos a porta e saímos da sala, tem um corredor grande e escuro no nosso caminho, a visão do corredor faz com que minha irmã chegue mais perto de mim. Eu ando na frente com minha faca em mãos, no corredor tem mais alguns quartos mas eu e minha irmã não nos aventuramos a entrar neles. Quando eu abro a porta no fim do corredor tudo que eu vejo é caos, pessoas atirando mortos pra todo o lado e uma casa pegando fogo no fim da rua à direita. Eu pego a mão da minha irmã e saio correndo, para a esquerda, virando à esquerda de novo no fim da rua na qual estava a casa onde estávamos sendo presas, indo assim para trás da casa.

-Ana, o Merle disse direita! - minha irmã fala sem entender o que estou fazendo.

-A gente não pode encontrar com ele Vic!

Nós corremos mais um tempo, percorrendo 4 quarteirões, desviando de errantes e pessoas, então tiros vem em nossa direção e nós abaixamos atrás de um carro.

-ANA! - Vic grita e eu vejo um errante se aproximando, a coisa que uma vez foi uma garota agarra o tornozelo da minha irmã, que cai no chão deitada da barriga pra cima.

Eu pulo por cima da minha irmã, cravo a faca na cabeça do errante e acabo caindo em cima das pernas da Vic com força.

-Gorda - ela diz rindo um pouco.

Eu fico agachada de novo e passo pra frente da Victoria. Os tiros param, eu olho pelo vidro do carro e não vejo nenhum humano, então levanto minha irmã e continuamos correndo.

Depois de percorrer outro quarteirão eu avisto o muro, eu disparo até lá sem soltar a mão da minha irmã quando eu sinto uma dor enorme no meu ombro direito.

-ANA! - eu escuto minha irmã gritar e sento no chão de um beco entre duas casas, seguida pela Victoria.

-Merda - eu digo pra mim mesma e pressiono o ferimento no meu ombro.

-Ana a gente não pode parar!

Escutando isso eu me levando e me direciono ao outro lado do beco mas dessa vez minha irmã passa na frente agarrando a faca da minha mão, nós atravessamos o beco e continuamos na mesma direção de antes até chegar no muro, Vic me dá um impulso e eu alcanço o topo do muro, então estendo a mão pra ela subir, nós pulamos para o outro lado do muro e corremos pela floresta mas eu acabo reduzindo a velocidade e sentando, apoiada em uma árvore, meu ombro ainda está sangrando bastante, mais que o normal na verdade.

-Ana, mais um pouco, só um pouco e a gente vai ficar bem!

Eu nunca tinha tomado um tiro antes, é pior do que eu imaginava.