Capítulo XXX • Domus meus

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           Pela manhã Hannah chega aos aposentos da princesa quando ela estava prestes a dar um anúncio importante.

— Ah Hannah querida que bom que chegou, estava pronta para fazer meu anúncio, bom nós vamos para Eslivà, fomos convidadas para um... —naquele momento sua fala fora interrompida.

— Sério mesmo? Nós vamos para lá? — Hannah sorri genuinamente — Quem vai se casar?

— Sim minha querida, voltaremos para a nossa antiga casa, ficaremos lá por uma semana, para o casamento do Principe Richard — a princesa responde calmamente, olhando fixamente para os olhos de Hannah.

— Mas ele tem a minha idade.

— É mais do que adequada, veja-me como um exemplo, tinha quinze quando me casei e com sua idade tive meu segundo filho — explica enquanto observa suas unhas.

— Sim... você tem razão — diz de uma forma melancólica.

— Fui convidada pelo noivo por uma carta pessoal, éramos bem próximos durante a época que morei lá, então obviamente vocês vão comigo. O Rei também foi, mas como esperado, ele tem compromissos demais que mal tem tempo de comer, pobrezinho... Então o Principe Herdeiro irá substituí-lo, e já que o Duque de Barzzio será o conselheiro principal do meu irmão quando assumir a coroa, meu pai viu uma oportunidade para eles praticarem sua parceria. Espero que tenha ficado claro, partiremos em dois dias, portanto tratem de se organizarem o mais rápido possível. — Ela se levanta da cadeira que estava sentada e bate as mãos sobre as saias — Acho que uma caminhada matinal fará bem, vamos? — Hannah se aproxima rapidamente da princesa enquanto andam.

— Estou muito ansiosa, faz tanto tempo... — ela olha para princesa que estava com os olhos brilhantes, mas não de empolgação, lágrimas que haviam polido eles — Maria? Está tudo bem?

— Sim, por que não estaria? — dá uma leve virada no rosto para que Hannah não o olhasse diretamente.

— Não minta para mim, está bem o suficiente para ir para lá de volta? Todas as suas memórias com ele voltaram à tona? Tem certeza de que está pronta? — pega não mão dela — Vamos voltar para o quarto, e mande as meninas esperarem do lado de fora. — Maria deu a ordem — Sente ali — aponta para a cadeira perto da janela— responda a pergunta.

— Não Hannah... não estou pronta, mas eu vou pelo Richard, como você sabe éramos muito próximos, e fomos o apoio um do outro quando... quando — uma lágrima pequena escorre de seu rosto — quando o François se foi, e será o casamento do Richard não posso deixar de ir, eu não posso.

— Mas e enquanto a você? Pode ser que demore ainda mais para superar a morte dele.

— Não tem problema, sinceramente, eu nem sei mais o que eu sinto Hannah... desde que ele se foi o meu mundo se destruiu, dentro de mim, não existe mais nada além de um vazio inimaginável, ele era o amor da minha vida, você sabe... ele era gentil, amoroso, cuidava de mim, não era como os outros homens, ele respeitava minhas vontades, era uma pessoa de caráter... eu não aguento mais viver em um mundo onde ele não exista... Eu tentaria acabar com a minha vida, mas ele ficaria triste, ele me fez prometer que seguiria sorrindo, e um dia amasse de novo, mas como?! — ela grita com toda a sua força, seus olhos finalmente deixam que suas lágrimas escorram — Como eu vou poder amar de novo?! Como vou poder continuar sorrindo se ele, o motivo do meu sorriso, não está mais comigo? Eu tento, tento de verdade! Mas o sorriso que eu coloco no meu rosto, é falso, sabe por que eu continuo sorrindo, e não vivo me lamuriando? É... é porque meu sorriso, segundo ele, era a parte de mim que ele mais amava e eu não quero deixar a parte que ele mais amava em mim, morrer... — ela então suspira, seca os olhos e... sorri.

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