Beijos de Mentira (LIVRO COMPLETO NA AMAZON)

2 Luta.

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Capítulo 2.

Ajeito meus cachos com cuidado na frente do espelho. Posso ver meu quarto completamente bagunçado pelo reflexo e não tenho a mínima intenção de arrumar.

Meu cérebro está borbulhando desde ontem. Eu chamo isso de fermentar idéias. Passo o protetor labial e, só então, percebo que estou sorrindo como alguém que vai fazer algo que não deve ser feito.

- Eli, você vai se atrasar! - Minha mãe grita do andar de baixo. Posso escutar ela abrindo e fechando vários armários, revelando seu nervosismo com a nova proposta de emprego.

Ignoro seu aviso e continuo me arrumando calmamente, pois hoje será o dia que irei ajeitar as coisas. Meus olhos no espelho estão turvos, porque pensamentos negativos vem à minha mente.

- Eu não vou te avisar de novo. - Ela invade o quarto. Seus olhos verdes parecem mais opacos por causa do nervosismo. Sua pele negra é linda e macia e eu adoraria que a minha também fosse assim, mas odeio qualquer tipo de creme para pele.

- A Lana ainda não chegou. - Rebato, me aproximando dela e ajeitando um cacho atrás de sua orelha. - Você está bonita. - Sorrio.

- Eu sempre estou bonita. - Ela dá um tapinha na minha mão, com um sorriso divertido. - Arrume esse quarto e desça. - Manda, mas ela já está arrumando meu quarto e eu resolvo não interromper.

- Hoje chegarei mais tarde em casa. - Aviso, pegando minha mochila amarela e colocando nos ombros.

Minha mãe para de arrumar a cama e me encara nos olhos. Engulo em seco.

- Vou ajudar a Lana na venda de bolinhos. - Ajeito minha saia amarela com cuidado. - E também vou comprar alguns livros. - Sussurro, sabendo o que ela pensa sobre eu comprar tantos livros.

Sierra, minha mãe, suspira alto.

- Apenas tome cuidado. - Avisa. Mamãe sabe que eu sou tão teimosa quanto ela.

- Tomarei. - Deixo um beijo em sua bochecha macia e desço as escadas.

O vento de verão enche meus pulmões e sorrio involuntariamente ao perceber que estamos no meio do ano. Só mais um pouco e eu termino o inferno que é o Ensino Médio.

- Estamos atrasadas. - Lana avisa com sua bicicleta laranja no pé da minha porta. Ela tem cachos suaves, feitos com o babyliss, sobre os ombros. Seus olhos castanhos parecem mais claros por causa do sol.

- Não vamos para a escola agora. - Sussurro, me aproximando dela. Sento na garupa de sua bicicleta, ajeitando minha saia. Posso notar seu silêncio confuso.

- Eli, eu não vou jogar papel higiênico na casa de uma pessoa de novo. - Resmunga, lembrando da nossa pequena travessura no Halloween.

- Os idiotas dos Peterson's mereciam. Não se preocupe. - Sorrio, sem me aguentar. Ela suspira, aliviada. - Vamos fazer algo pior.

quebra de tempo

- Você é um demônio. - Lana morde sua unha pequena e parece nervosa.

- Um demônio inteligente. - Rebato, rapidamente.

Meu coração se remexe ao ver o menino de cabelos ruivos colocando o capacete em frente a sua casa. Kai é meu vizinho desde alguns anos e, devo admitir, já passei minutos vigiando sua casa e descobrindo coisas sobre sua família.

Ele sobe em sua moto e não espero nem mais um segundo para colocar meu plano em prática. Puxo Lana comigo e paro na frente de Kai.

Seus olhos cinzentos se erguem e ele me encara. O olhar sem nenhuma emoção como sempre, mas logo isso mudará.