Capítulo 5 - Don't Talk to Strangers

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A vida é feita de ciclos, é preciso maturidade para aceitar quando eles encontram seu fim

As fases da vida são finitas, iniciam quando menos esperamos e se concluem inesperadamente

Mas, não é por ser efêmero, que a importância é menor, são nos pequenos infinitos do viver que me sinto vivo de verdade

Nós sentimos que temos todo o tempo do mundo, porém, em algum momento a conclusão iria chegar

E para nós, amantes da vida, ela chegará e será bem aceita.

As horas passavam e Steve estava tendo dificuldades para pegar no sono, ao seu lado Dustin dormia tranquilo, roncando e falando durante o sono, era até engraçado ouvir o resmungar confuso sobre Suzie e beijos com dentes.

- Eu não tenho culpa deles crescerem, Suzie-Poo - dizia, era quase uma lamúria tamanho o sofrimento na voz do garoto.

Henderson girou na cama macia, ficando ainda mais enrolado nas mantas que Steve havia usado para cobrir o menino, ele estava parecendo um enroladinho de salsicha.

O mais velho pode ver o rosto do garoto, as bochechas gordinhas estavam vermelhas, os olhos úmidos junto aos murmúrios contínuos, uma expressão arrasada por um motivo completamente besta.

Porém, estava difícil se concentrar em rir do garoto e seus sonhos, ou pesadelos, estranhos, pois sua mente repassava os três últimos dias em looping, desde a discussão com Eddie, à briga com seus pais, os gritos, o tapa forte contra seu rosto.

Mas em principal repassava a conversa que tivera com os amigos durante a madrugada de domingo, enquanto cozinhavam juntos.

A lembrança não o deixava:

O grupo estava na cozinha, Steve e Jonathan fazendo algo para os quatro comerem, enquanto mexia o molho na panela o moreno ainda falava. Desviou o olhar do caldo vermelho, olhando com atenção e gratidão para os amigos.

Até então todas as suas palavras não causaram julgamentos, algumas piadinhas sobre sua idiotice, mas em geral recebeu muita aceitação e apoio.

Essa percepção o deixou confortável o bastante para conversar sobre a parte que mais o deixava envergonhado, sua relação mal construída com Eddie.

Respirou fundo, começando a falar, tendo a atenção dos outros três sobre si:

- Depois que ele morreu meus pesadelos começaram. Eu tinha alguns antes, mas nunca foi tão vívido e assustador ao ponto de me fazer ter medo do escuro como uma criancinha, cruéis o suficiente para que eu precisasse preencher o vazio crescente em meu peito.

- Eddie - Robin diz, a compreensão recaindo sobre seus ombros de forma pesada.

O motivo da briga entre eles durante a madrugada de sábado, e o porquê de Munson ter ido embora sem dizer uma palavra sequer depois do jantar na noite anterior.

A sensação de ser apenas um "tapa buraco" poderia ser corrosiva, e Robin sabe bem como é.

Algumas garotas já a usaram como experimento gay, brincando por um tempo antes de a descartar ao perceber que não queriam nada com outra garota, ao menos nada sério.

- Sim, - respondeu a pergunta muda nos olhos de Robin, girando o botão para desligar o fogo - eu fui até ele, o trouxe para essa tempestade turbulenta de emoções e sentimentos.

Nancy cozinhava salsichas ao seu lado, Robin havia cortado os pães, Jonathan ficou responsável por fazer maionese caseira, Steve carregou sua panela até a bancada, indo pegar um fardo de refrigerante, antes de prosseguir:

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⏰ Last updated: Jul 11, 2023 ⏰

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The Traumas We Carry - SteddieWhere stories live. Discover now